"O meu primeiro"
Passei a dar mais atenção à chamada "programação para as massas", embora não concorde muito com este termo "massas", pois existem diversos grupos, segmentos e sub-grupos , o que, os distinguiria de um "todo" amorfo e compacto.
Enquanto na Internet teclando, deixei ao fundo o programa "Fantástico", quando, de repente, fui atraído por um fato inusitado.
Artistas atores e atrizes se reuniram em protesto contra a "abertura" de financiamento e patrocínio das empresas para os esportes.
Mais 4% de desconto nos impostos seriam concedidos às empressas para este tipo de patrocínio.
Fiquei estupefato, pela atitude da atriz Fernanda Montenegro,uma das mais bem pagas e sempre presente em todas as campanhas publicitárias de estatais e ministérios , além de grandes empresas e bancos privados.
Não bastasse a "Betti" feita por certos atores e músicos (intectuais) que "justificaram os meios pelos fins", apoiando descaradamente a podridão e escândalos deste governo, agora mais esta, para encerrar com apoteose a desfaçatez e total incoerência ideológica desta classe que se julga acima das demais, merecedora de todas as honras e prestígio.
Ora meu Deus!
O que vimos naquele telefonema aflito de Fernanda para o ministro Gilberto Gil?
O que vimos naquele telefonema aflito de Fernanda para o ministro Gilberto Gil?
A sobrevivência!
Nesta hora, adeus "Socialismo", o que vale é "o meu primeiro".
Esta mesma classe profissional que de um "socialismo pródigo" se alimenta e mantém, além dos patrocínios extras de empresas privadas, não admite perder este "status privilegiado" de detentores da cultura e expressão intelectual nacional.
Cadê o "espírito social", desprendimento, senso "coletivista" e democrático tão ferrenhamente defendidos por estes eternos "personagens", que nos brindam com suas igualmente eternas "interpretações"?
Uma frase de Fernanda soou como uma "punhalada" na ideologia majoritária de sua classe artística.
" Não podemos concorrer com o esporte que é uma coisa mais popular, tem mais espaço e visibilidade para os patrocínios, tememos perder nossas verbas".
É mesmo "dona" Fernanda?
E daí?
Não deseja que as verbas cheguem aos estratos sociais mais baixos e carentes destes patrocínios, como o dos atletas amadores?
Teme não poder pagar o condomínio de seu apartamento de luxo na praia do Rio?
Acha que somente artistas merecem apoio governamental, por sempre terem apoiado os que hoje estão no poder?
Cada vez mais "máscaras caem", desta turminha parasitária de vida boa,tráfego livre nas elites, sem maiores durezas, agruras ou preocupações, senão receberem adulações em favor de seus hipertrofiados "Egos".
Só mesmo rindo muito, destes "socialistas" que temos, de bebidas, carros importados e apartamentos no exterior, como muitos artistas "globais".
Se eles são, pelo meu estilo de vida, devo ser então "Bakunin".