segunda-feira, março 28, 2005

ONGs - O Poder do Futuro

Nos tópicos sobre Democracia Direta da comunidade Movimento Brasil Nova Era no Orkut, tenho insistido numa nova concepção de participação popular através da eleição de representantes das ONGs, congregadas conforme os campos de atuação e número de membros, para fazerem parte de uma Assembléia Nacional em substituição ao atual Congresso,onde todos os segmentos teriam a oportunidade de se fazer representar lado a lado com outros eleitos pelos Conselhos Estaduais, visando garantir a defesa de associações e grupos ativistas voluntários, geralmente atropelados pela votação das massas condicionadas pela propaganda da mídia, no atual sistema proporcional eleitoral, principalmente nas eleições majoritárias, onde se revezam os mesmos políticos de campanhas milionárias e suas anacrônicas idéias. Numa nova forma de democracia como a proposta em nosso Movimento Brasil Nova Era, o povo teria várias chances de participação direta na administração e deliberação política independentemente de partidos pela candidatura livre, acessível a qualquer cidadão, atuação decisória em todos os níveis e instâncias, além do poder de vetar decisões tomadas por seus representantes eleitos. Gostaria de saber se todos teriam a mesma opinião sobre a importância das ONGs e associações civis, como elementos catalisadores de pessoas com ideais afins e nova maneira de assegurar uma justa distribuição democrática de poderes entre os diversos segmentos da sociedade.Serão elas o poder do futuro?

Neste estágio de ingovernabilidade e ausência de livre-arbítrio dos Estados, as ONGs despontam como uma nova forma de se garantir pelo menos que todos os segmentos sejam ouvidos e devidamente representados diretamente, evitando-se que uma maioria decida pelas minorias mais atuantes.P.S.:"As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil – Fontes IBGE e IPEABase: Ano de 2002No Brasil, 1,5 milhão de pessoas trabalham em 276 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos Estudo inédito, realizado por IBGE e IPEA, em parceria com a Associação Brasileira de Organizações não-governamentais (ABONG) e com o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), faz um retrato completo das 276 mil instituições privadas e sem fins lucrativos, que empregam 1,5 milhão de pessoas, pagando salários e outras remunerações no valor de R$ 17,5 bilhões."(prof. de economia Ricardo Bergamini).
Estes números que citei são referentes a 2002 e desde lá houve um "boom" de ONGs, significando que as mesmas já devem superar segmentos profissionais de grande peso, como os metalúrgicos, construção civil e frentistas.
As fundações, associações e ONGs têm outras fontes de recursos que vão desde a dedução de impostos e contribuição da iniciativa privada, dos próprios membros, pequenos empreendimentos comerciais(logos, camisetas, publicações, etc.),de organismos internacionais e até parcerias (no caso das sociedades)com órgãos governamentais.O principal aspecto que ressalto nesta minha colocação, é a participação altamente conscientizada de quem se propõe voluntariamente a participar como membro de uma ONG, dando um valor extra ao seu voto como cidadão interessado no bem comum e não pura e simplesmente alguém "forçado" a decidir sem o devido exercício prévio freqüente de cidadania.Quem se filia a um partido político pode ou não fazê-lo por ideologia, porém, sempre há a hipótese de outros interesses até de ordem mais pessoal e material como a busca de emprego ou colocação vantajosa.No caso das ONGs isto é inexistente,mesmo que o emprego numa delas seja uma forma de compensar a iniciativa, não interfere no ato decisório de escolha pelo voto nem onera o erário aumentando a máquina burocrática parasitária.
Isto demonstra com clareza a diferença entre a flexibilidade ideológica dos núcleos de ações voluntárias e o fisiologismo sedentário dos partidos políticos. Há uma enorme distância entre a mobilização por objetivos e a perpetuação em nome destes.A conseqüência final deste embate entre uma nova mentalidade e o anacronismo do modelo representativo, será a “pulverização” do abstrato conceito de Estado, como organismo centralizador decisório, do qual emanam atos e iniciativas do macro para o micro sob a égide de legitimidade da delegação de poderes. A despeito da massificação imposta pelo sistema através da mídia, a sociedade cria resistências, por meio de sucessivas segmentações espontâneas, em progressão geométrica, como forma de reação contra a “pausteurização” cultural imposta de cima para baixo. Muitos destes segmentos se organizam em associações para a fiscalização e denúncia de irregularidades, assumindo, por vezes, o confronto direto em defesa de seus princípios. O “Greenpeace” é um exemplo mais do que conhecido deste tipo de atuação. Se considerarmos o passo natural da civilização conhecida, pela História, verificaremos a evolução natural dos grupos patriarcais, para as formas embrionárias de repúblicas, impérios, barbárie, teocracias, feudos, monarquias, repúblicas burguesas,restauração, absolutismo, parlamentarismo, presidencialismo e por fim, algo ainda a ser conceituado como nova fórmula de regime. Não importa se sob a forma de capitalismo burguês ou de Estado (comunismo), todos seguiram o mesmo esquema de estratificação piramidal hierárquica, menos ou mais visível, porém existente.
O poder é um cavaleiro montado num jumento com uma vara esticada a frente de onde pende uma apetitosa cenoura. Enquanto esta estiver fora do alcance das mandíbulas do animal, ele continuará em sua perseguição, levando o cavaleiro onde este quiser. Se o jumento começa a demonstrar cansaço ou desinteresse em prosseguir, o cavaleiro aproxima a cenoura fazendo crer estar próxima a satisfação da necessidade, até que a afasta novamente uma vez atingido o objetivo de manter-se em jornada. Assim, entre “concessões” e “proibições” quanto ao direito de satisfação do jumento que conduz o cavaleiro, a humanidade caminha, pois sempre haverá um jumento novo que ainda não percebeu o engodo. No caso das associações e ONG’s há uma nova mentalidade emergindo, ainda que sem atuação política mais concreta, capaz de em alguns anos apenas transformar por completo este cenário onde se revezam os mesmos personagens para as mesmas platéias. Nosso projeto Geosfera é um exemplo de integração de laboratórios sociais em comunidades de alta tecnologia alternativa, num movimento de refluxo levando um novo potencial produtivo ao campo. Claro que não seremos irrealistas a ponto de imaginar um milagre de redenção coletiva, ou mesmo poucas resistências por parte do poder constituído, porém, não seria de todo descartada uma sucessão de acontecimentos que acelerariam esta mudança. Uma advertência sintomática sobre o nível de descrença popular em relação ao nosso modelo democrático, foi dada nas pesquisas do PNUD quanto ao nível de credibilidade em nossas instituições políticas, a bem dizer, partidos e políticos.“(Terra/Notícias/Brasil-15/07/04)“Uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indicou que, no Brasil, 59% dos entrevistados não sabem qual o significado da palavra democracia. Além disso, 4% não souberam responder. Outros 54% apoiariam um governo autoritário se isso resolvesse os problemas econômicos. O levantamento mostra que apenas 37% dos brasileiros apóiam a democracia.”
E ainda;”Que a maioria ainda não conheça o significado da palavra democracia, é perfeitamente compreensível. Porém que apenas 37% a apóiem e 54% apoiariam um governo autoritário se resolvesse os problemas econômicos, é algo muito esclarecedor sobre o grau de confiabilidade do regime. Observem que 70% AINDA preferem a democracia, mas isto deixa bem claro que não seria ESTA democracia que temos, a ideal para a imensa maioria da população “O que se pode perceber destes índices, é uma crescente insatisfação popular quanto ao regime “representativo” atual, além da quase total ausência de legitimidade de nossos representantes. Portanto, estes fatores serão os geradores de acontecimentos e momentos históricos apropriados ao despertar coletivo para uma nova realidade política. A ascensão da sociedade organizada ao verdadeiro patamar decisório de Autogestão da coisa pública, conseguida pelos meios legais de pressão disponíveis e intensa mobilização. Para que isto ocorra, as ONG’s como acredito, terão, num determinado instante, de assumir o seu papel de catalisadoras de potencial humano consciente e participativo, num grande esforço de exercício de cidadania visando a instauração de um sistema mais justo que atenda um desenvolvimento sustentável, as necessidades assistenciais e de preservação ambiental.

