sexta-feira, janeiro 27, 2006

Oquedomedotedode?

Muito bom o que vem acontecendo agora em nosso movimento. Antes éramos quase 99% de jovens , bem jovens mesmo , entre 15 e 25 anos, com alguns mais maduros e militantes democratas “velhos de guerras passadas”.
De repente, parece que a coisa começou a mudar e muitos daqueles idealistas de antes que vivenciaram muitas experiências históricas nacionais estão entrando e colaborando , fazendo a “ponte” necessária entre o idealismo e vontade de mudanças da juventude e a experiência e conhecimentos dos mais maduros(também idealistas) neste campo de atuação .
Tudo indica que teremos êxito em nossas metas e campanhas principais como o Voto Nulo, Desobediência Civil, Nova Constituinte (sem partidos nem políticos, apenas a sociedade representada e juristas de notório saber)e instauração da primeira Democracia Direta (verdadeira) no mundo, onde mérito, esforços, capacidade, patriotismo, integridade, honradez, dignidade, sejam os valores referenciais e parâmetros a serem seguidos.
Sempre afirmei que precisamos de uma drástica mudança de mentalidade coletiva!

Não dá mais para suportar o estado de degeneração, retardamento e alienação geral a que somos obrigados a conviver , por mais que sejamos humanos e brasileiros.
Simplesmente não dá mais, gente!
Olhem em torno.

O que vêem?
Lhes agrada este “perfil brasileiro” que a mídia e nossos governantes insistem em promover e vender não só para nós , mas também para o mundo?
Creio que a resposta seja NÃO!
Isto cria uma dicotomia, entre o que uma parcela mais esclarecida pensa e o que a maioria que se vê identificada sente, não é?

Haverá “democracia” num embate destes entre o que deveria ser e o que insiste em não ser?
Penso que não e muito grave , seríssima, pois implica divisões étnicas e culturais.

O Brasil é um espelho do mundo.
Quem puder resolver os problemas brasileiros resolverá os do mundo!

Somos a nação mais diversificada e pluralista deste planeta Terra!
Entenderam o tamanho de nosso desafio ao pretendermos tentar algo de “realizável”?

Captaram a dissonância que provocaremos se mexermos aqui e ali , contrariando conquistas e sentimentos de identificação já cristalizados como “nacionais”?
Pois é.

O Caso é muito complexo e requer antes de tudo, muito desprendimento, fraternidade e noção exata do que podemos ou não condescender ou sermos complacentes ante tantas reivindicações e vozes que clamam por seus direitos.
Um pouco de dureza e objetividade não serão inúteis ao termos de lidar com diversas tendências e forças em antagonismo , pois a sociedade foi dividida ao longo de décadas , séculos, pelos mesmos grupos de interesses que nos dominam até hoje, segundo a máxima, de ; “dividir para reinar”, não é assim que acontece?
Então tenhamos bem clara esta imagem do que nos espera em termos de resistências e repulsas a qualquer tipo de mudanças neste “Status Quo” que a muitos beneficia em detrimento de uma esmagadora maioria, sempre seguindo a lógica da minoria mais atuante e poderosa que aos demais escraviza em costumes, hábitos e valores enfiados goela abaixo sem a menor preocupação quanto ao que os brasileiros pensam ou não .
Ocorre que estas mesmas forças minoritárias (em nome) são “majoritárias” em poder de influência, portanto estejamos muito conscientes do que teremos pela frente em termos de adversários já satisfeitos por suas “conquistas” que por nada abrirão mão visando o bem comum.
Transformar o Brasil e seu povo é quase que uma tarefa impossível!
Eu falei “quase”, não “impossível”.
Temos diversos meios para isto, porém, fazendo uso de nossos símbolos inconscientes mais atávicos e de nossas heranças mais enraizadas , como ensina a Psicologia através do método “Gestalt” (Gestalt Therapy) , onde a vontade de um determinado grupo ou povo, não significa a soma de todos , mas sim, algo muito diferente, sujeito a uma influência abstrata que vem de nosso inconsciente coletivo que pode subverter qualquer estimativa de reação de grupos ante estímulos externos.
Em nosso caso, como ainda não temos homogeneidade étnica , racial ou cultural, somos uma salada mista ainda à espera de tempero e mastigação , as forças inconscientes são antagônicas e não permitem uma avaliação sobre o que resultará desta mixórdia ou “geléia geral”!
Entendam que, por mais que sejamos fraternos e idealistas, nossos genes e competitividade étnica pela supremacia na natureza, valem muito , quando observamos os comportamentos sociais e mudanças realizadas após estímulos externos ( mídia, propaganda, etc) e impulsos internos( naturais de prevalência genética).

Logo, antes de tudo devemos considerar esta “diferenças” ao lidarmos com o que pensamos serem nossos “iguais” mas não são por natureza e luta natural pela supremacia.
Difícil não?

Tentar olhar nos olhos de quem não achamos diferente por cor, raça ou credo, mas por dentro são e devamos compreender estas “nuances” e gamas de compreensão diferenciadas.
Posso entender o que é ser um indígena, posso me achar um indígena, posso confraternizar e até me casar com uma indígena, mas NÃO SOU GENETICAMENTE UM INDÍGENA!

Compreendem a dificuldade em “sentir” e se “sensibilizar” em determinadas situações onde para nós são normais e sem maior interesse e para eles de interesse vital?
Posso me sentir tão negro ou preto quanto meu melhor amigo, mas ele é e eu não sou, ele traz a herança atávica no sangue, eu não trago, tento, mas por mais que tente não sou e o que acontece?

Dissonância !
Posso ir até um certo ponto limite e compreender , mas não posso ultrapassar barreiras de criação, de educação, costumes, hábitos, convivência, a não ser que fosse criado por uma família negra e mesmo assim seria um “estranho no ninho” geneticamente falando.

Entendem o que quero explicar?
Portanto, precisaremos de muita vontade e abertura , para aceitarmos a diversidade e suas consequências sem nos deixarmos levar pelos absurdos e excessos que se constituem em antagonismos “irresolviveis”.
“MIM ser cara-pálida , você negro, ele indígena, o outro asiático” e daí?

Daí que você me respeite pelo que sou e nos respeitaremos !
Esta é a base de uma convivência fraterna sem demagogia de um querer ser o que não é e nunca será !
“Cada macaco no seu galho” , cada um contribuindo no que puder, sem ser dono da verdade ou se tornar superior.

Pausa para um banheiro, MSN, Orkut e responder e-mails?
Está certo.... depois continuaremos este “brainstorm” (detesto anglicismos, mas significa “tempestade cerebral” muito comum entre publicitários)
Para um carioca exilado no interior de SP há 14 anos, direi meu “Inté”...por enquanto, pois sairei em breve daqui, morarei mais perto, para agitar vocês AÍ!

O que do meu do teu do dele?

Abração

Homero Moutinho Filho
brasilnovaera@gmail.com