domingo, julho 30, 2006

Ótimo artigo !

Do jornalista Sebastião Nery (Tribuna da Imprensa)
http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=nery


Israel e os pseudônimos
Ninguém sabia onde Brizola estava, depois do golpe de 64.
Ainda em Porto Alegre ou já no exterior.
Especulações mil. No botequim de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul, alguém chegou com um jornal:
- Vocês ficam dizendo que os militares fizeram uma injustiça com o Brizola, expulsando-o do País, porque era comunista.
- Comunista, como? Brizola nunca foi comunista. Está ali no Uruguai.
- Nada disso. Era comunista escondido. Tanto que foi para Moscou e está lá. Olha o que diz o jornal: "Leonid Brejnev disse ontem, em Moscou"...
- E o que é que tem Leonid Brejnev com Leonel Brizola?- Então vocês não percebem o pseudônimo?

Líbano
A tragédia dos palestinos e do Líbano é esta. Israel não conseguiu, até agora, prender ou matar nenhum dos líderes do Hamas e do Hezzbolah.
Na falta deles, bombardeia, devasta, mata os pseudônimos, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, bairros e aldeias inteiras, em um asqueroso genocídio.
Desde Hitler, o grande mestre e líder mental deles, ninguém fez igual.
As guerras da Coréia, Vietnã, Iraque foram e são bárbaras, como todas as guerras.
Mas havia e há um mínimo de critério militar nos bombardeios.
Bombardeiam para ocupar.
Agora, com Israel, não. Não há critério militar. O critério é o ódio, animalesco. Bombardeia para vingar-se, para punir e só.
Como os seqüestradores dos dois soldados de Israel saíram do Líbano para fazer o seqüestro na fronteira com Israel, e Israel não conseguiu nem evitar nem prendê-los, começou a massacrar o Líbano indiscriminadamente.
Logo na primeira noite, bombardeou Beirute, que não tinha nada com a história.
O Hezbollah reagiu e Israel passou a devastar o país inteiro.
O genocida Milosevic fez o mesmo na Bósnia. E morreu na cadeia.

Hitler
Israel aprendeu essa bestialidade com alguém. Com Hitler, hoje seu guru.
A Enciclopédia Britânica, por sinal judaica, lembra os precedentes:
1 - "A história contemporânea registra dois exemplos de genocídio aplicado à população inteira de cidades: Guernica e Lidice. Guernica, cidade basca da Biscaia, com 4.500 habitantes, foi bombardeada e totalmente destruída por aviões alemães, durante a Guerra Civil espanhola, em 1937. Sua tragédia inspirou o famoso quadro de Pablo Picasso".
2 - "Lidice era uma pequena aldeia de mineiros na Boêmia, Tchecoslováquia (voltei lá há pouco para rever a chama eterna), com 500 habitantes, quando da ocupação nazista, na Segunda Guerra mundial. Como represália pela morte do "gauleiter" Reinhard Heidrich, em Varsóvia, os alemães escolheram uma aldeia (Lidice), fuzilaram todos os homens (190), mandaram as mulheres para os campos de concentração, sumiram com as crianças e destruíram a aldeia, hoje transformada em monumento".
Não é muito diferente o massacre punitivo que Israel faz no Líbano.
"Globo"A ONU reage, mas não adianta. Quem tem bomba atômica são os Estados Unidos, é Israel, menos de dez países. Israel está se lixando para o mundo. Hitler também se lixava. A imprensa internacional denuncia, protesta. Israel não toma conhecimernto. Hitler também não tomava.
No "Globo", o sempre lúcido Luiz Garcia definiu bem:"Israel abre mão de ter razão quando bombardeia maciçamente áreas urbanas. É uma forma de ataque particularmente cruel e covarde".
E o próprio "Globo", em editorial, mostra que Israel também é terrorista:
1 - "Lançar ataques aéreos e barragens de artilharia contra aldeias e bairros residenciais em busca de vitórias militares é tão absurdo e inaceitável quanto explodir bombas em lanchonetes. A crueldade é igual nos dois casos. Sua covardia é a mesma. Todos os protagonistas se bestializam e se igualam na desumanidade e na barbárie".
2 - "Erram os grupos islâmicos que atacam contínua e sistematicamente alvos civis e militares israelenses, na esperança de desmoralizar o `Estado sionista' perante a opinião pública internacional. Também erram grosseiramente as autoridades civis e militares israelenses, que mandam bombardear casas, escolas e hospitais"...
Segundo a ONU, 30% dos 600 libaneses mortos até agora são crianças.