sábado, janeiro 21, 2006

Marilia Becher

Enviado por nossa amiga , representante em Curitiba P.R. , membro do MBNE, "ongueira" ambiental, Marilia Becher (Foto) que tem um belo fotolog "Poetisa" .





Rédea Solta - Movimentos não se constroem ao acaso


A partir dos próprios movimentos das ONGs é que surgiram os Órgãos Públicos Ambientais. A discussão ambiental fornece elementos indispensáveis para a consolidação da futura ampliação democrática.
-Quando?
Quando houver mudança de comportamento, de educação, de resultados, de valores humanos.
Principais conflitos:
-Capital-Lucro
-Preservação-Desenvolvimento (conciliar)
-Interesses políticos (principalmente em relação ao desenvolvimento e economia - industrializar ou não)
-Conflitos da Sociedade Civil: moradia, qualidade de vida, de saúde, de trabalho.
Os movimentos ambientalistas possuem origens anarquistas, pois houve muita luta da natureza pela natureza.
As ONGs ou movimentos sociais são de extrema importância, embora enfrentem dificuldades, decepções e críticas.
É através da cidadania do voluntariado confrontando os interesses da ganância que a sociedade estabelece maneiras de ser mais humano, preocupar-se com o futuro de seu semelhante, da sua vila, da sua cidade, do seu país e do seu planeta.
Para tal é preciso um resgate: o da sensibilidade.
Um sonoro não à indiferença, à cegueira, ao individualismo, às rédeas curtas.
O que se percebe é que o cidadão que peregrina por esse universo ambiental (movimentos sociais -ONGs) cada vez mais se enreda, se apaixona, não se afasta, porém se questiona muito.
-Quais das demandas (são milhares) priorizarmos?
-Porque essa luta anônima e tantas vezes desacreditada?
-Porque os representantes do povo não levam adiante os anseios
básicos da Nação?
-Porque não se unem a elas?
-Porque nos vêem somente como redutos eleitoreiros?
"Infelizmente é difícil escolhermos um verdadeiro representante do povo."
Aqui enfatizamos, mesmo tendo consciência da inoperância governamental, uma cobrança para aqueles políticos que não levam adiante os ideais para o bem das comunidades que são a verdadeira escola de necessidades ambientais.
O legítimo aprendizado se dá no momento em que percebemos o significativo potencial da massa brasileira sendo jogada ao protecionismo vergonhoso (propósitos indignos dos governantes) e oprimidos em seu próprio território.
É...há muito tempo evidenciamos a pobreza nas invasões das periferias com seu pedágio para a criminalidade organizada, a prostituição requintada dos bordéis de luxo e os de estrada, os rios imundos, os desmatamentos e tantos outros assuntos em pauta.
Os moradores das áreas centrais têm medo das vilas porque sua vida é violenta (segundo a mídia divulga). Os moradores das vilas têm medo das áreas centrais porque tudo é muito rápido. Os sinaleiros, os carros e as palavras que eles não sabem ler.
Mas...sabemos de bairros humildes, bem tratados, com famílias amorosas e solidárias.
O Brasil está desordenado: é a crise, o desemprego, a miséria crescente apesar das novas indústrias e de todo arsenal desenvolvimentista que aqui se monta. Mesmo contando com tamanha propaganda, ainda não resolveram problemas básicos como a canalização de esgotos para todos.
Apenas um exemplo...
Anos 70-Brasil, progresso, o celeiro do mundo...nesta década vieram para o nosso país os agrotóxicos. No Paraná, o Banco do Brasil obrigava o pequeno agricultor-produtor (quando do pedido de financiamento) a tirar uma porcentagem em maquinários e 15% em agrotóxicos (uma exigência da Inglaterra e Estados Unidos).
Atualmente temos a "Monsanto" com os "transgênicos" e sua bagagem irreversível quanto aos danos causados ao solo e o controle escravizante do poder econômico.
Maracutaia vinda e aceita, mesmo com os protestos de várias organizações.
Os resultados chegaram e as multas são aplicadas. Resta sabermos o que pensam os "colaboradores desprevenidos". Nem pensam nos danos, não se iludam!
"As malas estão recheadas, assim como as contas voadoras da nossa política nacional."
Nas questões ambientais o funcionamento é inter-relacionado, uma organização e unificação de lutas. Uma política de lutas. O legislativo é muito desinformado destas questões.
A conquista de espaços deve ser ampliada e melhorada, abrangendo tanto quanto for possível as inovações e os desafios que ora despertam os interesses coletivos.
Diante da opinião pública os órgãos não governamentais sérios atuam como fiscais das atividades do setor público e como mediadoras da população.
A sociedade precisa de conciliação entre diversos setores para resolver seus problemas.
Nosso Brasil não necessita de esmolas, faixas de inauguração atreladas a interesses próprios, rostos maquiados e sorridentes posando para a mídia.
"Isto não implica em nos tornarmos contrários a tudo que se faz, a questão é que se faz muito pouco ou quase nada."
O desafio é sermos criativos e inovadores. A integração existente entre governo-população é no limite do necessário. Esta situação de trabalhar "intra-muros" não minimiza as condições deficientes da pobreza, da fome, da educação.
A intenção da maioria é consertar ou, talvez, podarmos alguns galhos podres que confundem a cabeça dos inocentes.
Sim! Ainda temos determinação, ideais e ações na transformação de um tempo que avança através de alianças fortes e intenções limpas.