quarta-feira, maio 23, 2007

"Kundalini"

Tentarei responder uma pergunta de um comentário sobre “Kundalini” e qual a experiência de atingir “Samadhi” ou “Nirvana".
Primeiro de tudo, sei bem que, duas dúvidas e indagações virão à frente , questionando esta descrição e relato.
1-Se atingiu este estágio, por que não se tornou um guru?
2-Não teria sido uma alucinação provocada por tanta preparação, dietas, meditações e sacrifícios?
Antes de mais nada sou bastante cético e exijo provas concretas de cada experiência, inclusive as minhas, para que me incline a acreditar ou não no fenômeno.
Minha formação também na área científica,além da humana, me inclinam sempre a duvidar, antes de qualquer coisa, apesar de ter nascido com estas tendências naturais , de Paranormalidade e mediunidade.
Respondendo ao primeiro item, diria que não considero como mais importante exercer uma profissão ou ocupação, partindo de experiências íntimas, espirituais e muito importantes, porém únicas, que não podem ser repetidas nem ensinadas de qualquer maneira , como se fossemos seres superiores.
Sempre tive aversão a gurus, coisa minha, pois nunca acreditei em seus poderes .
Prefiro seguir mestres adimensionais, no astral,do que seres estereotipados, cheios de si
Em minha preparação inicial, tive alguma ajuda de uma professora de Yoga, amigona minha , mas depois fiquei só e enfiei a cara sem temer nada nem me preocupar com os riscos perigosíssimos desta empreitada, sem uma assistência ou acompanhamento de algum mestre ou “guru”.
Foram 12 anos de “imersão” , aprofundamento nas doutrinas e ensinamentos orientais, meditação, jejuns, Macrobiótica (2 anos) que quase me deixou anêmico, abstinência sexual de mais de um ano,
isto depois de uma vida mundana de farras e intensa atividade noturna de boêmio, podem imaginar a radical mudança .
Houve uma razão fatal, que alicerçou algo que eu já tinha em toda a minha vida até então.
Uma fé e crença no oculto, no Espiritual, pois sempre tive experiências e também cheguei a trabalhar em centros , mas o “deadline”, a ocasião que me proporcionou esta decisão de virar tudo de cabeça para baixo e transformar minha vida foi outra, muito mais dramática e importante.
Quase morri, ao reagir a um assalto e salvar minha companheira.
Fiquei com uma bala alojada a menos de 1 cm da coluna e somente 8 anos depois puderam retirá-la.
Poderia ter ficado tetraplégico, mas não me arrependo de ter reagido e nos salvado de morte certa , num local ermo, onde ela teria sido estuprada na minha frente e eu morto, após a violência consumada.
Tive visões,enquanto na maca do hospital,que me deram a certeza da necessidade de mudar minha vida.
Resumindo, ou melhor, tentando resumir experiências intuitivas, que ocorrem em frações de segundo e não em termos “lineares” de compreensão, diria que o processo de “iluminação” não ocorre de imediato ou simplesmente num determinado momento.
Vem de antes, desde a preparação , a cada estágio, a cada passagem da energia pelos canais “Ida e Pingala” despertada desde “Muladhara” (na próstata), energizando gradualmente os chacras, apesar de muito sofrimento para quem enfrenta só este desafio.
Para que vocês tenham uma idéia aproximada do que seria a passagem por cada chacra, diria que seria como se um ovo tivesse de passar por um fio , sim a sensação é esta mesmo , imaginem a dor e estado de desespero a cada passagem destas, pois implicam em triplicação ou decuplicação de nosso sistema nervoso.
Olhamos nossos braços e mãos tremendo e inchando, como se fossemos um “Hulk” ao se “descamisar”.
Ninguém pode ver, só nós!
Cansei de perguntar à minha então companheira, que também tentava me acompanhar à época (mas não conseguiu e nos separamos) se ela podia enxergar , mas não!
4 idas ao hospital, com todos os sintomas de infarto, mas nenhum deles confirmado ou detectado pelo eletroencéfalograma, nada de anormalidade em pressão e saúde esplêndida, desorientando totalmente os médicos.
Enquanto isto, a cada passagem pelos chacras, uma instrução , explicação por imagens de todas as minhas perguntas e dúvidas, como se o Microcosmo ficasse visível e uma relação química ou Física de moléculas e átomos se tornasse evidente e concreta à minha frente em pensamento.