Homero Moutinho Filho
hmf_sp@yahoo.com.br

Texto de David Hadjes transcrito de nossa comunidade no Orkut.
Voluntário em projetos de ONG´s .

Acho que as ONG´s estão apenas começando a se delinear no "Mapa do Poder Global" , como resultado da união da sociedade civil engajada em ajudar a criar um mundo mais justo , e sem "rabos presos" ao "stabilishment" , partídos políticos , panelinhas de "auto-interesse" etc.São a expressão da vontade e a voz dos que apesar de não serem "políticos' no que assim ficou convencionado , são os que unidos , na verdade mandam de verdade se quiserem .Basta vontade , honestidade de propósitos , envolvimento , ação , e uma convergência de objetivos .Acho inclusive que num breve futuro , a união das ONG´s terá uma importância tão ou até mais do que a ONU , G-7 e outras "entidades' supostamente "representantes do planeta" .Espero que um dia , com apenas uma "frase" como "boycot banks" ou whatever.... o sistema sinta imediatamente seu real lugar de dependentes da "nossa vontade' , e não v-versa como infelizmente hoje em dia se apresenta.Parabéns Homero !Super legal o espaço q criou p/temas de tamanha importância para no momento, um pequeno grupo , e no futuro...a civilização...Tudo de bom a todos ,Namastê

David Hadjes
heavymentalbr@hotmail.com



Texto de Marilia Becher B transcrito de nossa comunidade no Orkut.
Diretora de uma ONG SOCIO-AMBIENTAL(CEDEA).

