quarta-feira, agosto 31, 2005

ENTREVISTA VIRTUAL

Nova entrevista concedida à repórter virtual Heidi Klauss de uma TV estrangeira virtual de um país idem.


P- Afinal o que significa esta idéia de no dia 15 de novembro, aniversário da Proclamação da República estarem tentando organizar uma manifestação em Brasília.
R- Oi Heidi, pode parecer esquizofrenia, mas já estava com saudade destas entrevistas virtuais. Até fiquei curioso em saber qual o programa em 3d que vocês usam para dar este efeito especial na sua imagem. Preciso melhorar meu visual que já está meio depauperado, mas deixe quieto, vamos ao que importa.
Olhe...a principio poderia significar apenas mais uma tentativa de protesto contra corrupção, etc, etc, como tantos que não deram muito certo por causa da apatia geral dos brasileiros, mesmo aqueles filiados a partidos de esquerda, normalmente militantes e aguerridos como os que ficaram órfãos do PT depois dos escândalos e enorme decepção.
Você deve saber, que somente socialistas(comunistas) sabem organizar manifestações, têm recursos e verbas até de fora, dominam grêmios estudantis, ONGs e sindicatos, portanto, se eles estão encontrando dificuldades e estão divididos em prós e contra o governo por interesses diretos , empregos e tudo mais, o que dirá dos outros que não pertencem a estes movimentos sociais? O que sobra, a maioria do povo, fica à deriva ou por alienação ou por desarticulação. Resta a Internet para soltarem os cachorros e dormirem menos estressados. Os pobres ficam dependentes dos condicionamentos da grande mídia, mas geralmente nada fazem senão após os da classe média ou os pertencentes a organizações partidárias..
P- Mas o que seria então?
R- Bem...eu acredito numa violenta crise institucional a partir do final de setembro, se estendendo por pelo menos 3 meses, que paralisará o país mais ainda, pelo que vazará, mesmo sem querer ou sem que as oposições desejem e forçará uma tomada de posição de outros poderes constituídos.
Nesta hipótese, teremos condições objetivas e subjetivas que provoquem uma reação espontânea de segmentos mais amplos da sociedade, não apenas indignação, mas um objetivo comum, que é o que faltou até agora.
P- Como assim, objetivas e subjetivas?
R- Observe que, até o momento,O PFL quer o nocaute de Lula agora, o PSDB não, prefere cozinhá-lo em "banho-maria", o P-SOL, já decidiu internamente outra tática. A de bater firme criticando a política econômica, demonstrar a traição pelo PT aos ideais socialistas, arregimentar as massas, conquistar representações sindicalistas ainda dominadas pelo governo petista, conseguir o registro definitivo do Partido, acolher os dissidentes fugitivos do PT, mas não se deixar confundir perante a opinião pública com a oposição do PSDB, PFL, etc, acusando diretamente Lula , apenas “sugerindo culpa”, para não dar munição eleitoral à direita, como gostam de dizer, dando margem a um “impedimento” (chega de anglicismo né?). As forças estão completamente fragmentadas, divididas , em virtude de seus interesses e estratégias políticas. Se a coisa melar, por alguém desesperado abrir a boca demais, atingindo muitos, o Congresso vai para o brejo e poderemos ter surpresas, como venho alertando desde o início do ano, em todos os locais, seja aqui, ou nas comunidades do Orkut, sobre uma possível intervenção militar, não com objetivos mais prolongados, porém, para “limpar a casa” até que um novo governo seja eleito.
Confesso crer que o povo novamente apoiaria e aplaudiria um término neste estado angustiante de sordidez. Até eu, se apenas se tratar de um curto interstício, possibilitando a convocação de uma Nova Constituinte a ser elaborada por juristas de notório saber e consultas aos segmentos representativos da sociedade.
Neste caso, as Forças Armadas não assumiriam o governo, somente garantiriam a transição sem traumas maiores em vista das forças ideológicas que poderão entrar em confronto aberto, ameaçando a ordem interna, cada qual tentando manter suas posições e interesses.
P- Está assim tão complicada a situação? As instituições democráticas não amadureceram ainda em seu país?
R- Nem as instituições nem o povo, infelizmente. Nem poderiam. Fomos submetidos, por gerações, a um condicionamento “fossilizador” e infantilizador” por uma grande mídia nefasta que se perpetua como maior poder.
P- Mas e a manifestação? Como vocês farão?
R- Não depende de mim o sucesso desta empreitada, dependerá de muitos e não temos estrutura partidária, lideranças sindicais ou estudantis pois não somos nem projeto de partido, somos contra partidos e políticos. Pregamos a extinção de ambos. Basta de fisiologismo, nepotismo, empreguismo e profissionais carreiristas! Temos projetos e soluções viáveis a serem apresentadas. Só depende de divulgação.
Acreditamos numa verdadeira Democracia Direta, com total participação dos cidadãos sem partidos políticos e “meritocracia”, concursos públicos para todos os cargos administrativos sem nomeações políticas. Isto não existe no mundo ainda. Se a instauramos, seremos o primeiro país e exemplo!
Por enquanto temos de crescer em número e obter mais motivação das pessoas que são simpáticas a estes ideais mas ainda estão dispersivas e receosas.Além do que, teremos forte resistência pelos que estão no poder e não querem largar o osso.
P- Seria mais ou menos como na Suíça? Conselhos comunitários, cantões autônomos, confederações, câmaras, etc?
R- Bem mais avançado, eu diria. Porque sem partidos.Apesar dos políticos suíços não serem profissionais de carreira, cada um tem a sua profissão e trabalho, apenas se reunindo 4 vezes por ano para legislarem e dá certo não é? Imagine aqui. O Severino voltará a lavar cavalos, o Lula voltará ao ABC, o ACM pedirá aposentadoria, o Serra abrirá uma funerária em sociedade com o Alckmin, o Garotinho virará DJ e o FHC cuidará do seu museu !
P- Wauuhhh... estou começando a achar a idéia boa mesmo. Quem sabe adotaremos aqui também?
R- Oppss , “guenta aí” que o filho é nosso e está registrado em cartório, depois vocês nos pagam “royalties” e combinamos o envio pelos paraísos fiscais ou pelo Marcos Valério via Duda , Dirceu e Delúbio, sem que o Lula perceba “nadica” de nada.
Não leve a sério... brincadeira... para relaxar apenas, pois estes serão os primeiros a entrarem em cana inafiançável, irão para um “paraíso pantanoso” , uma ilhota cercada de piranhas (não as da cafetina Jeany, claro) e plantarão o que comerão,segundo novas leis e códigos bem rígidos a serem elaborados.
P- Mas e a manifestação?
R- Se tudo der certo, as pessoas de bem que compõem a nossa rede nacional de contatos se sentirem motivadas e cada uma se tornar um líder chamando o seu grupo de amizades, tivermos alguma divulgação, tenho certeza de que será um sucesso, pois haverá um objetivo concreto que é o manifesto à nação com as propostas e projetos e o elemento subjetivo que será o clima psicológico do momento . Além disto esperamos contar com muitas contribuições voluntárias de intelectuais, artistas, bandas e ONGs para superarmos nossa total falta de recursos e conseguirmos transformar esta concentração, não em um simples protesto, mas numa espontânea e popular tomada de posição da sociedade organizada, ocupando o seu espaço e poder de influir nos destinos do Brasil!
P- Obrigada.
R- Nem vou perguntar novamente quando e onde sairá esta matéria. Você dirá que é virtual como das outras vezes , já sei... e eu ficarei com cara de idiota
Heidi responde por torpedo- Que nada... relaxe... já saiu , está aí mesmo no blog, rs...


