Mais uma vez insistiremos em nossa hipótese de uma reviravolta, que implique num final emocionante dia 29. Reafirmamos também, que poderemos ter um caso semelhante ao da eleição norte-americana e da mexicana, com muitas discussões e disputas em função da estreita diferença no resultado das urnas.
Citamos os dias 22,23 e 24 como cruciais, com aumento da crise.
As novas provas de envolvimento de todos os homens do palácio (assessores especiais e secretários diretos)
que cercam o presidente, acirraram os ânimos e ainda teremos mais nas próximas 48 horas.
O livro lançado pelo ex-assessor de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho, é um petardo anunciado como capaz de derrubar o governo, pela acusação da participação direta do presidente no esquema do “mensalão”, testemunhando as negociações entre Lula e o PL na compra de apoio quando da eleição de 2002.
Comissões do Congresso anunciaram hoje que desejam convocar o filho de Lula, para responder sobre acusações de participação em poderosos “lobbies” junto ao governo, através do favorecimento da Telemar.
O cerco se fecha, independentemente das resistências deflagradas pela organização "PTabajara", usando de seus simpatizantes na mídia.
Sem rainha, bispos, cavalos e apenas com uma torre ao seu lado (popularidade), exceto alguns peões avançados (cúpula petista ainda em ação), o "rei" está ameaçado de um inevitável “xeque-mate” , gostem ou não aqueles que preferem empurrar com a barriga decisões drásticas, preferindo o eterno conchavo pacificador de interesses.
Alertamos há meses, desde 2005 quanto a uma enorme crise, onde a hipótese de uma intervenção militar não deveria ser descartada, pois o ambiente político entrou em colapso, muito pior do que em 1963/64.
Num país onde mais de 70% da população se declara de direita e centro, com posições claramente consideradas “conservadoras”, a repetição de 1964 seria saudada novamente nas ruas sem o menor constrangimento, como um "alívio".
A mídia, com exceção da “Plim-Plim” , não exerce mais a influência de antes, no passado, quando a classe média era bem mais expressiva e formadora de opinião.
Redes de TVs são concessões precárias e suas transmissões podem ser impedidas numa simples ocupação.
O “povão” é completamente desarticulado.
Só restam o crime organizado, centrais sindicais e alguns movimentos sociais, como potencial de resistência em favor deste governo de delinqüentes .
Os do “bolsa-família” continuarão suas vidinhas, sem saírem às ruas em apoio ao seu “paizão” protetor.
A História está repleta de exemplos desta letargia popular quando se trata de garantir governos.
O legislativo e o Judiciário estão totalmente desmoralizados perante a opinião pública.
Estamos fartos de saber que os dilatados prazos para o julgamento final de todos os envolvidos em CPIs e denúncias ultrapassarão 2008, podendo acabar em “pizza” .
Nossa Justiça é lenta, anacrônica, formal em demasia e ineficaz.
Parte significativa da classe média está em “pé de guerra”, irritadíssima pelo descalabro moral que infesta a nação.
Tudo caminha para um desfecho de graves proporções em clima de "guerra civil", dependendo dos resultados da eleição presidencial.
Três cenários são possíveis:
1-Vitória insofismável de Lula, (embora não acreditemos nesta hipótese).
2-Vitória apertada de Lula.
3-Vitória apertada de Alckmin.
Na primeira situação, estaria "institucionalizado" o ilícito e sepultado qualquer resquício de ética no país.
Seria dificílimo a Justiça se impor a um “Estado de Fato” e não de“Direito”, com um irresistível fortalecimento da “camarilha aloprada” que se alojou no poder.
Batalhas jurídicas seriam travadas, porém, poderosos interesses do mercado financeiro e grupos empresariais tentariam “afastar” a hipótese de uma séria desestabilização do sistema .
Na segunda hipótese, teríamos um campo mais propício a um sangrento processo de impugnação e conseqüente tentativa de “impeachment” do presidente Lula, em vista da estreita margem de votos.