Apenas “pensava” em meditação e a resposta vinha em imagem.
Confesso que, durante um tempo, sentia a presença de algum ser ou mestre, quase chegando a vê-lo ao meu lado , mas nunca consegui vê-lo de frente .
Numa ocasião, ele me levou, em meditação, ao cume de uma montanha aqui no Brasil, onde só avistava florestas e montes sucessivos, tudo verde.
“Ele” então me disse; “pode ouvir a música da natureza?”.
Fiquei meio estupefato, pois não ouvia música alguma, a não ser ruídos do vento.
“Ele” explicou a diferença.
Disse-me; “esta é a música da natureza, a outra (Jesus alegria dos homens de Bach, que então pude ouvir tocada) é a música dos homens".
Não preciso dizer o quanto isto me arrepiou até os ossos...
Jamais esquecerei esta experiência e ensinamento.
Pude também ver através da mata, que aquelas montanhas e montes, que deveriam ser as da Amazônia e planalto central, tinham “pirâmides” escondidas” debaixo delas, sim , não foi alucinação, eu pude vê-las , ocultadas pela floresta.
Esta visão me deu muita força bem mais adiante, recentemente , quando insisti numa esperança em que nosso país fosse realmente destinado carmicamente a um papel muito importante , como pátria de uma Nova Era, que originou o nosso movimento, embora hoje esteja muito abalado e desgostoso, decepcionado e incrédulo, quanto a este destino.
Só poderia dizer que o processo é gradual a cada despertar de cada centro energético e sobre cada assunto ou área específica, desde a sexual até a cerebral de ultra-consciência.
Ao final , quando a energia finalmente chega ao ápice, ao chacra coronário e explode saindo deixando-nos em estado de “inconsciência” ou descontrole racional, então nos vemos em meio a uma espécie de “mente superior”, um cenário todo branco de luzes ou "faíscas" "energias", onde eu era uma delas, porém , o que distingue esta experiência de uma provável alucinação, é que, naquele exato momento, eu tinha toda a sabedoria do mundo, minha mente não falhava um segundo, estava absolutamente lúcido, iluminado e concentrado como nenhum ser humano seria capaz de manter a sua mente, por um segundo que seja.
Todas as verdades e explicações estavam lá naquele momento de total lucidez , as sentia em minha cabeça e mente, como se um “cérebro” superior, entre tantos, ou em meio a tantos dentro de um só.
Difícil realmente descrever este tipo de experiência, principalmente ao voltarmos dela, mais ainda justificar por que não me tornei um guru e voltei à vida normal?
Muito simples.
Não existem grutas e montanhas sem donos no Brasil, portanto , não teria onde viver, sem me tornar um charlatão ou explorar algo que de graça recebi.
Preferi voltar a ser um simples pecador , homem normal, embora nunca mais tivesse conseguido me readaptar a esta vida e até hoje sofra muito por esta escolha.
Claro que não é tão fácil assim voltar ao normal , pois, uma vez despertada a energia “Kundalini” que vem do “telúrico”, do centro da Terra e rege nossa procriação, energia vital e poder, quando ela retorna ao chacra “Muladhara” nos torna “faunos”, verdadeiros “tarados sexuais”, insaciáveis, além de nos deixar entre um mundo ou dimensão e outros.
Tive de ser ajudado por guias espirituais, que me auxiliaram, “fechando” meus chacras, para que eu pudesse simplesmente voltar à uma vida mais ou menos normal.
Sair do corpo involuntariamente, ter premonições e visões confirmadas, era normal para mim durante este estágio posterior ao despertar, sem qualquer controle e quase chegando ao desespero de não poder dominar estes fenômenos.
Tudo bem, passou, tive minha chance de ser “guru”, decidi não ser, não me arrependo de nada, pelo contrário, sou um ser humano normal, pecador e errado, apesar de nunca mais ter me adaptado a esta vida concreta e real.
Ficou a lembrança, sabedoria e o aprendizado.
Restou um ser humano anômalo, porém real, cheio de erros e problemas, embora sincero a ponto de me expôr aqui neste blog, a estes questionamentos, dúvidas e contestações.
O que relatei foi sincero e verdadeiro.
Acredite quem quiser.