domingo, setembro 17, 2006

"Intermídia" e Democracia

Onze anos de Internet e um interesse por força da formação em Direito e Análise de Sistemas, em vasculhar os meandros e possibilidades deste poderoso instrumento de comunicação, bem como os limites e consequências da liberdade de expressão, me convenceram de uma nova forma interativa em gestação, unindo o jornalismo online ao universo internáutico, fora dos moldes somente participativos.
Um novo horizonte revolucionário, que eu denominaria "Intermídia" , delinea-se para um futuro muito próximo, apesar das resistências e retaliações judiciais pelos que se acham prejudicados pela liberdade de opinião proporcionada por blogs, sites, comunidades e redes de contatos.
O poder da informação se esfacela rapidamente diante do acelerado crescimento dos núcleos de opinião da rede.
Qualquer internauta pode ser um editor e externar suas idéias, cuja propagação dependerá exclusivamente do potencial de leitores .
Atingida uma certa “massa crítica” o processo passa a ser automático, partindo a divulgação dos próprios leitores que indicam aos amigos , repassando textos e matérias de seu interesse.
Nos portais oficiais da grande mídia , o controle de acessos e comentários passou a ser mais rígido, face às inúmeras medidas judiciais contra os jornalistas responsáveis pelos blogs, o que, de certa maneira, reduziu fantasticamente a quantidade de participantes diários.
Nos chamados blogs e sites independentes a liberdade é maior, até que sejam percebidos pelos incomodados, que apressadamente montaram redes de internautas espiões, para obstarem quaisquer críticas ou injúrias publicadas.
A crise entre Justiça brasileira e o ORKUT é um exemplo do alcance e importância deste conflito de interesses capaz de acionar enormes pressões coercitivas, em razão dos poderes envolvidos.
Até onde iriam as responsabilidades de jornalistas , donos de sites e internautas independentes, considerando-se o direito de livre expressão.
No entendimento da Justiça, os “crimes” cometidos por brasileiros na Internet não importando onde tenham sido divulgados, aqui devem ser julgados.
A Justiça norte-americana não aceita este controle sobre o conteúdo da Internet, pois lá a Constituição garante total liberdade de expressão, ao contrário da nossa que foi habilmente emendada por ação de grupos influentes no Congresso.
O recuo do ORKUT ao aceitar fornecer alguns dados sobre seus usuários, especificamente os acusados por racismo e pedofilia, se deve unicamente a irresistíveis pressões financeiras e políticas no exterior, pois as leis dos E.U.A. dão total respaldo à suas atividades, estando portanto, protegido contra qualquer intromissão estrangeira, uma vez que o provedor tem sede na Califórnia.
Embora os “backbones” (estrutura tecnológica da Internet) estejam nos E.U.A., dependendo de medidas legais junto ao nosso governo, haveria o risco da Embratel impedir de alguma forma o acesso de brasileiros ao IP do site ORKUT.
Teríamos então, um caso análogo ao da “censura chinesa”.
Aos poucos o cerco se fecha em torno dos jornalistas e internautas editores independentes, em vista da ameaça de perda de controle das instituições e grupos de interesses sobre o conteúdo das informações dirigidas ao grande público.
Informação é poder.
Estamos diante de uma luta entre a democratização da mídia e a preservação da hegemonia de poderosos grupos .
Um “novo jornalismo” liberto da rigidez das redações, estaria próximo de se tornar realidade, caso os profissionais da informação não se deixem levar por preocupações corporativistas e interajam mais livremente com os internautas, aumentando suas fontes e subsídios, pois contariam com grandes redes de dados independentes .
Nesta espécie de “Intermídia” , além de buscarem diretamente nos sites de relacionamentos e blogs as tendências e fatos do momento, poderiam receber outros tipos de informações que correm através de e-mails , listas e grupos de discussão.
Uma vez que a Lei garante aos jornalistas o direito de não revelarem suas fontes, não haveria obstáculos quanto a uma aliança tácita com os milhões de internautas, visando ampliar a diversidade de matérias e notícias.
Sabemos que o controle editorial é intenso, obedecendo a “políticas” internas de cada redação ou núcleo jornalístico, porém, a responsabilidade do profissional como cidadão, também exerce uma certa pressão sobre seus pares.
Os internautas brasileiros são campeões mundiais de participação na Internet.
Do mesmo modo, nossa imprensa e mídia sempre foram das mais militantes, opinativas e ideologicamente definidas, muitas vezes até comprometidas.
Não seria agora que se calariam ante o fenômeno de participação política que ocorre em sites como o ORKUT.
Seria de imensa importância a propagação via mídia de novas idéias e soluções que viabilizem uma transformação do nosso cenário político.
Movimentos em favor do Voto Facultativo, “Recall” , etc, não passam de “pedaços” , instrumentos e recursos do que denominamos Democracia Direta.
Por que não nos unirmos por sua instauração ?
Claro que isto requer um prévio “Desarmamento Ideológico” , como sempre defendi ser a única forma de promovermos um “Pacto Social” .
Cabe a nós organizarmos encontros, palestras e debates, com a participação de acadêmicos, intelectuais, jornalistas, ongueiros, associações,entidades, etc, para discutirmos a estrutura de um novo sistema de governo, que propicie a inclusão do que temos de melhor.
Os cidadãos de bem, cuja ética os afasta do sórdido meio político.
A sociedade brasileira já está amplamente organizada, desde as associações de bairro, sindicatos, ONGs, movimentos sociais, que empregam milhões de ativistas.
Não precisamos de intermediários parasitas carreiristas.
Substituiremos nomeações políticas por concursos públicos .
Ousemos inovar e nos tornarmos um exemplo para o mundo .
Viva a “Intermídia” e a Democracia Direta !

