segunda-feira, março 28, 2005

ONGs - O Poder do Futuro

Nos tópicos sobre Democracia Direta da comunidade Movimento Brasil Nova Era no Orkut, tenho insistido numa nova concepção de participação popular através da eleição de representantes das ONGs, congregadas conforme os campos de atuação e número de membros, para fazerem parte de uma Assembléia Nacional em substituição ao atual Congresso,onde todos os segmentos teriam a oportunidade de se fazer representar lado a lado com outros eleitos pelos Conselhos Estaduais, visando garantir a defesa de associações e grupos ativistas voluntários, geralmente atropelados pela votação das massas condicionadas pela propaganda da mídia, no atual sistema proporcional eleitoral, principalmente nas eleições majoritárias, onde se revezam os mesmos políticos de campanhas milionárias e suas anacrônicas idéias. Numa nova forma de democracia como a proposta em nosso Movimento Brasil Nova Era, o povo teria várias chances de participação direta na administração e deliberação política independentemente de partidos pela candidatura livre, acessível a qualquer cidadão, atuação decisória em todos os níveis e instâncias, além do poder de vetar decisões tomadas por seus representantes eleitos. Gostaria de saber se todos teriam a mesma opinião sobre a importância das ONGs e associações civis, como elementos catalisadores de pessoas com ideais afins e nova maneira de assegurar uma justa distribuição democrática de poderes entre os diversos segmentos da sociedade.Serão elas o poder do futuro?

