sábado, janeiro 21, 2006

Ricardo Bergamini

Mais um texto enviado por nosso amigo, ilustre consultor e prof. De Economia Ricardo Bergamini
(S.C.)








“Quem não usar os olhos para ver, terá que usá-los para chorar”
(Foerster).


Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior – Fonte BCB

Base: Ano de 2004

Um total de 11.659 pessoas físicas e jurídicas, na Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE) relativa ao ano-base 2001 declarou um montante de US$ 68,6 bilhões. No ano-base 2004 um total de 11.245 pessoas físicas e jurídicas declarou um montante de US$ 93,2 bilhões. Aumento de 35,86% no montante declarado.


Arquivos oficiais do governo brasileiro estão disponíveis aos leitores para consulta. Basta me solicitar.

Reflexão

ONU adverte que o mundo está mais desigual do que há dez anos

Agências Internacionais (25 de agosto de 2005)

De acordo com o relatório, no início dos anos 90, os 10% mais ricos dos países da América Latina detinham até 45% da renda nacional. No início deste milênio, essa diferença aumentou em oito países e o Brasil, que está entre os três países mais desiguais do mundo, detém o recorde da região: os 10% mais abastados têm uma renda equivalente a 32 vezes o que recebem os 40% mais pobres.

A região também perdeu espaço no mundo. Em 1980, América Latina e Caribe tinham uma renda per capita média de 18% dos rendimentos dos países mais ricos do mundo. Em 2001, os ganhos aqui eram de só 12,8%

dos obtidos nas nações mais prósperas.


Ricardo Bergamini

rberga@globo.com
www.rberga.kit.net

(Comentário meu)
É muito dinheiro a custa de tanta miséria!



Marilia Becher

Enviado por nossa amiga , representante em Curitiba P.R. , membro do MBNE, "ongueira" ambiental, Marilia Becher (Foto) que tem um belo fotolog "Poetisa" .





Rédea Solta - Movimentos não se constroem ao acaso


A partir dos próprios movimentos das ONGs é que surgiram os Órgãos Públicos Ambientais. A discussão ambiental fornece elementos indispensáveis para a consolidação da futura ampliação democrática.
-Quando?
Quando houver mudança de comportamento, de educação, de resultados, de valores humanos.
Principais conflitos:
-Capital-Lucro
-Preservação-Desenvolvimento (conciliar)
-Interesses políticos (principalmente em relação ao desenvolvimento e economia - industrializar ou não)
-Conflitos da Sociedade Civil: moradia, qualidade de vida, de saúde, de trabalho.
Os movimentos ambientalistas possuem origens anarquistas, pois houve muita luta da natureza pela natureza.
As ONGs ou movimentos sociais são de extrema importância, embora enfrentem dificuldades, decepções e críticas.
É através da cidadania do voluntariado confrontando os interesses da ganância que a sociedade estabelece maneiras de ser mais humano, preocupar-se com o futuro de seu semelhante, da sua vila, da sua cidade, do seu país e do seu planeta.
Para tal é preciso um resgate: o da sensibilidade.
Um sonoro não à indiferença, à cegueira, ao individualismo, às rédeas curtas.
O que se percebe é que o cidadão que peregrina por esse universo ambiental (movimentos sociais -ONGs) cada vez mais se enreda, se apaixona, não se afasta, porém se questiona muito.
-Quais das demandas (são milhares) priorizarmos?
-Porque essa luta anônima e tantas vezes desacreditada?
-Porque os representantes do povo não levam adiante os anseios
básicos da Nação?
-Porque não se unem a elas?
-Porque nos vêem somente como redutos eleitoreiros?
"Infelizmente é difícil escolhermos um verdadeiro representante do povo."
Aqui enfatizamos, mesmo tendo consciência da inoperância governamental, uma cobrança para aqueles políticos que não levam adiante os ideais para o bem das comunidades que são a verdadeira escola de necessidades ambientais.
O legítimo aprendizado se dá no momento em que percebemos o significativo potencial da massa brasileira sendo jogada ao protecionismo vergonhoso (propósitos indignos dos governantes) e oprimidos em seu próprio território.
É...há muito tempo evidenciamos a pobreza nas invasões das periferias com seu pedágio para a criminalidade organizada, a prostituição requintada dos bordéis de luxo e os de estrada, os rios imundos, os desmatamentos e tantos outros assuntos em pauta.
Os moradores das áreas centrais têm medo das vilas porque sua vida é violenta (segundo a mídia divulga). Os moradores das vilas têm medo das áreas centrais porque tudo é muito rápido. Os sinaleiros, os carros e as palavras que eles não sabem ler.
Mas...sabemos de bairros humildes, bem tratados, com famílias amorosas e solidárias.
O Brasil está desordenado: é a crise, o desemprego, a miséria crescente apesar das novas indústrias e de todo arsenal desenvolvimentista que aqui se monta. Mesmo contando com tamanha propaganda, ainda não resolveram problemas básicos como a canalização de esgotos para todos.
Apenas um exemplo...
Anos 70-Brasil, progresso, o celeiro do mundo...nesta década vieram para o nosso país os agrotóxicos. No Paraná, o Banco do Brasil obrigava o pequeno agricultor-produtor (quando do pedido de financiamento) a tirar uma porcentagem em maquinários e 15% em agrotóxicos (uma exigência da Inglaterra e Estados Unidos).
Atualmente temos a "Monsanto" com os "transgênicos" e sua bagagem irreversível quanto aos danos causados ao solo e o controle escravizante do poder econômico.
Maracutaia vinda e aceita, mesmo com os protestos de várias organizações.
Os resultados chegaram e as multas são aplicadas. Resta sabermos o que pensam os "colaboradores desprevenidos". Nem pensam nos danos, não se iludam!
"As malas estão recheadas, assim como as contas voadoras da nossa política nacional."
Nas questões ambientais o funcionamento é inter-relacionado, uma organização e unificação de lutas. Uma política de lutas. O legislativo é muito desinformado destas questões.
A conquista de espaços deve ser ampliada e melhorada, abrangendo tanto quanto for possível as inovações e os desafios que ora despertam os interesses coletivos.
Diante da opinião pública os órgãos não governamentais sérios atuam como fiscais das atividades do setor público e como mediadoras da população.
A sociedade precisa de conciliação entre diversos setores para resolver seus problemas.
Nosso Brasil não necessita de esmolas, faixas de inauguração atreladas a interesses próprios, rostos maquiados e sorridentes posando para a mídia.
"Isto não implica em nos tornarmos contrários a tudo que se faz, a questão é que se faz muito pouco ou quase nada."
O desafio é sermos criativos e inovadores. A integração existente entre governo-população é no limite do necessário. Esta situação de trabalhar "intra-muros" não minimiza as condições deficientes da pobreza, da fome, da educação.
A intenção da maioria é consertar ou, talvez, podarmos alguns galhos podres que confundem a cabeça dos inocentes.
Sim! Ainda temos determinação, ideais e ações na transformação de um tempo que avança através de alianças fortes e intenções limpas.


