sábado, janeiro 21, 2006

Daniel Caixão

Texto enviado por nosso amigo , "ongueiro" de terapias alternativas e filosofia oriental, membro do MBNE de R.J. Daniel Caixão (foto).







Quem comanda no mundo?
Com a autonomização da economia e o enfraquecimento dos Estados-nação é ilusório pensar que os presidentes eleitos sejam os que têm o comando sobre o pais. Quem decide os destinos reais do povo não é o Presidente. Ele é refém do Ministro da Fazenda e do Presidente do Banco Central que por sua vez são reféns do sistema econômico-financeiro mundial a cuja lógica se submetem. Quando o Presidente Bush fala à nação muitos seguramente o escutam. Mas quando fala o presidente do Federal Reserve (Fed) a nação inteira pára. O que ele tem a dizer significa a vida ou a morte de muitos empregos e do destino de empresas.
Os donos do mundo estão sentados atrás dos bancos, são os que controlam os mercados financeiros, as taxas de juros, as infovias de comunicação, as tecnologias biogenéticas e as indústrias de informação.Imensos conglomerados privados atuam a nivel planetário. Sem perguntar a ninguém e sem qualquer controle dilapidam o patrimônio comum da humanidade em benefício próprio. Desflorestaram em poucos anos 800.000 hectares das ilhas de Bornéu, Java, Sumatra e Sulawesi. Os incêndios projetaram fumaça do tamanho de meio continente. Esses mesmos grupos mancomunados com os nossos atuam agora na floresta amazônica. As leis de proteção ambiental são inoperantes face à fúria de conseguir dólares via exportação para o pais fazer frente aos compromissos da dívida externa e interna. O agro-negócio implica desflorestar, liquidar a biodiversidade, homogeneizar a produção em escala.

Esta lógica funciona no sistema globalizado mundial, criando desigualdades e devastações ecológicas lá onde se implanta. Para 2010 prevê-se que as florestas tenham dimuido em 40%. Em 2040 o aumento dos gases de efeito estufa podem provocar um aquecimento entre 1ºC a 2ºC elevando o nível das águas oceânicas a 0,5 a 1,5 metros afetando milhares de cidades costeiras. Seis milhões de hectares de terras férteis somem por ano sob o efeito da desertificação.As doenças infecciosas de todo tipo viajam à velocidade dos mercados. A Aids é uma pandemia na Africa. A expectativa de vida da África subsaariana diminuiu já sete anos e em outros paises como Uganda, Zimbáue, Zâmbia recuou dez anos. No ano passado a produção econômica de Quênia, por causa da Aids, caiu em 14,5%. A África é um continente abandonado à sua própria desgraça, sequer merece ser explorado. O Papa faz discursos irresponsáveis.


Se houvesse um pouco de humanidade e compaixão entre os humanos bastaria que se retirasse apenas 4% das 225 maiores fortunas do mundo para dar comida, água, saúde e educação a toda a humanidade. Estes são dados da ONU de 2004. Enquanto isso 30 milhões de pessoas ainda morrem de fome e dois bilhões são anêmicos.Teremos tempo para que a desintegração se mostre criativa? Uma leve esperança se anuncia um pouco em todas as partes do mundo, em Seattle, em Gênova, em Porto Alegre e nos Fóruns Sociais Mundiais. Ai surge um anti-poder que pede uma nova justiça planetária, uma taxação significativa dos capitais especulativos, a introdução de uma renda de existência a todos os habitantes da Terra não para subsistirem mas porque simplesmente existem. A aplicação rigorosa da ética da precaução e do cuidado em questões ambientais. Esperanças. Que tenham a força da semente.


*recebido por e-mail.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Penso muito sobre os donos do mundo e sobre a possibilidade de dribá-los sei lá como, Daniel. Mas sei que temos um time de pensadores da maior qualidade como vocês estão sempre demonstrando aqui neste blog. Quero acreditar que ainda chegaremos lá. É otimismo fanático? Primeiro é preciso sonhar... Abraços,
Heloisa.

sábado, janeiro 21, 2006 2:31:00 AM  
Blogger Homero Moutinho Filho said...

Heloisa
Há meios de "vencê-los" sim. Formando uma nata de "cabeças-pensantes e atuantes" concreta e objetivamente ao invés de verborragias intelectuais que não levam a nada.
Planejamento sério e vontade para executá-lo. Apenas isto.
O resto é mobilização de quem sente e percebe que um novo governo do futuro está se formando aqui de mansinho!
Abração amiga
Homero Moutinho Filho

sábado, janeiro 21, 2006 7:03:00 PM  

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