A "Nova Resistência" (parte 3)

Numa ilha do Pacífico, uma chipanzé aprende repentinamente a usar uma pedra para lidar com seu alimento.
Logo, em outras ilhas e continentes, outros de sua espécie demonstram ter inexplicavelmente “adquirido” este aprendizado e capacidade.
Trata-se de um fenômeno atribuído aos “campos mórficos” ou “morfológicos”, para não dizer, ao “inconsciente coletivo” da espécie animal em sua evolução.
Esta é a teoria de Rupert Sheldrake,

http://www.sheldrake.org/homepage.html
cientista, biólogo, pesquisador , que provou, sob controle e metodologia científica este fenômeno.
Diversos outros experimentos como o de cães que “adivinham" muito antes, que seus donos estão chegando e correm para a porta, transmissões de pensamentos, etc, alicerçam tais pesquisas realizadas coletivamente com a colaboração de centenas de voluntários.
O mesmo se dá com os humanos, segundo uma lógica de separação de “campos vibratórios” conforme níveis energéticos de semelhanças e evolução .
Seria um grave erro acreditarmos que todos tenhamos o mesmo nível de evolução.
Condições e potencial sim, porém o mesmo estágio mental não.
Isto depende de uma série de fatores sujeitos aos mais variados estímulos internos e externos, meio social, etc.
Culturas que atrofiam ao invés de estimularem o desenvolvimento da iniciativa individual e liberdade de raciocínio, permanecem estagnadas e acabam dominadas pelos mais aptos.
Nada tão “Lamarkiano” (teoria da herança genética evolutiva) que não possa ser consertado com as devidas providências no sentido de libertar os indivíduos destes meios sociais “paralisantes” e ociosos.
Afinal, nossa evolução, bem ou mal, se deu à custa de muitas crises e catástrofes, onde a vontade superior de alguns prevaleceu superando a inação de outros.
Não sou “Darwinista” nem evolucionista.
A “lei do mais forte” não faz parte de minhas convicções nem valores pessoais.
Creio na mente e Espírito transcendentes, imateriais e eternos.
Cada um com sua crença.
Qual a explicação para que uma pesquisa possa indicar a vitória de um candidato, apenas analisando as tendências e preferências de determinados segmentos e classes sociais ?
Partem do princípio e observação que os seres humanos têm as mesmas características e valores conforme o seu grau cultural e meio social.
Portanto as “preferências” poderiam ser facilmente coletadas a partir de um pequeno universo de pesquisados de cada nível.
Isto realmente funciona em termos genéricos, nem sempre quando a divisão se faz por níveis puramente econômicos.
Existiriam então tantas diferenças perceptíveis e determinantes entre nós humanos a ponto de nos dividirmos como se fossemos espécies diferentes?
Creio que mais profundamente, quanto aos instintos básicos não, porém, quanto aos hábitos, costumes, comportamento, desempenho, vontade, predileções sim e muito, caso contrário não haveria tanta desigualdade no mundo.
Portanto, por mais fraternos e igualitários que sejamos, devemos reconhecer que não há , nem nunca houve “opressores”, mas sim “oprimidos” que nunca souberam se organizar, reagir e lutar eficazmente contra a "opressão".
Trazendo estas considerações para o campo político e nossa realidade atual, muitas das dúvidas e questionamentos sobre esta “apatia generalizada” e ausência de ética que presenciamos, poderiam se incluir em padrões de comportamento sujeitos a “Catatonias” subliminarmente induzidas por fatores externos .
Em estado catatônico um indivíduo perde sua capacidade de reação, vegeta emocionalmente, vira um “zumbi” .
Outra manifestação social mórbida seria um “autismo” egocêntrico, insensível ao coletivo, onde prevalecem somente as profundezas da “psique” individual de cada ser.
Esta é uma tendência cada vez mais forte em nossa cultura ocidental, segmentada, dividida em “tribos”, grupos de interesses, ideologias, onde perspectivas individuais superam as preocupações sociais mais abrangentes.
O que tudo isto teria de importância em relação a nós e aos nossos problemas crônicos, de um país quase continental, com mentalidade de “republiqueta de bananas”?
