terça-feira, março 14, 2006

Deu certo !

A tal "operação Asfixia" surtiu o efeito desejado, causando altos prejuízos ao narcotráfico. Enfim, "apareceram as armas".
Exército encontra armas roubadas de quartel no Rio
O Exército informou na noite desta terça-feira que encontrou os dez fuzis e uma pistola roubados no último dia 3 de um quartel no Rio de Janeiro. Segundo o chefe de Relações Públicas do CML, Coronel José Barreto, as armas estavam enterradas em um matagal nas imediações da favela da Rocinha, que foi alvo de uma operação com cerca de 200 militares nesta terça.
Leiam na íntegra aqui

ACERTAMOS !!!

Não deu outra senão o que vimos prevendo desde meados de 2005, cada fato que postamos em nosso blog e insistimos em afirmar com bastante antecedência, inclusive este, insistindo há quase um ano que seria Alckmin apesar da indefinição do PSDB e do que diziam os jornalistas!!!

FIM DA NOVELA

Senhores jornalistas!

E os "analistas pragmáticos" de plantão!
Que em nada acreditam ou crêem a não ser em suas "deduções lógicas".
Estudem mais o Esoterismo e façam mapas astrológicos dos candidatos, rs, não deixa de ser necessário, para tentarem acertar pelo menos uma previsão, já que nada sabem, apesar de suas "fontes fidedignas".
Acreditem no "imponderável" que nos faz afirmar desde meados de 2005 que o candidato presidenciável do PSDB será Geraldo Alckmin.
Vamos ver?
Aposto minhas fichas todas nisto!

IMPERDÍVEL !!!

Transcrito na íntegra da coluna de Hélio Fernandes de hoje 14/03/06 da Tribuna da Imprensa.
http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio


Em mensagem mediúnica de 1938

O marechal Deodoro condena o Brasil da corrupção de hoje

"Pátria brasileira!Abençoada pela fulgurante luz das estrelas do Cruzeiro do Sul, estás programada pelo Senhor da Vida para que sejas, em futuro não distante, o centro de irradiação do Evangelho restaurado.
Enquanto a humanidade sofre a noite terrível que se abate sobre a Terra, e tu experimentas, solo verdejante, a sombra dominadora do descalabro moral dos homens, na Consciência Cósmica que te gerou estão definidos os desafios e rumos para que logres as tuas conquistas em futuro próximo.Dormem, nas montanhas em que te apóias e na intimidade das águas oceânicas do Atlântico, que te banha de norte a sul, tesouros inimagináveis que te destacarão mais tarde no concerto econômico das grandes nações.
Embora a conspiração deste momento contra as tuas matas grandiosas, sobreviverás às ambições desconcertantes de madeireiros, pecuaristas e agricultores desalmados e dos conciliábulos nefandos que lutam pela destruição da tua Amazônia, que permanecerá como último pulmão da Terra, sustentando a sociedade que hoje se encontra sem rumo.Padeces, na conjuntura atual, a sistemática desagregação dos valores ético-morais, políticos e emocionais, os mesmos que abalam o mundo, mas esses transitórios violadores do dever passarão, enquanto persistirá a tua destinação histórica, Pátria do porvir!
Conseguiste libertar-te da mancha cruel da escravidão em etapas contínuas, que culminaram no gesto audaz da tua filha, que não teve pejo de, na ausência do pai, pôr fim ao abuso da exploração impiedosa do negro, também teu filho, no eito terrível e hediondo da perversidade.
Logo depois, já livre do jugo da pátria-mãe que te humilhava, pondo-te em subalterna situação, aspiraste por vôos mais altos, que um dia se transformaram em liberdades democráticas que sorriam para ti, e o teu pavilhão verde, azul e amarelo tremulou, numa república, que a partir de então podia compartilhar do banquete internacional realizado pelos povos livres da Terra.
É certo que ainda estertoras, neste momento de desafios, quando a cultura cambaleia, a ética desfalece, a moral se perverte e os direitos humanos esquecidos são postos à margem pelos dominadores ignorantes de um dia.
Tu, porém, sobreviverás a toda essa desdita, Brasil!Compreende, neste momento, a desenfreada manobra dos manipuladores da opinião pública e a daqueles que te dilapidam os valores, transferindo-os para os paraísos fiscais da ignomínia e da insensatez, porque esse hediondo crime contra a tua economia e os milhões de vidas será de duração efêmera. Eles morrerão deixando tudo em contas secretas e em aplicações de que jamais se utilizarão...Enquanto isso ocorre, gemem no teu solo os filhos da miséria, ocultos nos escombros do abandono.
As tuas vielas, ruas e avenidas nos pequenos burgos do interior, nas metrópoles, vêem e sofrem inermes, a desenfreada correria da violência que se atrela ao selvagem potro da morte, dizimando vidas, taladas em pleno alvorecer.Paga, porém, em paciência e compaixão, o preço da tua destinação histórica, na tua condição de futura Pátria da Paz e do Evangelho de Jesus.
Isto passará, e logo depois da noite de sombra, uma aurora de esperanças irá colocar-te no lugar que te está reservado, quando poderás oferecer lições de misericórdia e de solidariedade ao mundo que não perdoa, tu que te apresentas em forma de um grande coração simbolizando a afabilidade e a doçura.
Oro por ti, Brasil, e por vós, brasileiras e brasileiros, na condição de filho que também sou da terra iluminada pela constelação do Cruzeiro do Sul.

