Muitos estavam preocupados que a campanha do Voto Nulo não alcançasse o “povão”, ficando apenas na esfera “internáutica”, resumida a uma classe mais informada e participante.
Não é o que estamos vendo, pois a Internet atinge todas as camadas, até mesmo favelas e comunidades carentes, embora em menor proporção e não chegue aos “grotões de pobreza” dos sertões .
Seriam uns 15 milhões os usuários oficiais fora os eventuais que usam PCs em conjunto ou em cyber-cafés e lanhouses.
Imaginamos algo ao redor de 20 milhões, no mínimo .
Cada usuário tem um potencial de influência em seu meio, nas escolas, universidades, trabalho e amizades, como já explicamos no texto de 01/06 .
O desespero do TSE e dos partidos políticos, promovendo campanhas contra o Voto Nulo acabou nos favorecendo, chamando a atenção para o movimento.
A mídia também se mostra interessada em acompanhar este fenômeno de rejeição e protesto espontâneos, que ameaça se multiplicar em progressão geométrica, apesar de grande parte dela ter seus interesses e tendências ideológicas definidas.
Não há dúvida que, de todos os lados, virão críticas e tentativas de “mascararem” nas pesquisas esta possibilidade crescente de votos anulados.
Mais de 95% dos que se decidiram pelo Voto Nulo e voluntariamente estão atuando para divulgá-lo são jovens, inconformados com tanta sujeira e impunidade por parte da classe política. Os pequenos partidos que pretendem seguir os passos do PT, tentando recrutar seus militantes nesta faixa etária, terão muitas dificuldades, podendo não conseguir os tais 5% de votos que a “cláusula de barreira” exige para que sobrevivam.
Há diversos argumentos contrários ao Voto Nulo, amplamente utilizados pelos nossos adversários:
1-Que é “ANTI-DEMOCRÁTICO”.
-Anular o voto é demonstrar que não acreditamos em nenhum candidato, sendo, portanto, um ato de protesto e opção consciente, visando demonstrar o nosso repúdio e insatisfação ante este cenário político que temos .
Não desejar escolher o “menos pior” e preferir um “NÃO” a todos é uma decisão que deve ser respeitada como manifestação democrática.
2-Um “TIRO NO PÉ”.
-Este é um dos argumentos mais repetidos, mas que não se sustenta nem tem fundamentos concretos que provem esta afirmação.
De nada adianta dizerem que se não votarmos nos “menos piores” permitiremos que os mesmos políticos envolvidos em corrupção se reelejam.
Ora isto é uma chantagem psicológica sem base alguma .
Estes políticos “compram” seus votos, com empregos, favores, dentaduras, presentinhos e cestas básicas, não dependem da opinião pública e serão reeleitos queiramos ou não!
Nada mudará, se continuarmos elegendo uma meia dúzia, de “menos medíocres”, se continuarão lá dominando o Congresso quase a totalidade dos parlamentares corruptos.
Por outro lado, não devemos esquecer que todos são eleitos pelo “caixa 2” de seus partidos, não importando as “carinhas de santos” ou “pureza ética” que tentem nos fazer acreditar.
Quem investe entre 4 e 10 milhões para ganhar de salário 7 ou 10 mil mensais?
Como compensarão este investimento e de onde vem o dinheiro para se elegerem ?
Melhor que todos voltem reeleitos mesmo, para aumentar a indignação popular e virarmos a mesa fechando este Congresso espúrio, exigindo mudanças constitucionais drásticas!
3-Melhor “CONSCIENTIZARMOS” o povo.
-Só se comprarmos a rede Globo !
Parem com esta ilusão boba de que, uma minoria ínfima, poderá “conscientizar” as massas alienadas e desinteressadas neste tipo de “doutrinação” política , de uma classe que se diz esclarecida, mas na verdade deseja “fazer a cabeça” do povo conforme os seus valores e interesses .
Onde já se viu esperarem “conscientizar” mais de 140 milhões ?
Dominam a mídia e as grandes redes ?
Caiam na real !
Nem em mil anos conseguiriam este feito .
Quanto mais o tempo passa mais alienação e condicionamento pela mídia temos.
Viram como não se sustentam por si só, os argumentos contra o Voto Nulo e são facilmente refutáveis ?
Homero Moutinho Filho
Eu quase me despedi , até tentei, mas as responsabilidades de nosso movimento me fizeram recuar e reavaliar tudo .