Daniel Caixão

Texto enviado por nosso amigo , "ongueiro" de terapias alternativas e filosofia oriental, membro do MBNE de R.J. Daniel Caixão (foto).







Quem comanda no mundo?
Com a autonomização da economia e o enfraquecimento dos Estados-nação é ilusório pensar que os presidentes eleitos sejam os que têm o comando sobre o pais. Quem decide os destinos reais do povo não é o Presidente. Ele é refém do Ministro da Fazenda e do Presidente do Banco Central que por sua vez são reféns do sistema econômico-financeiro mundial a cuja lógica se submetem. Quando o Presidente Bush fala à nação muitos seguramente o escutam. Mas quando fala o presidente do Federal Reserve (Fed) a nação inteira pára. O que ele tem a dizer significa a vida ou a morte de muitos empregos e do destino de empresas.
Os donos do mundo estão sentados atrás dos bancos, são os que controlam os mercados financeiros, as taxas de juros, as infovias de comunicação, as tecnologias biogenéticas e as indústrias de informação.Imensos conglomerados privados atuam a nivel planetário. Sem perguntar a ninguém e sem qualquer controle dilapidam o patrimônio comum da humanidade em benefício próprio. Desflorestaram em poucos anos 800.000 hectares das ilhas de Bornéu, Java, Sumatra e Sulawesi. Os incêndios projetaram fumaça do tamanho de meio continente. Esses mesmos grupos mancomunados com os nossos atuam agora na floresta amazônica. As leis de proteção ambiental são inoperantes face à fúria de conseguir dólares via exportação para o pais fazer frente aos compromissos da dívida externa e interna. O agro-negócio implica desflorestar, liquidar a biodiversidade, homogeneizar a produção em escala.

Esta lógica funciona no sistema globalizado mundial, criando desigualdades e devastações ecológicas lá onde se implanta. Para 2010 prevê-se que as florestas tenham dimuido em 40%. Em 2040 o aumento dos gases de efeito estufa podem provocar um aquecimento entre 1ºC a 2ºC elevando o nível das águas oceânicas a 0,5 a 1,5 metros afetando milhares de cidades costeiras. Seis milhões de hectares de terras férteis somem por ano sob o efeito da desertificação.As doenças infecciosas de todo tipo viajam à velocidade dos mercados. A Aids é uma pandemia na Africa. A expectativa de vida da África subsaariana diminuiu já sete anos e em outros paises como Uganda, Zimbáue, Zâmbia recuou dez anos. No ano passado a produção econômica de Quênia, por causa da Aids, caiu em 14,5%. A África é um continente abandonado à sua própria desgraça, sequer merece ser explorado. O Papa faz discursos irresponsáveis.


Se houvesse um pouco de humanidade e compaixão entre os humanos bastaria que se retirasse apenas 4% das 225 maiores fortunas do mundo para dar comida, água, saúde e educação a toda a humanidade. Estes são dados da ONU de 2004. Enquanto isso 30 milhões de pessoas ainda morrem de fome e dois bilhões são anêmicos.Teremos tempo para que a desintegração se mostre criativa? Uma leve esperança se anuncia um pouco em todas as partes do mundo, em Seattle, em Gênova, em Porto Alegre e nos Fóruns Sociais Mundiais. Ai surge um anti-poder que pede uma nova justiça planetária, uma taxação significativa dos capitais especulativos, a introdução de uma renda de existência a todos os habitantes da Terra não para subsistirem mas porque simplesmente existem. A aplicação rigorosa da ética da precaução e do cuidado em questões ambientais. Esperanças. Que tenham a força da semente.


*recebido por e-mail.