Marechal Deodoro da Fonseca

PS - Para quem acredita e para quem não acredita, impressionante constatação: o marechal Deodoro, 70 anos antes, "viu, protestou e apresentou" os caminhos da redenção do Brasil. Não há nem como discutir ou duvidar, a mensagem estava aí, só agora foi descoberta.
PS 2 - Deodoro fala em contas secretas, violência, "conspiração contra as matas grandiosas" (Amazônia), "conspiração de madeireiros, pecuaristas e agricultores desalmados que querem destruir a Amazônia". E não esquece de falar na "desagregação dos valores ético-morais". Fiquei tão impressionado, que não pude esconder o documento.
PS 3 - É o grande Brasil da R-E-N-O-V-O-L-U-Ç-Ã-O, da independência verdadeira, conquistada por civis e militares. O médium Divaldo Franco, que ouviu o marechal Deodoro, respeitadíssimo. Quase na mesma época, outro médium, Francisco Candido Xavier, fez extraordinária entrevista com Humberto Campos.


(Comentário meu)
Meu Deus! Pensei que fosse o único louco a acreditar em nosso futuro e destino como nação, uma pátria de uma "Nova Jerusalém". Um Brasil da Nova Era !

Aos poucos vamos formando nosso movimento que sempre começa por poucos, dentre muitos que, a princípio, aderem de imediato. Vamos fechando um círculo de colaboradores e mais participantes, reforçando nossa amizade e de “alguns apóstolos” iniciais nascerá uma mobilização maior, capaz de contagiar a muitos pelo exemplo de cada um .
É assim que funciona a propagação de um verdadeiro ideal capaz de mudar realmente alguma coisa!

Há muitos obstáculos e dificuldades pela frente, sabemos bem disto, mas, mesmo assim continuamos perseverando e acreditando que nosso trabalho seja de utilidade para alguém ou muitos.
A vontade já se instalou em transformar nossa realidade e nossos corações e mentes, será muito difícil exterminá-la ou castrá-la enquanto nos mantivermos conscientes de que podemos transformar nossa realidade em algo bem melhor para nossas vidas.
Um ser humano vale por seu sonho e ideal!