Desigualdade abissal, eternas crises, corrupção endêmica, injustiças, violência, resultam de uma deformação cultural progressiva, ao longo de séculos, sem uma drástica ruptura, capaz de frear esta bizarra perpetuação do erro travestido de virtude.
É fato notório, no mundo inteiro, que a quantidade de seres humanos íntegros, honestos, cidadãos de bem é ínfima perante a esmagadora maioria .
Não fosse isto uma verdade, nossa História teria sido muito diferente e tantos mártires não teriam sido sacrificados para o deleite dos ímprobos, crápulas e vis.
Entendem a razão de uma parcela da população, a “mais esclarecida” estar “acordando aos poucos” do pesadelo por si mesma provocado?
Quis ser “popular”, em ímpetos “socializantes” tentou se sentir “povão”, comeu feijoada antes de dormir, mas o estômago, não acostumado a estas “SUSTÂNCIAS” mais pesadas, transferiu para o cérebro a tarefa de digeri-la .
Ferrou-se, porque nunca antes teve a experiência necessária do cotidiano, da lide, do trabalho árduo, senão por “intelectualizações” sobre a miséria .
Na virada dos anos 60/70 uma expressão muito interessante virou uma verdade incontestável, observando-se o comportamento de uma classe média abastada com lampejos de ideais sociais; a “esquerda festiva”.
Vivi a fundo esta experiência traumática de “patrulhamento ideológico” , não me bastasse o outro e oficial do regime.
Sim, até hoje temos exemplos desta fauna nos meios artísticos e intelectuais, que curtem suas mordomias e privilégios, confortos e prestígio sem nunca terem tido o "desprazer" de "suarem a camisa" em prol de seus semelhantes, mas continuam “arrotando” seus “scotchs” em suas coberturas de praia, verborragizando asneiras e idiotices, como ocorreu recentemente durante o espetáculo de “justificativa injustificável” de artistas, sobre a falta de ética , defendendo o indefensável crime de lesa-pátria institucionalizado pelo governo .
Disseram que “não se faz política sem meter as mãos na merda”.
Mas vivem e sobrevivem dos patrocínios estatais para financiarem suas sandices declaratórias !
Se alimentam de merda!
Dinheiro nosso, para alimentar esta sabujada vagabunda, sem talento nem moral, que, se deixada sem patrocínio, dependente do grande público e mercado artístico, estaria morando debaixo de um viaduto.
Estes "pseudos-artistas" se julgam “formadores de opinião” mas não são, nem podem ser.
O referendo sobre o desarmamento foi uma resposta brutal , um CALA A BOCA da maioria popular silenciosa, contra esta “pretensão” desmedida, de uma ínfima minoria privilegiada pela fama, apesar do apoio da grande mídia e muita grana proveniente de instituições, fundações e ONGs, bancadas pelo baronato capitalista internacional.
Não houve passeatas, nenhum movimento social apoiou o NÃO, nada aconteceu nas ruas , somente os partidários do SIM tiveram “visibilidade” e a vitória parecia incontestável até as vésperas da votação.
Esqueceram de um detalhe.
A força da Internet, dos sites de relacionamentos como o ORKUT , dos e-mails repassados e das mensagens, textos, multimídia e artigos multiplicados por milhões de internautas, além da reação instintiva de uma sociedade sujeita a um estado de coação e insegurança sem limites .
Reagiram; o "sitiante" lavrador, com sua “cartucheira”, suficiente para defender seu pedacinho de terra e família , o habitante das metrópoles, sufocado pela insegurança, o povão em geral que não acredita na capacidade de governos nem na honestidade dos políticos, dando um BASTA à hipocrisia da "burguesia deslumbrada", que se veste de branco e de mãos dadas “suplica” ao redor de uma lagoa o direito à paz.
Ora convenhamos, mas o povo acertou em cheio ao perceber esta farsa.
Gradualmente, nossos “representantes das letras” (imprensa , mídia) estão começando a “desabrochar”, em atenção mais detida a um processo que está se formando sorrateiramente , mas terá conseqüências muitíssimo importantes para o destino de nosso país.
Procuram discutir aspectos “pontuais” sobre o "possível de ser mudado" e algumas correntes de pensamento.
Ainda não sabem, nem perceberam bem o alcance e poder do que está acontecendo, ainda caminhando “submerso” nos “abismos oceânicos” do inconsciente coletivo brasileiro.
Não duvidem e estejam preparados, pois um “Tsunami” está vindo !