Homero Moutinho Filho
hmf_sp@yahoo.com.br

Desestressando...

Transcrevo um tragicômico relato verídico de uma amiga (Dorotea Kremer) do nosso movimento (MBNE), para relaxarmos um pouco neste ambiente de crise.


A lá Al Qaeda
30/8/2005

Como jamais teremos a competência de um Bin Laden, podemos tentar como prática terrorista o que aconteceu com um portoalegrense, amigo dos meus filhos, que foi visitar a prima em Londres - e ver se arrumava um 'bico', é claro. Levou, além da sua mala pessoal, outra enorme para a prima que aproveitou para pedir o resto de suas roupas.Desce do avião, pega o metrô (taxi em euros ou libras é caro!) e sai da estação caminhando as poucas quadras que faltavam com as duas malas de rodinhas, uma de cada lado. Ao atravessar uma rua, no meio dela percebe que uma das malas claudica, mas, o sinal quase fechando, prossegue até o outro lado. Na calçada, examina a situação, e vê que uma das rodinhas tinha caído e que estava do outro lado da rua.Indeciso entre voltar com ou sem as malas para resgatar a rodinha - afinal, brasileiro não pode tirar o olho de seus pertences para não ser roubado - resolve deixá-las e atravessar correndo para tentar ida e volta na mesma abertura de sinal.Quando retorna, a rua tinha ficado completamente deserta. Nenhuma vivalma.Podemos, portanto, espalhar um exército de brasileiros com malas. Um por cada quadra das grandes metrópoles ocidentais, aquelas que tem medo: Londres, Nova Yorque, Roma, Madri e Los Angeles.Já pensaram que rebuliço? Garanto que a tal de macroeconomia seria afetada. Poderíamos até cobrar um mensalão em dólares para não viajarmos.

Dorotea Kremer