Estranho povo o nosso.
Aliás em todos os países encontraremos as mesmas reações populares esquizofrênicas.
Como assunto que mais interessa neste momento aos brasileiros seja quem vencerá o BBB7 e o que fará o "justiceiro" Diego (Alemão), não mais a discussão sobre maioridade penal nem o caso do menino trucidado, tentemos então, analisar estas tendências de julgamento do povo, comparando-as com o processo de escolha nas eleições.
Num momento em que a nação se sente impotente ante a violência, impunidade e perda de confiança na classe política, na ética e valores morais,aparece um casal diferente de todos os anteriores de outros BBBs, superior até ao Dhomini-Sabrina, pelo aspecto platônico, romântico e ético, que mereceu o apoio de amplas camadas sociais de todas as origens, raças ou nível.
Qual a explicação de, num mundo onde a liberação sexual, imoralidade e impunidade, ausência de ética, tal coisa possa acontecer?
De um povo que vota por interesses ou se fanatiza por ideologias,interesses pessoais, perdoando tudo, distorcendo a verdade e reelegendo corruptos, votando no oposto,jamais seria esperado este comportamento, não acham?
Ocorre que dentro de nós sempre existirá uma esperança de purgarmos nossos defeitos e pecados pela ação anônima, premiando um ideal que sabemos não adotarmos como norma em nosso cotidiano, mas torcemos que ainda possa existir.
Exatamente nesta situação de desesperança e sentimento de total impotência, que desejos inconscientes, não realizados vêm à tona, fazendo com que "pecadores cotidianos" se sintam purgados e redimidos por fazerem justiça.
A diferença está em que, num julgamento popular, que não envolva interesses pessoais nem ideologias, ou seja , sem times, nem fanatismo cego, as pessoas se sentem livres e expressam seus sonhos com a inocência de uma criança.
Qual homem ou mulher não sonha ou já sonhou com um(a) parceiro(a), fiel, romântico(a), não vulgar, especial e que não "fica", porém "fica" para toda a vida?
O ser humano tem em si, lá no íntimo, esta necessidade de retidão de caráter,muito embora na vida não o demonstre.
Observem o caso do casal "Alemão-Siri".
Negros,mulatos,morenos, brancos e louros , indistintamente, ficaram encantados por esta demonstração de respeito mútuo, romantismo e ética.
Não existe preconceito quando o exemplo é tão flagrante que supera tudo.
Entretanto, como já abordamos aqui este aspecto especial, qual seja o da pobreza, neste caso, sempre haverá o eterno perdão pelos erros e a premiação final por "justiça social", que , na realidade esconde recalques insuperáveis.
O povo gosta de "justiceiros, príncipes e princesas castas, romances tórridos e sonhos de felicidade.
Assim sempre foi, ou não haveria mais a instituição do casamento com vestidos de noiva e véus, que transformam qualquer casal, por mais humilde , por um dia, em "aristocratas".
Num país altamente hedonista, de sexo liberalizado e até comercializado demais como o nosso, qual a razão de preferirem a "Siri" como par do "Alemão" e não a oferecida e impetuosa Fani?
É simples.
Todos sabemos no fundo o que é certo ou errado.
Ocorre que, atualmente, o certo é apresentado como errado, o moral como imoral, depois de uma intensa e longa campanha de condicionamento psicológico, planejado por uma minoria ativista para dominar a maioria.
Somente assim se sentiriam menos "errados" e "anormais".
A verdade é que todos os homens desejam uma virgem, ou pelo menos uma mulher que se dê ao respeito, mesmo que tenha sido até uma prostituta no passado, mas que lhe seja fiel e companheira e todas as mulheres, do mesmo modo, desejam um companheiro fiel e atencioso.
Orgias e aberrações sexuais à parte, hoje consideradas como "orientação sexual", protegidas por leis, que em breve nos levarão a admitir legalmente a Pedofilia, como no decadente império Romano, bastando que algum segmento social suficientemente poderoso em votos convença algum político a apresentar projeto neste sentido, existe um sentimento amordaçado, abafado e castrado de busca pela perfeição, pois a vida é eterna evolução, visando a harmonia e equilíbrio.
Ninguém gosta de se sentir errado e mesmo que se comporte assim no cotidiano, quando tem uma oportunidade de tentar purgar estes erros de caráter aproveita para fazer justiça, defendendo exatamente aquilo que não fazem na vida, quando a sobrevivência e interesses fala mais alto.
Ninguém é tão mau que não tenha um pouco de bom dentro de si, nem tão bom, sem um pouco de mau em sua alma.
Qual seria então a solução para que, em nossa democracia estes princípios e valores prevalecessem acima dos interesses pessoais e radicalismos ?
A eliminação das ideologias e menos desigualdades, pois a dependência material e o fanatismo ideológico cegam, oprimem, distorcem verdades e julgamentos.
Um torcedor fanático de um time jamais admitirá que o "penalti" marcado contra foi justo.
Tentará de todas as maneiras , usando qualquer argumento, mesmo injustificável, provar sua impressão e verdade.
Enquanto vivermos divididos em facções e segmentos distintos seremos desunidos e fracos.
Na hora de julgarem alguém do BBB, as pessoas não se orientam por interesses pessoais (empregos, ajuda financeira, etc), apenas e tão somente por seus sonhos e ideais, noções latentes em suas almas e individualidades sobre o que é correto e justo.
Estão livres das desigualdades, necessidades ou ideologias.
Somente no caso de escolherem entre um "pobrezinho" e outro que, mesmo sendo, pareça mais "riquinho", exercerão uma espécie de preconceito,perdoando todos os deslizes morais e falta de caráter, pensando fazerem justiça.
Afinal...Lula foi reeleito...