Um conflito entre poderes (Judiciário e Executivo) seria inevitável, requerendo a intervenção de outras forças para contornarem a situação evitando um caos total, pois Lula não hesitaria em lançar mão de todos os recursos para conservar o seu mandato, apoiado por um imenso esquema de “aparelhamento” do Estado, formado pela "nova burguesia sindicalista" em postos estratégicos do governo federal.
Desordens e manifestações pela mobilização destas forças que apóiam o presidente, acarretariam atos de repressão, pelos órgãos de segurança e Forças Armadas, face ao dever constitucional de preservarem a ordem e segurança públicas.
Como estas estão subordinadas ao comando máximo do presidente da República, poderiam ocorrer episódios de quebra de hierarquia, por um eventual “isolamento” do alto comando, fato de difícil ocorrência, por se constituir num dos dois pilares da instituição (hierarquia e disciplina) , porém, não impossível, devido ao descontentamento crescente nos meios militares quanto ao estado de imoralidade pública.
As freqüentes manifestações oficiais do Clube Militar, convenientemente “abafadas” pela imprensa, são um claro exemplo deste estado de “ebulição” existente.
A ocorrência simultânea de quebra de hierarquia e disciplina, provocou os acontecimentos de 1964.
Na terceira e última hipótese, com uma vitória igualmente apertada de Alckmin, uma avalanche de acusações e protestos contra o que classificariam de “golpe” e “conspiração das elites”, seria o estopim de um confronto direto, pois, uma vez conquistado o poder, “aparelhado” o Estado e controlados por subvenções os movimentos sociais e sindicatos, estas centenas de milhares, direta ou indiretamente dependentes da preservação deste poder que lhes é altamente vantajoso, jamais “largarão o osso”. Sairão em defesa de seus privilégios e sobrevivência com “facas entre os dentes”, o que, prontamente seria, dentro da Lei e Constituição, devidamente reprimido pela segurança pública e Forças Armadas, em defesa das instituições e Democracia .
Mesmo na hipótese de um processo de “impeachment” do presidente, para que uma mudança efetiva deste quadro geral se realizasse, a “vacância de poder” teria de ser declarada, por ato acima das atribuições do Legislativo, afastando por completo qualquer hipótese do vice-presidente, presidente da Câmara dos Deputados ou
presidente do Senado assumirem, devendo recair sobre o STF (Supremo Tribunal Federal), o exercício interino do governo, neste caso, por seu presidente, ou seja, sua “ministra presidente” atual.
De qualquer forma, nem isto resolveria, por razões mais do que conhecidas sobre a absoluta “inapetência” dos políticos por drásticas mudanças que afetem seus privilégios, imunidades e regalias.
Repetindo o lema principal, que deu título e originou o nosso movimento através do Manifesto “Baratas & Baygon”, reafirmamos que "jamais podemos esperar ou imaginar que as mesmas (baratas) patrocinem o seu veneno (inseticida)".
Não importando qual das três hipóteses ocorra nestas eleições, nenhuma transformação realmente benéfica nem quaisquer reformas poderemos promover, sem a suspensão dos direitos políticos e imediato afastamento desta corja de crápulas legalmente amparada por nossa Lei, investidos de poderes por esta falácia que é o vicioso sistema de Democracia Representativa.
Nova Constituinte ou Constituinte exclusiva não resolveríam nada, pois dependeriam dos mesmos partidos e políticos que estão aí , agora pior ainda, pela volta de quase todos os envolvidos em processos, os que escaparam da cassação e outros de bizarra expressão.
Infelizmente, devemos admitir que, para uma necessária mudança de mentalidade, com novos valores, hábitos e costumes, capazes de transformar um povo moralmente deformado em algo mais íntegro e digno do pleno exercício de seus direitos democráticos e cidadania, somente um caminho seria a “luz no fim do túnel” para a nossa caótica situação atual.
Uma REVOLUÇÃO, desde que, o resultado final seja o de pessoas honestas, justas, incorruptíveis, democratas, capazes, patriotas e dignas no poder.
Sem isto, nada mudará, somente piorará e muito, até a derrocada final do sistema.