Neste estágio de ingovernabilidade e ausência de livre-arbítrio dos Estados, as ONGs despontam como uma nova forma de se garantir pelo menos que todos os segmentos sejam ouvidos e devidamente representados diretamente, evitando-se que uma maioria decida pelas minorias mais atuantes.P.S.:"As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil – Fontes IBGE e IPEABase: Ano de 2002No Brasil, 1,5 milhão de pessoas trabalham em 276 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos Estudo inédito, realizado por IBGE e IPEA, em parceria com a Associação Brasileira de Organizações não-governamentais (ABONG) e com o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), faz um retrato completo das 276 mil instituições privadas e sem fins lucrativos, que empregam 1,5 milhão de pessoas, pagando salários e outras remunerações no valor de R$ 17,5 bilhões."(prof. de economia Ricardo Bergamini).
Estes números que citei são referentes a 2002 e desde lá houve um "boom" de ONGs, significando que as mesmas já devem superar segmentos profissionais de grande peso, como os metalúrgicos, construção civil e frentistas.
As fundações, associações e ONGs têm outras fontes de recursos que vão desde a dedução de impostos e contribuição da iniciativa privada, dos próprios membros, pequenos empreendimentos comerciais(logos, camisetas, publicações, etc.),de organismos internacionais e até parcerias (no caso das sociedades)com órgãos governamentais.O principal aspecto que ressalto nesta minha colocação, é a participação altamente conscientizada de quem se propõe voluntariamente a participar como membro de uma ONG, dando um valor extra ao seu voto como cidadão interessado no bem comum e não pura e simplesmente alguém "forçado" a decidir sem o devido exercício prévio freqüente de cidadania.Quem se filia a um partido político pode ou não fazê-lo por ideologia, porém, sempre há a hipótese de outros interesses até de ordem mais pessoal e material como a busca de emprego ou colocação vantajosa.No caso das ONGs isto é inexistente,mesmo que o emprego numa delas seja uma forma de compensar a iniciativa, não interfere no ato decisório de escolha pelo voto nem onera o erário aumentando a máquina burocrática parasitária.
Isto demonstra com clareza a diferença entre a flexibilidade ideológica dos núcleos de ações voluntárias e o fisiologismo sedentário dos partidos políticos. Há uma enorme distância entre a mobilização por objetivos e a perpetuação em nome destes.A conseqüência final deste embate entre uma nova mentalidade e o anacronismo do modelo representativo, será a “pulverização” do abstrato conceito de Estado, como organismo centralizador decisório, do qual emanam atos e iniciativas do macro para o micro sob a égide de legitimidade da delegação de poderes. A despeito da massificação imposta pelo sistema através da mídia, a sociedade cria resistências, por meio de sucessivas segmentações espontâneas, em progressão geométrica, como forma de reação contra a “pausteurização” cultural imposta de cima para baixo. Muitos destes segmentos se organizam em associações para a fiscalização e denúncia de irregularidades, assumindo, por vezes, o confronto direto em defesa de seus princípios. O “Greenpeace” é um exemplo mais do que conhecido deste tipo de atuação. Se considerarmos o passo natural da civilização conhecida, pela História, verificaremos a evolução natural dos grupos patriarcais, para as formas embrionárias de repúblicas, impérios, barbárie, teocracias, feudos, monarquias, repúblicas burguesas,restauração, absolutismo, parlamentarismo, presidencialismo e por fim, algo ainda a ser conceituado como nova fórmula de regime. Não importa se sob a forma de capitalismo burguês ou de Estado (comunismo), todos seguiram o mesmo esquema de estratificação piramidal hierárquica, menos ou mais visível, porém existente.
O poder é um cavaleiro montado num jumento com uma vara esticada a frente de onde pende uma apetitosa cenoura. Enquanto esta estiver fora do alcance das mandíbulas do animal, ele continuará em sua perseguição, levando o cavaleiro onde este quiser. Se o jumento começa a demonstrar cansaço ou desinteresse em prosseguir, o cavaleiro aproxima a cenoura fazendo crer estar próxima a satisfação da necessidade, até que a afasta novamente uma vez atingido o objetivo de manter-se em jornada. Assim, entre “concessões” e “proibições” quanto ao direito de satisfação do jumento que conduz o cavaleiro, a humanidade caminha, pois sempre haverá um jumento novo que ainda não percebeu o engodo. No caso das associações e ONG’s há uma nova mentalidade emergindo, ainda que sem atuação política mais concreta, capaz de em alguns anos apenas transformar por completo este cenário onde se revezam os mesmos personagens para as mesmas platéias. Nosso projeto Geosfera é um exemplo de integração de laboratórios sociais em comunidades de alta tecnologia alternativa, num movimento de refluxo levando um novo potencial produtivo ao campo. Claro que não seremos irrealistas a ponto de imaginar um milagre de redenção coletiva, ou mesmo poucas resistências por parte do poder constituído, porém, não seria de todo descartada uma sucessão de acontecimentos que acelerariam esta mudança. Uma advertência sintomática sobre o nível de descrença popular em relação ao nosso modelo democrático, foi dada nas pesquisas do PNUD quanto ao nível de credibilidade em nossas instituições políticas, a bem dizer, partidos e políticos.“(Terra/Notícias/Brasil-15/07/04)“Uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indicou que, no Brasil, 59% dos entrevistados não sabem qual o significado da palavra democracia. Além disso, 4% não souberam responder. Outros 54% apoiariam um governo autoritário se isso resolvesse os problemas econômicos. O levantamento mostra que apenas 37% dos brasileiros apóiam a democracia.”
E ainda;”Que a maioria ainda não conheça o significado da palavra democracia, é perfeitamente compreensível. Porém que apenas 37% a apóiem e 54% apoiariam um governo autoritário se resolvesse os problemas econômicos, é algo muito esclarecedor sobre o grau de confiabilidade do regime. Observem que 70% AINDA preferem a democracia, mas isto deixa bem claro que não seria ESTA democracia que temos, a ideal para a imensa maioria da população “O que se pode perceber destes índices, é uma crescente insatisfação popular quanto ao regime “representativo” atual, além da quase total ausência de legitimidade de nossos representantes. Portanto, estes fatores serão os geradores de acontecimentos e momentos históricos apropriados ao despertar coletivo para uma nova realidade política. A ascensão da sociedade organizada ao verdadeiro patamar decisório de Autogestão da coisa pública, conseguida pelos meios legais de pressão disponíveis e intensa mobilização. Para que isto ocorra, as ONG’s como acredito, terão, num determinado instante, de assumir o seu papel de catalisadoras de potencial humano consciente e participativo, num grande esforço de exercício de cidadania visando a instauração de um sistema mais justo que atenda um desenvolvimento sustentável, as necessidades assistenciais e de preservação ambiental.

Homero Moutinho Filho
hmf_sp@yahoo.com.br

Texto de David Hadjes transcrito de nossa comunidade no Orkut.
Voluntário em projetos de ONG´s .

Acho que as ONG´s estão apenas começando a se delinear no "Mapa do Poder Global" , como resultado da união da sociedade civil engajada em ajudar a criar um mundo mais justo , e sem "rabos presos" ao "stabilishment" , partídos políticos , panelinhas de "auto-interesse" etc.São a expressão da vontade e a voz dos que apesar de não serem "políticos' no que assim ficou convencionado , são os que unidos , na verdade mandam de verdade se quiserem .Basta vontade , honestidade de propósitos , envolvimento , ação , e uma convergência de objetivos .Acho inclusive que num breve futuro , a união das ONG´s terá uma importância tão ou até mais do que a ONU , G-7 e outras "entidades' supostamente "representantes do planeta" .Espero que um dia , com apenas uma "frase" como "boycot banks" ou whatever.... o sistema sinta imediatamente seu real lugar de dependentes da "nossa vontade' , e não v-versa como infelizmente hoje em dia se apresenta.Parabéns Homero !Super legal o espaço q criou p/temas de tamanha importância para no momento, um pequeno grupo , e no futuro...a civilização...Tudo de bom a todos ,Namastê

David Hadjes
heavymentalbr@hotmail.com



Texto de Marilia Becher B transcrito de nossa comunidade no Orkut.
Diretora de uma ONG SOCIO-AMBIENTAL(CEDEA).