Atingiu-se a um momento da história em que devemos orientar nossa conduta, como cidadãos, com toda seriedade e prudência para as conseqüências que possam delas advir ao meio ambiente. Por recusas, interesses diversos, atitudes inadequadas, podemos causar rupturas que em nada acrescentam aos propósitos das Ongs. Ao revés, com maior conhecimento e planos de ação coerentes podemos obter um meio mais consentâneo com as necessidades e esperanças humanas. As expectativas de uma melhoria na qualidade ambiental e de criar ou interagir com políticas públicas satisfatórias são imensas. Para alçarmos estas metas será imprescindível que cidadãos, comunidades, empresas, indústrias, fundações, entidades ambientalistas, órgãos governamentais, sindicatos, partidos políticos, instituições de todas as categorias debatam, conscientemente, as responsabilidades que lhes incumbem e que todos participem igualmente do esforço comum. A princípio definir uma Ong é complexo. Não se sabendo o que é, não participando de uma delas, não se tem muita clareza. Como caráter inicial, ou definição genuína, não possuem fins lucrativos e não lutam pelo poder. Embora existam conceitos variados e discordantes.Em detrimento do que foi abordado, Organizações Não-Governamentais são:.associações ou fundações constituídas como pessoas jurídicas de direito privado;·com ou sem fins lucrativos;·podem defender ou não interesses de categorias profissionais;·podem ou não defender interesses religiosos;·podem ou não lutar pelo poder;·podem situar-se em um só país como em vários países;·dedicam-se aos mais variados problemas, desde que lícitos, sendo que a maioria encontra-se na área ecológica e nas áreas sociais.
A expressão Ong foi criada pela ONU na década de 40 para designar entidades não oficiais que recebem ajuda financeira para executar projetos de interesses de grupos e comunidades.As Ongs de fato são de extrema importância embora enfrentem muitas dificuldades e decepções. É através da cidadania do voluntariado que vai a luta, discute com o governo, com os interesses da ganância sem precedentes do capitalismo, que poderemos avançar para uma sociedade mais justa e humana. Elas não são um “ modismo”. A presença de quadros mais intelectualizados em algumas Ongs Progressistas, principalmente na década de 60, com a expansão de Universidades na América Latina, ou ainda, com o ato de 1970, os golpes militares produziram uma massa excedente expulsa dessas mesmas universidades(por meio da aposentadoria compulsória), levando-a a buscar projetos profissionais alternativos. Todos os movimentos sociais que não obtiveram sucesso ou porque havia repressão política acabaram servindo como ponto de partida para associações que tivessem maior representatividade. A conquista de espaços deve ser ampliada e melhorada, abrangendo tanto quanto for possível as inovações e os desafios que ora despertam os interesses coletivos. De maneira geral considerarmos o terceiro setor como esperança de viabilizar, agir e solucionar todas as questões depende da temática em que está envolvida e das parcerias que faz. Tais entidades estão num processo de amadurecimento e crescimento. Portanto falta-lhes certos ingredientes como profissionalismo, articulação e estratégias de atuação. Evidente que tivemos uma melhoria, mas ainda deixa a desejar. O Estado juntamente com suas políticas públicas, também não se encontra amadurecido para viver uma Democracia Plena.
“É muito mais fácil discar um 0800 qualquer doando e limpando a consciência, do que suar a roupa e sujar as mãos de terra participando de uma comunidade. Assim a China e o Tibet ficam próximos da TV, mas a esquina fica distante e perigosa a pé. A tela da televisão nos protege.” (FENIANOS). De fato a população tem um olhar simpático e boa aceitação do que vêem das ongs. A população não se opõe, porém não se mobiliza por muito tempo. A sociedade civil organizada é uma excelente opção para o futuro. O que não podemos esquecer é que o Estado não deve eximir-se de todas as questões, sejam elas econômicas ou de responsabilidade social. Os problemas do meio ambiente(que englobam milhares de questões) não podem mais esperar. *Uma breve exposição(o assunto é mais abrangente).Espero ter contribuído.Abraços!

Marilia Becher B
marilia_b2000@yahoo.com.br
astarte_04@hotmail.com

Desobediência Civil

“Soy nacido muy alto para ser convertido en propiedad, para ser segundo en el control o útil servidor e instrumento de ningún Estado soberano del mundo”.(Henry David Thoreau)

Qualquer tentativa de mudança de um sistema para instauração de um novo regime logicamente esbarrará no que se poderia denominar “insuperáveis resistências”,mesmo que, na hipótese mais extrema, da tomada do poder pelas armas. Sendo, portanto,esta façanha, por diversos fatores, quase que inviável, não só pela extensão territorial do Brasil e dificuldades de mobilização popular de uma massa a mercê dos meios de comunicação, além dos efetivos de segurança pública e forças armadas, tendo por base o cenário atual, quais as perspectivas de um amplo movimento da sociedade civil, que objetive, pacificamente, a instauração de uma democracia direta, considerando-se as seguintes opções ?


1-Forçar a realização de um plebiscito para escolha entre a democracia representativa atual e a democracia direta, levando-se em conta a aliança de poderes (políticos, financeiros, mídia,etc.)que esta tentativa provocará, além da resistência dentro do Congresso para a votação?

2-Campanha pelo voto nulo e desobediência civil que atinja setores tributários e financeiros, como atrasos de pagamentos de impostos, saques em bancos, visando desestabilizar e questionar a legitimidade do regime?

3-Manifestações convencionais, passeatas e esclarecimento progressivo da sociedade em todos os níveis, pela militância pessoal, sem o apoio da grande mídia financeira e politicamente comprometida?

4-Nenhuma das três opções.