Ambientalismo

Enviado por nossa amiga "ongueira ambientalista" e membro do MBNE Marilia Becher (Link ao lado no índice "poetisa") de Curitiba PR, que colabora com este serviço de "correspondente", participando diretamente deste evento e colocando-nos a par das últimas notícias e discussões .
2006
MOP-3 SOBRE O PROTOCOLO DE BIOSSEGURANÇA E COP-8 DA CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA EM CURITIBA (13 a 31 de MARÇO DE 2006)
Carta de Curitiba
Carta elaborada pelas organizações e Movimentos Sociais participantes da Oficina "O que está em Jogo na Cop 8 e na MOP 3? Realizada nos dias 07 e 08 de fevereiro de 2006 em Curitiba.
Frente ao avanço de formas insustentáveis de exploração, uso e mercantilização da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais, nós, Movimentos Sociais e ONGs brasileiras nos reunimos em 7 e 8 de fevereiro de 2006, na cidade de Curitiba, para discutir O que está em jogo na MOP 3 e COP 8.
Com fundamento nas discussões realizadas foi possível chegar às seguintes conclusões que nortearão nossas atividades durante a o Encontro de Partes do Protocolo de Cartagena e a Conferência de Partes da Convenção de Biodiversidade:
A expansão do agronegócio, das monoculturas de commodities e das plantations, atividades que beneficiam e são promovidas unicamente por algumas poucas corporações transnacionais, têm sido a principal causa de destruição da biodiversidade pelo capital, ocasionando também a apropriação de territórios, a privatização da biodiversidade e o desaparecimento de comunidades e conhecimentos locais.
A proteção da biodiversidade implica necessariamente a implementação urgente de outros padrões de produção e consumo, baseados em princípios ecológicos, na justiça social, na desconcentração da propriedade da terra e no reconhecimento dos territórios das comunidades originárias e locais.
Manteremos incondicionalmente a luta contra os transgênicos e contra as monoculturas, visto que estes constituem uma das maiores ameaças à soberania alimentar e à biodiversidade.
A criação de áreas protegidas como meio de conservar a biodiversidade deve estar associada a outras estratégias de conservação. As comunidades locais devem ter assegurada sua autonomia para regular formas de manejo, estabelecer critérios de uso e estratégias de conservação da biodiversidade existente em seus territórios a partir de seus conhecimentos tradicionais.
O conceito de conhecimento tradicional associado à biodiversidade representa uma fragmentação inadequada de um sistema cultural integrado que possui concepções, valores e saberes mais amplos ligados ao meio ambiente e a um território. A repartição de benefícios, da forma como é hoje discutida na CDB e na legislação nacional, representa apenas uma moeda de troca pela privatização de bens e conhecimentos que constituem uma construção cultural coletiva. Entre as dimensões que necessitam de proteção e reconhecimento, por exemplo, estão as sementes crioulas, nativas ou indígenas que formam a biodiversidade agrícola.
O principal instrumento de resistência à lógica da privatização da biodiversidade e do patenteamento das formas de vida são a formação, conscientização e mobilização das comunidades e indivíduos sob formas sustentáveis de produção. Esta tarefa é a principal missão dos movimentos e organizações que subscrevem este documento.
Curitiba, 08 de fevereiro de 2006.
Recomendações sobre os pontos críticos da negociação
1. Protocolo de Cartagena
O Encontro das Partes do Protocolo de Cartagena de Biossegurança atinge em seu terceiro encontro (MOP 3), a realizar-se em Curitiba, um momento decisivo que pode colocar em xeque o papel deste instrumento enquanto mecanismo internacional de proteção da biodiversidade, caso não seja superado o impasse instalado nas negociações de 2004 pelo Brasil e pela Nova Zelândia, sobre o aspecto da identificação e rotulagem.
Defendemos a identificação clara e precisa de carregamentos com transgênicos ("contém") como forma de se minimizar os impactos à biodiversidade e viabilizar a implementação dos demais dispositivos do Protocolo de Cartagena, tendo em vista que já existem casos de contaminação ambiental resultantes do comércio e da circulação de transgênicos. No que diz respeito à responsabilização e compensação por danos resultantes da movimentação internacional de transgênicos, apoiamos o avanço das negociações em torno do artigo 27, no sentido de atribuir a responsabilidade aos atores que desenvolveram a tecnologia.
Também alertamos e conclamamos outros movimentos da América Latina sobre os riscos para nossa própria identidade e diversidade representado pela ameaça de liberação do milho transgênico no Brasil.
2. Tecnologias de restrição de uso (GURTs)
A luta contra os transgênicos continua sendo elemento central da resistência à implantação de um modelo de agricultura que gera exclusão, dependência e perda da soberania alimentar. As tecnologias de restrição de uso genético - tanto de sementes estéreis (terminator) como de restrição acionada quimicamente (T-GURTs) - são apenas uma forma mais ofensiva do projeto de controle da produção de alimentos pelas grandes corporações através da transgenia e de outras tecnologias, como a nanotecnologia. Por este motivo, no âmbito da CDB defendemos a manutenção da moratória para qualquer uso destas tecnologias, bem como o reconhecimento de seus impactos negativos sobre as comunidades locais, indígenas e sobre os direitos dos agricultores.
3. Áreas protegidas da biodiversidade
Embora com muitos avanços, a criação de áreas protegidas no mundo continua apresentando muitos pontos de conflito. Um deles ocorre entre unidades de conservação e populações tradicionais em decorrência de categorias de uso inadequadas para as regiões onde são implantadas. Esse conflito por vezes estende-se para relações entre ONGs, as populações tradicionais e os órgãos de governo, mas que podem ser superados pela ampliação do diálogo.As unidades de conservação também precisam enfrentar os conflitos provocados pelas pendências de situação fundiária de suas terras e pela inflexibilidade de órgãos ambientais sobre soluções simples e adequadas para conflitos de pequeno porte. A gestão das unidades de conservação precisa envolver não somente as populações do interior ou do entorno de suas áreas, mas também incorporar os conhecimentos tradicionais na gestão efetiva das unidades. Os benefícios ambientais prestados pelas unidades de conservação devem ser reconhecidos e transformados em benefícios sociais e econômicos para suas populações. A criação de áreas protegidas não garante isoladamente a conservação da biodiversidade. Sua estratégia deve estar associada com temas mais amplos que incluem a proteção do conhecimento das comunidades dos ecossistemas e a modificação de padrões de produção e consumo em escala mundial.
4. Repartição de benefícios da biodiversidade
Qualquer política de repartição de benefícios sobre o uso dos conhecimentos tradicionais deve incorporar os sistemas locais de conhecimento em todas a sua complexidade. O conhecimento tradicional associado à biodiversidade representa uma parte de um sistema cultural de valores, práticas e inovações que varia de comunidade a comunidade. Esses sistemas locais devem ser protegidos e reconhecidos em todas as suas dimensões como parte essencial dos processos de repartição de benefícios, conforme preconizado no artigo 8j.A participação dos detentores de conhecimentos tradicionais deve ser ampliada na Convenção da Diversidade Biológica, estimulando-se a organização de fóruns de comunidades locais e quilombolas em complemento ao fórum indígena já existente.

