A página de recados de “Katilce” no Orkut, já chega ao recorde absoluto de 3 milhões e trezentos. A esmagadora maioria é de bobagens e apelações egocêntricas. Puro exibicionismo alienado.Tudo por conta de um beijo dado no cantor Bono Vox e de alguém que descobriu o nome Katilce Miranda no Orkut.
Este tipo de histeria coletiva, sempre pronta para se manifestar conforme o meio que lhe dê “amplificação” é nossa maior característica embora em todo o planeta exista em igual, maior ou menor grau. Neste caso brasileiro, o que se deu foi a eterna necessidade de aparecer, dizer “eu estou aqui”, “olhem para mim”, “também quero meu minuto de fama”,etc.
O sucesso de qualquer iniciativa visando congregar principalmente a juventude, está na expectativa de público.
Mesmo que para um determinado evento a perspectiva seja de algumas dezenas de milhares, se propagandeado com antecedência que são esperadas centenas de milhares de pessoas,atingir-se-á este número pelo efeito “bola de neve", ou seja, pelo natural “mimetismo” popular.
Todos querem dizer “eu estive lá!”,pois é uma forma de se conseguir “status” em seu grupo social,ser notado,arranjar novas amizades e respeito.
Isto explica os sacrifícios de quem vem de muito longe, para depois retornar com as “novas” e ser paparicado como um “deus” por aqueles que ficarão embevecidos com os “relatos” da aventura “imperdível”.
Por outro lado, não há nada de espontâneo nestas explosões aparentemente anárquicas e imprevisíveis, porque sempre partirá de alguém a iniciativa e decisão de propagar um movimento ou reação em massa.
Portanto há “donos sim” , os cidadãos “anônimos” que iniciaram o processo.
Vejam que o Voto Nulo sempre existiu como fenômeno de rejeição popular a esta espécie de “democracia” esdrúxula e classe política que temos, mas vem ganhando mais espaço graças ao esforço dos que acreditam como eu e nossos amigos do Movimento Brasil Nova Era , voluntariamente unidos a outras comunidades, blogs e sites que vão surgindo.
A campanha pelo “Luto” estava destinada ao fracasso, como alertei diversas vezes em várias comunidades e em nosso blog,porque não era uma ação direta para mudar este estado de coisas, era um “pedido de socorro” velado, travestido de “reação.
Mais uma vez os indignados estavam suplicando para que “alguém tomasse uma atitude" .
Quem seria este “alguém” senão os próprios, pouquíssimos que saíram às ruas?
Será que não entendem que mudar um sistema corrupto podre exige força, organização e determinação?
Somente uma revolução através de uma extremada ação de “Desobediência Civil” ou um golpe militar seriam capazes disto.
As facilidades e “falsa liberdade” que a Internet proporciona, são mecanismos de controle psicológico das grandes massas, ao redirecionar a indignação e revolta para o campo “virtual” dos comentários, “FWDs” e recados.
Desta forma a “fúria popular” é mitigada e controlada, desviada para a inutilidade de uma reação individual momentânea sem a capacidade de aglutinação de uma campanha coletiva organizada e objetiva.
Não nos interessa a ação alienada de exibicionistas que porventura abracem o movimento pelo Voto Nulo como mais uma brincadeira de adolescentes, mas sim daqueles que conscientemente escolham este recurso de protesto e rebeldia contra um sistema que não aceitam mais como representante dos anseios populares.
Quando o Voto Nulo vencer terá “donos” sim, muitos, como na reação contra o desarmamento. Todos aqueles que iniciaram, alimentaram o processo e se esforçaram para houvesse uma radical reviravolta um mês antes do Referendo.
Se uma proposta de protesto é consciente e esclarecedora, há “donos” sim, os cidadãos anônimos que lucidamente lutaram para atingirem a vitória, não um bando desarticulado de pessoas alienadas agindo ao acaso.
Estes apenas poderão engrossar o caldo, não garantir os resultados e ações posteriores, que dependerão de muitos fatores estratégicos, como a instauração de uma verdadeira Democracia Direta e faxina geral rigorosa no país.
Podem estar certos que, quando muitos se unem contra uma pessoa é porque esta tem valor e os “muitos” a temem, porque lhes mostra o quanto são medíocres e covardes. Isto ocorre desde que o mundo é mundo e quase sempre os medíocres acabam ganhando no final por serem a esmagadora maioria que se junta para repartir as migalhas de uma vida temerosa, raquítica e sem “Testosterona”, hormônio masculino que incute nos heróis e guerreiros o destemor no combate por seus ideais.