5-As três primeiras conjuntamente.OBS: em todas as opções a Internet seria um poderoso veículo de mobilização.
Riscos e Segurança
Sou contra colocar em risco a integridade de pessoas para servirem de "bucha de canhão" enquanto alguns "organizadores"se mantém seguros. Sempre foi assim em nosso passado político e no mundo.Apenas umas centenas de milhares em 3 ou 4 grandes capitais derrubaram um presidente, condicionadas e apoiadas pela grande mídia sem qualquer repressão policial pois os governos eram de oposição. No nosso caso não será assim, pelo contrário, exigirá muita rapidez e imprevisibilidade, até mesmo invisibilidade.Nosso objetivo principal não seria de entrar em choque com as forças de segurança pública, muito menos com as forças armadas,pois não desejamos promover uma luta fratricida nem uma guerra civil, mas sim, legalmente despertar a consciência do poder da sociedade civil decidida a se reintegrar na posse dos poderes delegados a representantes políticos que não mais satisfazem aos anseios populares. Isto não requer violência nem baderna, deve ser realizado pelo convencimento,boicotes, pressão, militância e simpatizantes em setores estratégicos da opinião pública, para neutralizar reações contrárias de poderosos grupos de interesses.
Razões e Causas
Nenhuma desobediência se origina da justiça, bem como, nenhuma reação de resistência emerge sem que haja um nexo causal e um fato gerador. Se há crime é porque a sociedade fornece os meios e motivos. Se a revolta se instala como estado psicológico coletivo tem sua contraparte na opressão de poucos a muitos, ou num sistema de valores nocivos ao bem comum. Não encaro como desobediência civil o simples ato de copiar um software caríssimo num CDR fabricado pela indústria por um preço abaixo da maioria dos programas essenciais do mercado de informática. É apenas uma forma de solucionar uma necessidade básica operacional após um investimento de consumo.Se existe o equipamento, mas, para que se torne útil necessitamos investir o triplo em abastecimento, para que o mesmo funcione, seria o mesmo que pagar o triplo do valor de um automóvel pela gasolina que o abastece.Logo, são ilógicos, injustificáveis e opressivos os valores cobrados pela indústria de software. Não me parece haver crime em tal ato de defesa de um consumidor lesado em sua liberdade de utilização daquilo em que investiu como meio de produção e lazer. O mesmo ocorre com a produção literária e fonográfica, onde as empresas buscam financiar seus contratados de prestígio que nada vendem, agregando futuras perdas aos preços dos que realmente são amplamente consumidos.Esta é a razão desta inadequação de produtos culturais ao bolso do consumidor médio, não impostos pois estes não são cobrados delas, talvez os gastos com publicidade exerçam alguma pressão sobre o preço final, mas inexiste controle e obrigatoriedade de identificação unitária para o cálculo de produção. A pirataria funciona e supre o mercado pela acessibilidade imediata ao que a indústria oficial mantém fora de alcance da maioria.Muitas vezes é patrocinada pelas próprias indústrias como investimento paralelo a custos menores.
A Desobediência Existente no Cotidiano
Sou totalmente favorável ao comportamento refratário e incrédulo dos internautas ante todas as tentativas de controle, invasão de privacidade e atrativos oferecidos na rede.É uma reação de defesa absolutamente legítima, contra a opressão do “Big Brother” corporativo, que muito investiu esperando a dócil adesão popular majoritária e agora amarga uma realidade fora de suas expectativas. A Internet iniciou uma revolução de hábitos e costumes, tem vida própria, moral e ética próprias, idioma próprio, completamente diferente do mundo exterior e contamina os usuários com seu anonimato libertário, fazendo-os também no cotidiano assim procederem, provocando uma reação em cadeia de intensa “Entropia” social.Um dos “dois mundos”, o virtual ou o real, terá de ser “destruído” e reformulado racionalmente ou a irracionalidade se encarregará desta tarefa.Desobediência civil não é um ato instintivo de revolta eventual. É um encadeamento de atitudes e atos “programados” e executados simultaneamente visando demonstrar a insatisfação popular, usando uma espécie de método de “guerrilha psicológica” capaz de afetar a estabilidade do sistema, abrindo campo para uma efetiva tomada do poder pela sociedade organizada.Não há mais condições de convivência entre carcomidas instituições de dois séculos e a nova demanda social por mais liberdade e participação ativa no processo decisório pela administração direta da coisa pública, sem intermediários ou “atravessadores” políticos carreiristas.Ninguém deseja a violência, muito menos pegar em armas, a não ser em defesa da democracia, embora os criminosos com elas nos coajam a viver como ratos amedrontados. Se possível, a “revolução” será pela pressão irresistível apertando como um garrote as jugulares da besta e de suas várias cabeças opressoras que proferem blasfêmias, ante os justos anseios do povo.
Ação
Assim como pegamos um sapo grande,pressionando um dedo sobre suas costas, enquanto apertamos com dois outros, por baixo da carcaça, seus pulmões, para que não infle e esguiche seu veneno pela urina, deveremos agir de maneira decidida e coordenada para neutralizar a reação dos poderosos “ sapões” que somos forçados a engolir até hoje.Não receiem a repressão militar, eles também são cidadãos e estarão ao lado da sociedade para garantirem uma transição pacífica à uma nova realidade constitucional.Todos são capazes de alguma maneira de protesto mesmo que indireto, pela abstenção de determinada prestação, boicote, voto nulo, retirada bancária, e-mails, divulgação de idéias,organização de grupos, enfim, o que for possível e necessário conforme o momento e a oportunidade de agir. É hora de passar do discurso virtual para a mobilização real.
