terça-feira, dezembro 05, 2006

"ZÉ CARIOCA"



Sempre afirmei que mudanças não seriam possíveis sem grandes conflitos, caos ou revoluções.
Somente mudanças espirituais podem ocorrer, sem aparentes batalhas, mas se observarmos bem a História, constataremos que o sacrifício extremo de cristãos ante bestas no Coliseu, para o deleite das massas romanas ensandecidas, foi um marco determinante da força desta fé e crença.
Mudar o destino de um povo é uma tarefa para gerações, porque envolve transformações drásticas em hábitos e costumes, valores morais e éticos, além de costumes.
isto não se consegue sem antes reeducarmos os já mal educados que transmitem aos seus descendentes estes vícios de educação (ou nenhuma) familiar.
Envolve muitas coisas, a começar da higiene, posturas e comportamentos.
Muitos não gostam de abordar estes temas, para não incorrerem em alguma acusação de serem "politicamente incorretos", mas eu não.
Prefiro correr este risco mas nunca me calar por nada.
Já disse que, se me "descobrirem" e tentarem me prender ou processar, me farão um imenso favor, pois poderei obter um espaço maior para protestar, ou simplesmente escrever minhas "Memórias do Cárcere" , embora Gramsci não faça minha cabeça.
O Brasil está todo errado.
É um projeto falido de nação e povo se assim continuar.
Terá de mudar tudo desde os mais específicos detalhes de educação familiar.
Sem isto nada feito.

Os erros são centenários, culturais e de caráter mesmo.
Temos de admitir esta inferioridade brutal e total perante outros países e povos.
Tentar "superar" esta inferioridade, alimentando nacionalismos e tropicalismos sem base ou estrutura concreta é fazer apologia infundada de nossa "Macunaímica" realidade humana, como se, para sermos algo devamos nos afirmar unicamente nos terrenos e áreas menos intelectual ou cientificamente desenvolvidas, quais sejam nas artes e esportes.
As elites sabem muito bem como manobrar e manipular as massas alienadas, pois, um dia seus antepassados o foram e trazem esta "malícia" no sangue como atavismo natural herdado.
O pobre de hoje, poderá ser o rico de amanhã, ainda mais num país onde existe a possibilidade de alguém ganhar uma megasena.
Agirá do mesmo modo que as elites , antes tão odiadas?
Claro que agirá, o mesmo fez e faz o nosso "Gremlin Falastrão", acostumado a 30 anos sem trabalhar sendo o presidente honorário do Partido dos Trabalhadores.
Depois de chegar lá , com um "Aero-Lula e confortos importados, dificilmente viveria sem isto, jamais.
Notem que a total ausência de vergonha na cara de alguém saido do nada é tamanha , que a primeira coisa que fez foi proteger e ajudar os seus mais próximos e "cumpadres", sem se preocupar com quaisquer riscos de denúncias, como ocorreu com o súbito "enriquecimento" de filhos e familiares .
É aquela cena mais do que conhecida de uma "grande família", sendo convidada para um churrasco à beira da piscina de uma recente mansão em condomínio de luxo, comprada pelo parente "novo rico", causando desconforto aos seus vizinhos pela agressão estética, desrespeito aos limites e privacidade alheias e completo despreparo para sequer confraternizarem sem agredir as redondezas.

Abrem aos bagageiros de seus carros, com aquele som altíssimo, tocando "funks" e ""pagodes", gritam, fazem um "auê" total sem ligarem para os demais próximos e só a sua festa importa.
Assim mesmo!
Se o nosso "guia" tivesse seguido o exemplo de sua "cria" sindical, o "Vicentinho", que se esforçou, estudou, se formou em Direito, chegando a deputado federal, eu aplaudiria e reconheceria o seu mérito.
Caso contrário, não!
Pessoas valem pelo que são e fazem de suas vidas, exceto, é claro os portadores de deficiências e , mesmo assim, muitas vezes demonstram mais capacidade e vontade do que a maioria inerte, preguiçosa e parasita.
Somos constituídos de "deficientes", não físicos, porém moralmente deficientes,"analfabetos funcionais", em razão de séculos perdidos, que alimentaram nossos vícios de hábitos e costumes .
Os incorporamos sem qualquer reação, quando os "vizinhos imperialistas" nos "batizaram" de "malandros", através daquele personagem do cineasta "WALT DISNEY", o papagaio "Zé Carioca", falastrão , cheio de “mumunhas e gingas”.
Aceitamos esta pecha sem reagirmos, porque nossa baixíssima auto-estima assim se fez operante.
Afinal, uma judia portuguesa, que nem brasileira era, foi o nosso maior símbolo lá fora, "Carmem Miranda" e seu "Bando da Lua" , cujos integrantes conheci, décadas depois, já velhos , tocando por gorjetas, no "Martoni Marquis", em Los Angeles quando eu lá residia.
Pois é, até ajudei pegando um violão e tocando músicas brasileiras com eles, celebrando nossa "brasilidade" e minha então mulher norte-americana, cantora lírica, (loura belíssima,esbeltíssima (não uma "madona gordona",como poderiam imaginar, rs) também entrou na festa, dando sua contribuição vocal, conhecida e respeitada por todos lá.
Grande paixão de minha vida , confesso.
Tive de voltar e me separar dela.
Uaauh... como doeu tomar esta decisão.
É a vida e o destino.
Uma pequena crise pode mudar tudo e o "sonho" terminar por nossas decisões .
Mas... onde estava mesmo?
Ahhhh sim... no Brasil, não em Los Angeles, entendi.
Às vezes me perco em lembranças .
Sim...no Brasil, sei... e daí?