Depois não reclamem !
Há decisões que podem e devem ser tomadas pela vontade da maioria, outras não.
Do mesmo modo, há situações e atividades em que poucos ou apenas uma pessoa tem a responsabilidade de decidir.
Alguns setôres estratégicos, principalmente os de serviços públicos, não podem ficar sujeitos a paralisações, sob pena de sérios prejuizos à população.
O de controle de vôo é um deles.
Face ao absoluto descaso do Governo Federal, desviando verbas públicas para medidas populistas e demagógicas, ao invés de investir neste setôr, que há muito dá mostras de congestionamento e necessidade de novos investimentos, constata-se quem é o verdadeiro responsável pela sobrecarga de trabalho, motivo alegado pelos controladores para reduzirem seu trabalho, justamente às vésperas do feriado, sabedores que o movimento seria intenso.
O comando máximo pertence à Força Aérea (brigadeiro Luis Carlos Bueno),embora esta esteja subordinada ao Ministério da Defesa (ministro Waldir Pires).
Observemos alguns fatos:
1) Waldir Pires (um anistiado) foi nomeado exatamente no dia 31 de março, (data da revolução de 1964) em claro ato de provocação do governo, visando humilhar as forças Armadas, fato este comemorado pela nossa dita "Esquerda".
2) 80% dos controladores de vôo são militares de baixa patente, proibidos pelo estatuto e regulamento de aderirem a greves ou se filiarem a associações profissionais.
3) Segundo se sabe, sargentos lideram este movimento que causou um verdadeiro caos, prejudicando dezenas de milhares de pessoas.
4) A punição destes militares cabe ao comando da FAB, não ao ministro da Defesa, pois é assunto interno da Instituição.
5) O sr. Waldir Pires não poderia, em hipótese alguma, ter entrado em negociação com estes militares de baixa patente, atentando contra a hierarquia militar, muito menos o ministro do Trabalho, porque os mesmos não estão amparados pelas leis trabalhistas.
6) Não fosse a imediata intervenção do brigadeiro Bueno, forçando seus comandados a permanecerem nos seus postos e convocando equipes de emergência para garantirem a normalização do sistema, os passageiros estaríam até hoje dormindo nos aeroportos, esperando que intermináveis negociações resolvessem o problema.
7) Questões que envolvam a segurança nacional e o direito de ir e vir dos cidadãos não podem ficar nas mãos de líderes sindicais ou representantes de associações profissionais.
8) A "desmilitarização" sugerida pelo ministro da Defesa é mais outra provocação direta, pois o mesmo sabe que hierarquia e disciplina são os dois pilares máximos das Forças Armadas e estas não aceitarão a "CUTização" deste setôr, sob pena de paralisação por greves ou sabotagem deste serviço de controle do espaço aéreo, afetando nossa segurança.
9) Num país continental como o Brasil, com tantos conflitos e divisões ideológicas, seria um suicídio entregar o comando deste serviço a "pelegos" politizados infiltrados até mesmo na FAB.
Em 1964 tentaram através de associações quebrar a hierarquia e disciplina dos militares.
O resultado todos sabem qual foi.
10) Os problemas com países vizinhos como a Venezuela, Bolívia e Colômbia (FARCs), são mais do que motivos de preocupação, para serem deixados sob a responsabilidade de elementos eventualmente seguidores de determinadas ideologias, ou cooptados pelo tráfico de drogas, que pudessem praticar atos de sabotagem ou se omitirem na vigilância.
11) Citar como exemplo os EUA, onde não existem radicais divisões ideológicas capazes de afetar a segurança daquele país, é querer mascarar a nossa realidade conflituosa de uma nação dividida entre opostos inconciliáveis.
12) Tudo que hoje existe de controle aéreo se deve a criação e organização dos militares, nos anos em que estiveram no poder.
Nosso espaço aéreo exige intensa vigilância em virtude dos vôos clandestinos, tráfico de drogas e armas, além da cobiça internacional de nossas riquezas naturais.
"Desmilitarizar" o setôr, num momento em que o PT já "aparelhou" praticamente todo a máquina estatal, seria o mesmo que entregar as chaves de um ônibus escolar a um motorista bêbado.
13) Para tudo há um limite, mas parece que a nossa pretensa "Esquerda" não se impõe freios, quando encontra terreno propício para mais avanços em seu projeto de poder, sem avaliar realisticamente as consequências de tais desaconselháveis ambições.
Esta total ausência de bom senso, sempre teve resultados funestos em nossa história.
A eterna tentativa de "minar" pelas bases a hierarquia e disciplina das Forças Armadas, como forma de executar o plano "Gramsciano" de tomada final do poder, nunca foi bem sucedida e já deveria ter servido de lição aos ainda seguidores desta anacrônica estratégia completamente defasada no tempo e não condizente com a nossa realidade.
Se insistirem nesta cegueira ideológica, acabarão precipitando um golpe militar.
Depois não reclamem.