Saudações ambientais!
Marilia Becher

"Elementar meu caro Watson"

Enviado por nosso amigo do Rio de Janeiro e membro do MBNE Cel. Saint-Clair Paes Leme .
O CASO DOS FUZIS EVANESCENTES

Passava um pouco das 17:00. Watson sorveu mais um gole de seu Earl Grey, pousou a chávena na mesinha baixa utilizada todas as tardes para o serviço de chá provido por Mrs Hudson, e rompeu o silêncio até então reinante no 221-B de Baker Street:
-“Então, Holmes, acredita que os fuzis serão recuperados pelo Exército?”.
O detetive, que já ingerira seu Orange Pekoe, enchia de fumo Borkum Riff o volumoso cachimbo Inderwick from Carnaby Street. Acendeu-o com um comprido palito de fósforo, tirou longa baforada, mirou através da janela o início do belo pôr-do-sol, típico de março, prenúncio de Primavera, e deu partida a suas reflexões, num murmúrio que mais parecia conversa com seus botões do que resposta ao velho amigo e assistente.
- “Desnecessário descrever a caótica situação a que chegou a segurança pública na cidade, fruto da incúria de sucessivas administrações locais e provinciais... Era audível o clamor popular por uma intervenção não mais da milícia, imersa em descrença e suspeição, mas de tropas federais... Estas, a seu turno, solapadas ininterruptamente, de diferentes formas, nas duas últimas décadas, por inconformismo político dos que as sucederam no poder, e sucateadas a ponto de lhes faltarem até mesmo víveres para os estômagos de suas tropas, desceram ao mais baixo patamar de auto-estima... Pressão maior ainda vinham sofrendo da sociedade, por estarem sendo empregadas no estrangeiro, a custos impensáveis e benefícios invisíveis para os contribuintes, em tarefas idênticas às que lhes caberia talvez executar por aqui... Impunha-se, pois, evocarem analogia com a mulher de César – não bastava saberem-se capazes de impor a ordem e a autoridade, era mister demonstrarem ao povo essa capacidade... Mas como fazê-lo, se lhes é vedado, por lei, moverem-se de ofício? Se só podem agir quando premidas por fatos graves, por solicitação ou determinação dos poderes civis a que se subordinam? E dentro dessa ordem de idéias... não poderia o primeiro mandatário do País intervir na Província, aplicando-as em funções policialescas, sob pena de cometer suicídio político nestas bandas... Nem poderia a líder provincial, pelas mesmas razões, desmerecer suas milícias, substituindo-as pelo Exército... E muito menos o Alcaide local – poder desarmado – teria força para tanto... Mas... Raciocinemos agora na ordem hierárquica inversa... Sabemos ser, o Alcaide, capaz de engendrar estratagemas dignos de Metternich... E mais agora, quando se aproxima grande evento desportivo internacional que por aqui transcorrerá, sob sua responsabilidade direta, e sobre o qual pesa ainda grande temor – precisamente a segurança dos partícipes... Naturalmente, terá ele se recordado de outros grandes encontros multinacionais aqui sediados nos últimos quinze anos, em que a paz reinou, precisamente, pelo emprego das tropas federais – pax bellica, diria... tão aplaudida pelos eleitores...Seria, pois, conveniente alertar desde já os marginais com uma amostra do que se intenta para daqui a um ano, no que tange à segurança pública...Nada mais propício, portanto, do que um grande ensaio...Mas para tanto, era fundamental um leit-motif, ou seja, algo que, sem imputar características intervencionistas aos poderes federal e provincial, permitisse a saída das tropas às ruas, em colaboração com as milícias, rigorosamente dentro da lei...E a lei o permite, em determinados casos...como, por exemplo, quando do assalto a casernas para expropriação de material bélico...”