As Forças Armadas
Com certeza, sem precisar que haja uma participação direta dos militares isto pode ser feito.
Militares são também cidadãos têm família, filhos e netos. Quantos destes estão em escolas e universidades?Quantos são voluntários em ONG’s? Qual a preferência ideológica deles? Numa hipótese de ampla mobilização da sociedade pressionando por mudanças constitucionais, o que é perfeitamente possível a curto prazo, quem vocês acham que estará em maioria na Internet, nas ruas e universidades? Exatamente os jovens.Entendem porque os militares não poderão cumprir ordens de repressão? Outro fator de considerável importância é que hoje a maioria dos oficiais tem outra mentalidade já afeitos a estas inovações como ONG’s e outras entidades, não enxergando nisto uma ameaça real contra segurança e ordem interna do país.Estão mais preocupados com as externas que são mais graves e requerem as devidas precauções que são as atribuições das forças armadas.No caso de uma desobediência civil generalizada o que poderiam fazer se não houver alvos concretos? O que farão contra um boicote a bancos e suspensão de pagamentos de tributos?E contra o voto nulo,greves estudantís sem passeatas ou aglomerações e congestionamento programado de veículos? Isto não é crime é ação coordenada de uma sociedade em protesto contra o estado de coisas que se tornou insurportável .Na verdade penso que muitos deles aguardam esta iniciativa popular, pois não desejam se envolver em mais um regime militar.Não havendo baderna ou depredações, destruição de patrimônio público ou propriedade privada,não haverá o que reprimir.
Acredito numa grande aceitação e adesão dos militares em todos os níveis, caso a sociedade organizada se decidisse de fato a acabar com corrupção, violência e impunidade pela mudança do sistema. Afinal a Democracia Direta está na Constituição brasileira. Apenas foi habilmente bloqueada pelos políticos para se protegerem contra os próprios eleitores. Ainda assim temos vários recursos legais como a Ação popular, plebiscito, etc, a serem utilizados. Nosso movimento é apolítico e contra a democracia representativa nos moldes atuais. Visamos um objetivo que seria a fórmula ideal de aproximar os extremos num só modelo que atenda aos anseios de participação direta da sociedade na administração do país e autonomia de regiões, pela descentralização do poder . Os avanços da comunicação permitem esta transformação.
O povo não pega em armas. Aliás nunca pegou realmente . Apenas os revolucionários organizados pegaram em armas. É só observar a História Geral. O resto foi somente “bucha de canhão” arregimentada e manipulada como sempre para fazer maioria e contingente insurrecional.Nem nas Comunas de Paris isto foi verídico. Este é o grande erro de todo pensamento revolucionário. Acreditar na adesão voluntária pela doutrinação.Erro elementar de quem não conhece verdadeiramente o ser humano em suas necessidades e objetivos imediatos. A “empolgação” das cartilhas não permeia a vasta teia de interesses e tendências psicológicas do tecido social, seja ele de qual formação ou estratificação. A realidade é uma só. Revolucionar é tarefa de muitos, mas não muitas pessoas , muitos líderes agindo conjuntamente pois o povo é inerte e apático ante tentativas de mobilização .Cada qual teme e zela por seus interesses , antes de tudo . Só os que nada têm a perder ou os que já têm mas percebem lucidamente as injustiças se envolvem de corpo e alma em transformações da ordem social. Deixo claro aqui que não tenho admiração por Fidel Castro o maior ditador ainda vivo.Não aceito ditaduras eternizadas sob quaisquer pretextos. Respeito o desprendimento, bravura e luta por um ideal de Che Guevara somente.Poderia ter ficado em mordomias como num ministério, mas preferiu defender seus princípios lutando e morrendo na selva, vendido por quem ele pensava um dia libertar.Cometeu um erro fatal de avaliação e foi até mesmo ingênuo em suas considerações táticas. É normal, quando alguém está imbuído de um ideal que para si é irrefutável e inequívoco.O arquétipo do herói sempre está próximo do mártir.Assim tivemos outros exemplos como o “bode expiatório” Tiradentes que pagou por todos o que na verdade não havia feito como responsável maior. Era apenas um alferes e não comandava o movimento.
Acho que não preciso ir mais longe na História até o “Massiach” (Messias em hebreu) para explicar como a coisa se processa e funciona e como o povo é corruptível e manipulado.Portanto, sempre faço questão de dizer para todos que não devemos esperar por lideranças , os tempos são outros e podemos fazer uso de nosso potencial de liderança sem necessitarmos de uma condução única. Aí está o valor da conscientização e clareza de objetivos.Muitos , diversos , milhares, milhões de líderes de si próprios lutando por uma causa comum . Esta é a solução que nenhum poder instituído poderá assassinar, esquartejar, crucificar ou matar na fonte um ideal!
Escapando da "Matrix"
