domingo, maio 06, 2007

"Desperate housewives" espôsas desesperadas!

Novela, putz, que merda não?
Todos já sabem como são e os meandros e eternos “novelos”, que nunca possibilitam que o casal protagonista consiga chegar a um final feliz antes do último capítulo?
Por que nossa população em maioria absoluta se deixa condicionar e escravizar por este vício?
Pensem bem em cada capítulo e como podemos esperar certas cenas que nunca se concretizam , mesmo em capítulos não tanto importantes.
Sabemos que a protagonista , sempre será impedida de encontrar ou reencontrar seu amado até o último capítulo.
Portanto, o que faz com que milhões de donas de casa e famílias acompanhem esta farsa televisiva?
Maridos barrigudos deitados nos sofás, sem mais nenhum romantismo (será que um dia foram românticos ?) , os bêbados, que chegam em casa chutando o cachorro, tropeçando nas crianças e derrubando o berço do bebê, ou outros mais agressivos, que poderão representar realmente um perfil sumário do homem casado brasileiro.
Suas mulheres, que sustentam a base e a prole , em estresse total durante o dia inteiro, representam um potencial de emoções reprimidas e de produção compensatória, capaz de superar índices da China e explicar reações inimagináveis, por puro instinto de preservação ou força maior de leis, como a daquelas mulheres em seu dia-a-dia e cotidiano, que matam ou abandonam filhas porque o regime e as tradições só admitem machos .
As nossas não recebem pensões nem são muito importantes em termos de INSS.
Sinceramente acho que uma mulher dedicada à sua família , em vida deveria receber sim uma compensação e pensão , quando se vir em situação de separação e dependência.
Nunca seria tão “machista” ao ter de julgar estes valores e vivências, pois quando um homem se vê obrigado a assumir todas as responsabilidades domésticas e tarefas que elas cumprem num “estalar de dedos”, ao mesmo tempo e nós nos enrolamos todos, derrubamos frigideiras, tentando apagar o fogo da outra panela, derramamos o óleo fervente em nossas “partes baixas”, não conseguimos conciliar o tempo certo entre fritar um ovo e controlar um molho em ebulição
Mas, voltando aos “capítulos” de novelas, penso que haja algo de um intenso impulso masoquista emocional !
Postergar e adiar o orgasmo final até um limite inimaginável , previsto apenas pelos criadores e autores é um ato de total submissão emocional..
O que temos ?
Nada , apenas “seresinhos”carentes sempre e a humanidade é isto mesmo , sem nada a acrescentar!
Mulheres insatisfeitas, maridos totalmente alheios aos anseios de suas parceiras, mas sempre atentos ao que acontece com seu time de futebol , companheiros de jogo e pescaria, mas elas ficam por lá, sempre desprezadas , ainda que consigam pelo menos sonhar e idealizar uma outra vida menos chocante e cruel de mães e antigas “noivinhas” que por um breve momento se sentiram “princesas”, no casamento que agora “foi para o brejo junto com a vaca”.
O pior de tudo é a sensação de envelhecimento progressivo, perda de atrativos,depressão, perante seu “macho” , ao ver que este olha outras com “outros olhos”, não mais aqueles que lhe dedicavam tantas atenções.
É triste mas é verdade, esta constatação de total diferença entre os sexos em termos de progressão na vida e anseios ditados pelos instintos e reações naturais , hormonais e de sobrevivência da espécie.
Um homem pode procriar até a morte, uma mulher não!
Isto choca e contraria todas nossas “boas intenções” de equipararmos as chances de ambos os sexos na vida e perspectivas de felicidade, mas não acontece bem assim.
Geralmente elas acabam sós , eles também, até certo grau , mas não hoje, com o “Viagra” e outros recursos, que servem como esperança de ainda terem uma vida sexual ativa e procriativa, coisa primordial para um macho, mesmo em idade avançada.
Daí esta diferença observada agora , onde os tais antigos coroas, já meio ou totalmente “brochas”, começam a aparecer entre as vítimas de HIV .
Sem pretender me alongar neste texto, o que poderia deixar como explicação para o sucesso de nossas novelas seria apenas a insatisfação feminina e necessidade de compensação emocional para um vida onde cada dia é sempre igual, sem mais emoções nem expectativas reais de realização pessoal como mulheres à espera de um sonho jamais possível e inalcançável em suas vidinhas normais .
Daí esta postergação infinita do “orgasmo final”, que nunca tiveram , mas ainda sonham ter, esperando por um desfecho capaz de satisfazê-las em sonhos e imaginação alimentada por tantos capítulos, ao se sentirem iguais,participativas e presentes naqueles momentos finais de casamentos e uniões, onde elas seriam as protagonistas e seus maridos barrigudos, cheios de cervejas e churrascos, deitados no sofá, não mais existiriam em termos de realidade.
Somos somente cobaias previsíveis.
Bom né?