Corruptômetro quer ser alerta contra desvios
Entidade calcula em 32% da arrecadação dinheiro sugado por corruptos; valor chega a R$7,4 mil por segundo
José Carlos Pegorim
jpegorim@destakjornal.com.br
Somou-se tudo. De PC Farias, o tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello - passando pelos anões do Orçamento, os empréstimos do Proe, precatórios, as contas CC5 do Banestado, gafanhotos - ao dinheiro na cueca, mensalão e mensalinho. Os escândalos que infestaram a crônica política do país entre janeiro de 1990 e setembro último ganharão no dia 25, às vésperas do 2° turno, um indicador: o corruptômetro, site anuniado ontem em São Paulo. Nele, o contribuinte lesado vai saber quanto custaram os sucessivos ataques aos cofres públicos.
Na trilha do impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, o estudo feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), calculou em R$2,14 trilhões, em valores atualizados, o rombo deixado por mais de 22 mil casos de corrupção bem doumentados.
O IBPT estima que a corrupção engole cerca de 32% da arrecadação públia de tributos. É só uma estimativa, mas não deixa de ser um raiocínio instigante: o desvio seria de R$642 milhões por dia, R$26,8 milhões por hora e R$7,4 mil por segundo.
Ainda segundo o IBPT, 13% do total se refere a dinheiro que não é aplicado onde deveria, 11% equivale a superfaturamento e 8% foi pura e simplesmente para o bolso do corrupto. "O importante é medir o desvio do dinheiro público e mostrar o que poderia ser feito com ele", diz Gilberto Amaral, presidente do IBPT. O site ainda está em onstrução e será divulgado no fm do mês.
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Comentário meu:
R$2.140.000.000.000,00...
ou 2,14 trilhões...bem documentados!!!!!!
E como todos nós sabemos, nem 10% dos atos de corrupção que são cometidos são descobertos, investigados e seus atores punidos...uma parcela de dinheiro MUITO menos volta aos cofres públicos! Isso quer dizer que poderíamos aumentar esse número em 5, 10 vezes que ainda não cobriría o total de dinheiro desviado...
Agora vamos fazer uma conta?
Quanto custa um hospital?
E uma escola?
Quanto custa um programa de re-alfabetização?
E bancar uma queda nos juros para gerar mais empregos?
Pois é...
BRASIL!
(por Lourenço Zein, matéria do jornal Destak, distribuido nos metrôs de São Paulo e manuscrita por mim)