Sabemos que é difícil lutar contra esta “Matrix” que se instalou em nossas vidas através de um longo condicionamento cultural de massas. Não podemos culpar somente os veículos de comunicação que surgiram na segunda parte do século passado, como a televisão e posteriormente os computadores pessoais e a Internet por esta passividade e falta de vontade em atuar diretamente na condução de nossos destinos. A submissão e o ócio sempre existiram em todas as épocas de um modo ou outro, separando as pessoas em dois grupos. Os líderes e os liderados. Claro que em qualquer grupo sempre existirão aqueles mais rebeldes ou dinâmicos, que não se conformam com condições em que vivem e tentam mudá-la. Outros também desejosos de mudanças esperam que algo aconteça para que possam ou não tomar partido em busca de uma solução, mas ainda não têm uma visão clara de como agir. Isto também é normal devido ao afastamento progressivo a que somos submetidos pelo tipo de vida que nos é imposto, daí o sucesso de programas como o Orkut, principalmente em países similares ao Brasil. Somos por natureza comunicativos, mas nos faltavam recursos para exercitarmos a crítica e o debate. Nossa atenção estava voltada aos prazeres e carências imediatos, favorecidos pelos “chats” e e-mails. Vieram os aplicativos de comunicação mais direta como o ICQ, MSN, Yahoo, Paltalk. Ainda assim observamos que são usados na maioria das vezes apenas por motivos outros que não a troca de opiniões mais sérias.Estamos acompanhando a velocidade e volatilidade das informações, perdendo a concentração, a paciência, a reflexão. Precisamos deixar de acompanhar, para forjar os acontecimentos. Acreditar que podemos transformar nossa realidade em algo muito melhor .
A idéia é esta. Mantermos a mobilização, buscando pessoas com iniciativa ,que não se conformam em ser meros espectadores ou figurantes.Cada um terá de exercer a sua liderança e participar ativamente visando um único objetivo, qual seja, uma nova Constituição e a instauração de uma verdadeira Democracia Direta em nosso país.
Seremos os primeiros do mundo com uma democracia sem partidos políticos, onde o povo será o protagonista principal.Cada um tem seus conceitos e pontos de vista, divergências sobre métodos e meios, fazem parte da pluralidade de tendências que o movimento se propõe a “ecumenicamente” abranger, representando uma voz comum acima de ideologias. O mais importante é que passamos por cima de discussões intelectuais para nos mantermos coesos no rumo certo do que queremos para o Brasil.
Mobilização
Nenhum partido político tem ou terá maioria suficiente para mudar a constituição.Criar um novo partido é muito mais difícil e inútil, do que usar o que já existe de recursos constitucionais de pressão popular. Mobilizando umas 300.000 pessoas em cada uma das 5 mais importantes capitais do país, agindo coordenadamente em atos de protesto direto e indireto,causaremos uma crise por descrédito nas instituições, usando os meios de Desobediência civil apontados nos 3 itens iniciais da introdução. Pode parecer difícil sem o total apoio da grande mídia, porém, existem as ONGs, universidades e a Internet.O voto nulo é um dos artifícios capazes de provocar a desestabilização do sistema sem que haja confrontos diretos.Seremos um “governo paralelo”, composto por pessoas com uma nova mentalidade e projetos próprios a serem divulgados.
A Participação
“O passado é o profeta do futuro!”
O que isto significa, senão olharmos para a História, para prevermos o futuro provável? Sim, porque observando erros e acertos de fatos do passado poderemos ver refletidas tendências atuais que seguem o mesmo caminhos e fatalmente os mesmos destinos.
Temos um exemplo histórico de um movimento de intelectuais através de um instituto,ISEB, que foi simplesmente abortado pelos acontecimentos de 1964. Ou seja, apenas institutos e iniciativas nobres não mudam efetivamente nada. O que muda realmente é a ação coordenada de pessoas decididas a se mobilizarem, munidas de vontade e fé no que acreditam ser a solução válida para os nossos problemas. Não existe exército sem tropas, bem como estas, por si só não garantem a vitória. Não é a quantidade que importa, é a qualidade e preparo. Entenda-se qualidade , em relação ao equipamento (armas) e contingente disponível.O Brasil não sairá deste lamaçal sem uma profunda,drástica e total revolução de hábitos, costumes, mentalidade e administração.Projetos temos, soluções a médio prazo também, o que falta é a adesão consciente da sociedade que está desarticulada, embora em sincronia no que se refere ao grau de indignação. Muitos criticam, protestam, por todos os meios, porém, independentemente, sem força e atuação na prática. Reunir grupos de intelectuais e representantes de segmentos para elaborar projetos não basta.Já vivemos a desordem, violência e a impunidade. Temos de “organizadamente” terminar o trabalho de desordenar ainda mais o sistema pela desobediência civil planejada.
Somente provocando uma crise institucional pela constatação e demonstração da ilegitimidade da representação política nefasta, poderemos ter voz ativa para mudarmos alguma coisa. Do contrário, serão mais papéis e dígitos ao léu sem aplicação concreta.Os tempos mudaram e muito rapidamente. Para se promover uma transformação ou revolução, não são necessários embates físicos diretos nem a participação majoritária de massas populares. Éramos ao todo uns 170 milhões de brasileiros então, se tanto, mas apenas algumas centenas de milhares , militantes de partidos e estudantes empolgados pela novidade que a rede “Plim-Plim” ajudou a deflagrar através de uma campanha subliminar de motivação psicológica,em sua mini-série “anos rebeldes”, escrita por um ativista político intelectual já falecido, foram às ruas protestar pedindo o “impeachment”, coisa que a maioria nem sabia do que se tratava. Em apenas alguns meses um presidente foi deposto, depois absolvido, porém destruído politicamente.Coisas bem piores ocorrem atualmente, porém, a maioria dos que estão no poder é exatamente a mesma que antes estava nas ruas e na Constituinte.Logo, um novo “impeachment “dificilmente sairá do Congresso. Vivemos dois pesos e duas medidas onde a Justiça é literalmente cega quanto ao quadro de sucessivos escândalos e descalabros políticos.Os estudantes” lavaram os rostos”, os políticos continuam a usar suas caras “deslavadas”!Só nos resta reagirmos ou assistirmos a tudo inertes e apáticos.