Atingiu-se a um momento da história em que devemos orientar nossa conduta, como cidadãos, com toda seriedade e prudência para as conseqüências que possam delas advir ao meio ambiente. Por recusas, interesses diversos, atitudes inadequadas, podemos causar rupturas que em nada acrescentam aos propósitos das Ongs. Ao revés, com maior conhecimento e planos de ação coerentes podemos obter um meio mais consentâneo com as necessidades e esperanças humanas. As expectativas de uma melhoria na qualidade ambiental e de criar ou interagir com políticas públicas satisfatórias são imensas. Para alçarmos estas metas será imprescindível que cidadãos, comunidades, empresas, indústrias, fundações, entidades ambientalistas, órgãos governamentais, sindicatos, partidos políticos, instituições de todas as categorias debatam, conscientemente, as responsabilidades que lhes incumbem e que todos participem igualmente do esforço comum. A princípio definir uma Ong é complexo. Não se sabendo o que é, não participando de uma delas, não se tem muita clareza. Como caráter inicial, ou definição genuína, não possuem fins lucrativos e não lutam pelo poder. Embora existam conceitos variados e discordantes.Em detrimento do que foi abordado, Organizações Não-Governamentais são:.associações ou fundações constituídas como pessoas jurídicas de direito privado;·com ou sem fins lucrativos;·podem defender ou não interesses de categorias profissionais;·podem ou não defender interesses religiosos;·podem ou não lutar pelo poder;·podem situar-se em um só país como em vários países;·dedicam-se aos mais variados problemas, desde que lícitos, sendo que a maioria encontra-se na área ecológica e nas áreas sociais.
A expressão Ong foi criada pela ONU na década de 40 para designar entidades não oficiais que recebem ajuda financeira para executar projetos de interesses de grupos e comunidades.As Ongs de fato são de extrema importância embora enfrentem muitas dificuldades e decepções. É através da cidadania do voluntariado que vai a luta, discute com o governo, com os interesses da ganância sem precedentes do capitalismo, que poderemos avançar para uma sociedade mais justa e humana. Elas não são um “ modismo”. A presença de quadros mais intelectualizados em algumas Ongs Progressistas, principalmente na década de 60, com a expansão de Universidades na América Latina, ou ainda, com o ato de 1970, os golpes militares produziram uma massa excedente expulsa dessas mesmas universidades(por meio da aposentadoria compulsória), levando-a a buscar projetos profissionais alternativos. Todos os movimentos sociais que não obtiveram sucesso ou porque havia repressão política acabaram servindo como ponto de partida para associações que tivessem maior representatividade. A conquista de espaços deve ser ampliada e melhorada, abrangendo tanto quanto for possível as inovações e os desafios que ora despertam os interesses coletivos. De maneira geral considerarmos o terceiro setor como esperança de viabilizar, agir e solucionar todas as questões depende da temática em que está envolvida e das parcerias que faz. Tais entidades estão num processo de amadurecimento e crescimento. Portanto falta-lhes certos ingredientes como profissionalismo, articulação e estratégias de atuação. Evidente que tivemos uma melhoria, mas ainda deixa a desejar. O Estado juntamente com suas políticas públicas, também não se encontra amadurecido para viver uma Democracia Plena.
“É muito mais fácil discar um 0800 qualquer doando e limpando a consciência, do que suar a roupa e sujar as mãos de terra participando de uma comunidade. Assim a China e o Tibet ficam próximos da TV, mas a esquina fica distante e perigosa a pé. A tela da televisão nos protege.” (FENIANOS). De fato a população tem um olhar simpático e boa aceitação do que vêem das ongs. A população não se opõe, porém não se mobiliza por muito tempo. A sociedade civil organizada é uma excelente opção para o futuro. O que não podemos esquecer é que o Estado não deve eximir-se de todas as questões, sejam elas econômicas ou de responsabilidade social. Os problemas do meio ambiente(que englobam milhares de questões) não podem mais esperar. *Uma breve exposição(o assunto é mais abrangente).Espero ter contribuído.Abraços!

Marilia Becher B
marilia_b2000@yahoo.com.br
astarte_04@hotmail.com

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ACREDITO QUE AS ONGS POSSAM SER O PODER DO FUTURO, DESDE QUE NÃO SEJAM COOPTADAS PELO GOVERNO E CIA.

ONGS QUE RECEBEM MILHÕES DE REAIS DO GOVERNO, DE PETROLÍFERAS, DE MINERADORAS, DE CONCESSIONÁRIAS, DE BANCOS, ETC, NÃO MERECEM CREDIBILIDADE, POIS SUAS CONSCIÊNCIAS TERÃO SIDO COMPRADAS.

ASS.: Luiz Carlos

segunda-feira, fevereiro 07, 2011 4:02:00 AM  

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