- “E assim, as castanhas seriam tiradas do fogo não pelo Alcaide, ou pela líder provincial, ou pelo... Mas Holmes! By Jove! - bradou Watson, atônito – “Não queres dizer que os fuzis...”.
- “... não foram exatamente roubados?” – completou o detetive. E prosseguiu:
- “Lembra-te de que a ação das tropas foi oficialmente aprovada pelo primeiro mandatário, pelo Ministro das Armas, pela dirigente provincial.... e pela opinião pública... Reparaste que a intervenção vem se expandindo, sob vários aspectos, lenta e gradualmente, há sete dias, sem recuar um milímetro? Leste hoje a entrevista, num dos mais importantes de nossos diários, do chefe militar responsável pelas operações, deixando claro, para quem quiser ouvir, que suas forças estão prontas para o que der e vier ?”
- “De fato, é estranho que os chefões do crime não tenham ainda mandado devolver os fuzis evanescentes, para com isso fazerem cessar a intervenção, que já lhes causa considerável prejuízo na venda de entorpecentes...”
- “E mais”, prosseguiu Holmes – “precisariam eles assaltar uma caserna para apossar-se de dez fuzis ? Não lhes seria mais conveniente continuar a munir-se em suas tradicionais fontes contrabandistas, em quantidades bem mais significativas? Por que se arriscariam a provocar situação que afetaria duramente seus lucros escusos? E não lhes causa também certa estranheza conhecerem os assaltantes tão bem o interior da caserna, a ponto de se darem o luxo de escapulir pela porta da frente, sem preocupações maiores?”
- “Mas Holmes, e como terminará tudo isso ? Não há dinheiro capaz de manter tal aparato nas ruas por tanto tempo...Não estão as forças empobrecidas ? E finda a intervenção, voltará tudo a ser como dantes no quartel de Abrantes? Herdará o Inspetor Lestrade o oneroso encargo de manter doravante a efêmera paz de que desfrutamos nesses dias ?
-“Meu caro Watson, há, naturalmente, o receio, por parte de alguns incomodados, de que, sob a alegação de que a tarefa ainda não foi cumprida, a intervenção se perenize, para gáudio da maior vítima do descaso dos políticos – a população, que (sobre)vive à mercê de marginais impunes...Mas tal não ocorrerá, podes estar seguro. Tão logo surjam os fuzis, estejam onde estiverem, as tropas se recolherão a seus quartéis e devolverão o controle dos marginais aos agentes de Lestrade. Não terão solucionado o antigo problema da violência, mas terão deixado clara e eloqüente mensagem, a políticos e eleitores, que estará presente nas mentes destes quando acorrerem às urnas, no pleito geral que se avizinha.”
-“Referes-te a algo contido nesse livro que estás a folhear?”
Holmes serviu-se de generosa dose de seu sherry, que vertera em seu cálice de cristal favorito. Tirou mais uma baforada do cachimbo e, com um sorriso entre irônico e complacente, abriu o livreto, em cuja lombada constava o nome do autor – afamado conselheiro político italiano quinhentista – e leu pausadamente:

“Da tísica dizem os médicos que, a princípio, é fácil de curar e difícil de conhecer, mas com o correr dos tempos, se não for reconhecida e medicada, torna-se fácil de conhecer e difícil de curar”.
Assim se dá com as coisas do Estado: conhecendo-se com antecedência os males que nascem em seu interior, o que não é dado senão aos homens prudentes, devem ser eles sanados sem tardança; mas quando, por não haverem sido reconhecidos a tempo, negligencia-se o seu conhecimento até o ponto em que qualquer um possa percebê-los, contra ele não há mais remédio".