Homero Moutinho Filho

hmf_sp@yahoo.com.br




BRASIL S/A

Imaginemos que somos uma enorme S.A.
Imaginemos ainda que esta S.A. é regida por uma política de economia solidária , como numa imensa cooperativa onde cada um contribui conforme seus esforços e méritos para produzir um resultado que mantenha esta S.A. funcionando e lucrando para o bem comum .
Quem vocês colocariam nos cargos de gerência e administração?
Quem seriam os funcionários desta mega-empresa?
Qualquer especialista em O & M (Organização e métodos) diria que o objetivo é a otimização do sistema , ou seja , menores custos, maior rendimento e lucros de produção.
Pois bem, se é assim por que não administramos este país como uma mega-empresa visando não só a otimização, como também a satisfação básica dos seus funcionários?
A resposta é simples, não queremos, por questões ideológicas condicionadas desde nosso primeiro banco escolar, acreditando que ideologias fazem a diferença e que somente a nossa é certa , a dos outros é errada e devemos combatê-la até a morte mesmo que isto signifique a falência do nosso país ou “Mega-empresa S.A.”
Deste modo, cada partido torce para que os outros adversários, no poder, se esborrachem ,fracassem, para poder alicerçar sua futura campanha, não um objetivo de benefício geral, porém algo mais perverso e fisiológico de sobrevivência política em detrimento da nação como um todo!
Isto não me parece ser uma mesma sociedade coletiva . Parece-me mais uma antropofagia oportunista e cruel!. Quem come quem e quem ganha com o fracasso de quem?
Numa empresa que se preza , há uma direção e esperamos que honesta, com bons propósitos de crescimento e evolução dentro de um esquema que considere aspectos gerais de bem estar e estímulos à produção.
Qual o objetivo de uma empresa?
Lucrar, crescer e se sustentar em ritmo ascendente. Quais os parâmetros de uma eficaz otimização interna dentro de um contexto de produção onde as variáveis (pessoas, funcionários, trabalhadores em geral, relações entre diretores e esquema decisório) mais freqüentes estejam presentes?
Os mesmos de qualquer organização, seja ela de produção ou simples entidade com hierarquias e funções precípuas não?
Pois bem, acho que devem estar entendendo à esta altura do campeonato onde quero chegar.
Quem você escolheria para planejar e administrar a economia e desenvolvimento da nação?
Um sindicalista? Um Economista? Um intelectual esclarecido? Um pastor evangélico? Um desportista?
Bem... para satisfação de razoáveis exigências mínimas básicas, penso que qualquer um escolheria entre “um economista ou um intelectual esclarecido “ para não ingressarmos no túnel virtual sem volta da psicopatologia crônica.
Coloquem um macaco numa loja de louças e terão um estrago total, por outro lado escolham uma equipe capaz e terão lucros !
O resto é baboseira de apregoar que todos têm direito “ideologicamente” de se alçarem ao poder por conta de uns milhões de crédulos iludidos,que acreditam neste provável “salvador da pátria eventual vindo do nada, capaz de mudar o destino dos injustiçados e “descamisados”!
Está provado que uma vez no poder esquecem as origens se empanturram de luxo e mordomias, como uma criança insatisfeita e gulosa!Querem distância das origens, detestam lembrar de onde vieram e apenas conservam a atitude demagoga de se igualarem aos demais em grosserias e gafes por “falsa ignorância marketeira”.
Portanto, se queremos mesmo um Brasil eficaz e forte, capaz de dar satisfação aos seus “acionistas solidários” , NÓS, teremos de ser um tanto “pragmáticos” e realistas ao lidarmos com direitos e funções dentro de um esquema Macro e mais importante , se não quisermos estagnar nesta eterna decepção democrática e lamaçal de esperanças!Paremos de bobagens ideológicas passemos ao que importa, nossa felicidade e bem estar comum !
Homero Moutinho Filho

A prova

Como prova de que a "sincronicidade" citada por mim em meu manifesto abaixo, "Baratas & Baygon",existe e está acontecendo, transcrevo um artigo da lista de "e-mails" do prof. e consultor de Economia Ricardo Bergamini, datado de 25/01/2004

Brasil: Uma Nação Órfã

“Guerra Civil ocorre quando a Nação não mais se reconhece em seu Estado”. (Ricardo Bergamini)

Ricardo Bergamini

Enquanto Estado designa a organização de uma comunidade, a idéia de nação exprime esta comunidade em si mesma, cuja unidade é vivida, reconhecida pelas consciências, fora mesmo da ordem que o Estado aí faz reinar.

A pátria é, etimologicamente, a “pátria terra”, terra dos pais, esse lugar da terra onde nascemos. A pátria é um valor, certamente. Mas é preciso não sacrificar a esse valor outros valores também preciosos. Não nos fiemos no nacionalismo, caricatura do verdadeiro patriotismo. Não exijamos em nome do patriotismo, que nossa pátria oprima injustamente os mais frágeis, sejam internos ou externos. Existem valores de justiça, de verdade, que são valores universais e que transcendem a todas as pátrias.

Nenhuma das figuras supracitadas é suficiente para criar uma nação. A nação repousa, antes de tudo, sobre a vontade de seus membros, sobre sua consciência e seu desejo de formar uma nação. Foi o que disse Renan em uma página célebre:

“Uma nação é uma alma, um princípio espiritual. Duas coisas que, verdadeiramente, não são mais que uma, constituem essa alma... Uma está no passado, a outra no presente. Uma é a posse comum de um rico legado de lembranças, a outra é o sentimento atual, o desejo de viver em conjunto, a vontade de continuar a fazer valer a herança que recebemos indivisas. Possuir glórias comuns no passado, uma vontade comum no presente, haver realizado grandes coisas em conjunto, querer realizar mais ainda, eis as condições essenciais que formam um povo”.

Os árabes, por exemplo, possuem um sentimento muito intenso de sua comunidade e formavam, de qualquer modo, uma nação desde os tempos em que eram nômades.

Os Estados Unidos tomaram consciência de si mesmos e surgiram como nação na guerra de independência contra a Inglaterra.

Nação é imutável. Estado é mutável.

Vamos aproveitar o momento de grave crise econômica, política, social e institucional que está vivendo o Brasil para iniciarmos um movimento para construção de uma nação brasileira. Para isso temos que abandonar definitivamente essa nossa visão míope corporativista de grupos, falanges e patotas. Além de ser fundamental abandonarmos também nossa visão mesquinha apenas do pecuniário e de vaidades pessoais (títulos, cargos e patentes). Vamos doar nosso saber e conhecimento para esse movimento, sem nada pedir em troca.

Vamos dar o primeiro passo, mesmo sabendo que seremos humilhados e desprezados em um país onde historicamente sempre foi considerado crime criticar o “Big Brother” (Estado Brasileiro) autoritário, ditatorial, falido, perdulário e corrupto.


O autor é professor de Economia e consultor.

Manifesto "Baratas & Baygon"

Carl Jung abordou o fenômeno da SINCRONICIDADE para explicar ações similares oriundas do inconsciente coletivo. Penso que isto esteja ocorrendo conosco no momento, de maneira espontânea e em progressão geométrica, graças aos recursos da Internet. A indignação é unânime, o desejo é único, a solução está em nossas mãos e vontades. Recebo “forwards” em perfeita sintonia com o que vimos há tempos propondo em sites como o ORKUT, qual seja , um grande movimento civil sem lideranças ou políticos, em prol de uma mudança de mentalidades no intuito de despertar consciências capazes de dar este “BASTA” que é por todos exigido. Estamos num trem sem maquinista. Ou tomaremos o controle dos rumos deste país ou rolaremos abismo abaixo. Não é mais caso de apenas uma ONG, para exercer pressão sobre os governantes, é questão de uma firme tomada de posição para a restituição ao povo dos valores e princípios básicos a serem respeitados numa sociedade, sem os quais não sobreviveremos e seremos tragados pela anarquia e barbárie. A impunidade é flagrante, o governo e a mídia vêm nos forçando a aceitar transformações nem sempre desejáveis ou digeríveis , pois contrárias aos nossos anseios e valores interiores. A “democracia” inexiste , nosso voto vale o mesmo que o de um meliante ou marginal, não somos consultados sobre quaisquer medidas ou decretos e nossa voz é mínima em termos quantitativos num sistema que não leva em consideração o mérito e a capacidade de discernimento dos cidadãos. Vivemos de “pão e circo” e se não nos agradar a festa só nos resta o voto nulo, isto quando realmente conseguimos resistir aos apelos da propaganda e das pesquisas que provocam reações de receio pela vitória de algum candidato pior e acabamos engrossando as fileiras dos votantes no menos medíocre. É chegada a hora de uma verdadeira DEMOCRACIA DIRETA, autogestão, onde possamos opinar, decidir e solucionar os problemas que nos afligem.Não esperem de políticos ou partidos medidas neste sentido, como já citei em outras ocasiões; seria esperar que BARATAS PATROCINEM O BAYGON ! Eles virão com evasivas e resistências, pois não querem largar o osso e estão comprometidos até os cabelos com poderosos interesses que financiam as campanhas, inclusive o crime organizado.Temos os meios, nosso avançado sistema eleitoral além da rede lotérica, servem perfeitamente para consultas e plebiscitos, rápidos e eficazes. Isto eliminaria de vez a orgia de negociações políticas,”lobbies”, conchavos e compra de votos. Por que não, também reestruturar o Judiciário e o Executivo? Para uma mudança de regime ou alteração na Constituição, bastaria a união de forças em votação direta sem a intermediação de “representantes”. Não necessitamos de representação partidária alguma, que só desune o povo causando antagonismos, somos suficientemente preparados para a administração de nossa região, estado e país. Tudo depende de planejamento adequado e divisão de responsabilidades. Para isto somos profissionais, técnicos, doutores, especialistas, etc. O dinheiro do suborno e da corrupção aparecerá e sobrarão recursos para promover obras, com licitações honestas, criar empregos locais, organizar conselhos de administradores e órgãos fiscais. Vamos dizer de uma vez por todas “NÃO” ao populismo e demagogia, “NÃO” às divisões ideológicas, “NÃO” aos corruptos e impunes! Mobilizar todos os recursos legais de repressão para o combate direto aos responsáveis pela violência urbana e tráfico de drogas. Reduzir as desigualdades, livrar as comunidades carentes de seus exploradores, ampliar o apoio assistencial, incentivando e reconduzindo o menor aos estudos, oferecendo mais oportunidades de educação, formação profissional de melhor qualidade e encaminhamento ao mercado de trabalho.
Apoiar a atualização tecnológica de nossas forças armadas e participar voluntariamente na defesa da soberania nacional , ameaçada pela cobiça de potências estrangeiras.Promover uma reforma agrária justa e de maior eficácia, por meio de mecanismos que possibilitem a colaboração espontânea dos proprietários rurais e grandes empresas. Eliminar todos os impostos, inclusive o IR para pessoas físicas com renda até 50 salários mínimos e jurídicas até 100, com a criação de uma taxa única sobre o consumo. Não é um sonho nem utopia, é viável e executável.Os brasileiros não precisam aprender a votar, precisam aprender a GOVERNAR! Podemos construir a primeira nação verdadeiramente democrática do mundo. Vamos nos unir, trocar idéias, coletar endereços de “e-mails”, manter contato, organizar grupos de divulgação, núcleos de ação, usando a Internet e outros meios ao alcance além de manifestações públicas. Estes “núcleos” já estão sendo estruturados e vamos ampliá-los em vertiginoso crescimento até que as hordas do “poder” e os políticos oportunistas sintam nosso potencial e força! “SPRAY” neles !


Homero Moutinho Filho
hmf_sp@yahoo.com.br
OBS:transcrito do original postado em 26/10/2004, na comunidade Brasil 2022 do Orkut e posteriormente nas minhas comunidades Movimento Brasil Nova Era e Baratas e Baygon.