segunda-feira, janeiro 23, 2006

Fico pensando...

Fico pensando como dormem e com o que sonham aqueles que a tantos exploram sem remorsos,
penso mais, tentando entender suas mentes e no que crêem,
ainda assim, penso em suas angústias e fraquezas,
seus vícios, suas dores e certezas, talvez incertas ou insensíveis, abjetas e exauríveis,

porém penso, penso muito, ando pela casa e jardim de madrugada,
tentando adivinhar o que se passa em suas mentes, quando tantos dormem apesar de tudo,
é um pensamento estranho, de falar sozinho e parecer mudo, ouvindo som do pensamento, ecoar atrás de meus passos ruminantes de caminhante noturno,
assim como “Rousseau”, embora entre seres também "pensantes", mas não como eu, meus bichos, com os quais passeio, vejo, olho e permeio,
a noite enquanto todos descansam,
adoro a noite e as madrugadas, porque são silenciosas, sem agitação, sem pensamentos de muitos eclodindo em cascata em minha mente , atrapalhando a reflexão,
pois os raios solares são vida e estimulam ações, não pensamentos que requerem meditação, pensar sem pressa, sem desejo de concluir nada, apenas pensar em cada passada e pisar,
caminhar, apenas passar, sem ficar,
olhar ao redor tantas casas , tantos sonhos e frustrações, tantas promessas irrealizadas,
quantas conquistas abandonadas, quantos projetos,
quantos tetos e varandas, tantos portões e fechaduras,
quantas amarguras,
desta gente enfurnada em caixas de concreto, como gavetões e catacumbas enjaulados,receosos e enclausurados,
penso sim, penso muito , todo tempo, sem ter tempo para parar de pensar,
apenas penso e medito, ecôo no vazio e reflito, o que me vem e o que me inspire,
às vezes, quase sempre, fico pensando e ecoando em pensamentos sem resposta,
outras, lego aos meus bichos o que meu inconsciente deseja e mostra,
por eles e pelo que me cerca , por tudo que me atrai a visão e se posta,
diante de meu caminhar,
em pensamentos a razão de pensar e meditar, refletir, caminhando na madrugada,
tentando entender minha estrada e a razão de tanto pensar,
nos outros, em mim muito pouco, senão o que restar,
somente o que sobra me convém e alimenta preocupação comigo,
no todo, esqueço de mim e prossigo,
observando e meditando, madrugando e ecoando, ouvindo meus passos e caminhar,
não, ligo,
sou caminhante e pensante em meu observar,
Meio monge, meio longe, distante , nem sei onde,
meio zen meio estar,
fico pensando como podem, como são capazes,
audazes?
Talvez , pelo que demonstram ou parecem ser, os que a tantos afligem e prejudicam,
os donos, os poderosos, que a tantos aprisionam e condicionam a nunca tentarem uma reação,
fazendo-os crer que nada é possível, que o sonho é apenas uma miragem inviável e uma perda de tempo,
que o viver é um passatempo, uma ocupação sem compromissos do que nos resta de liberdade,
do que nos empresta a juros a realidade,
sempre pensando caminho e não me conformo em ser mais um ,
preferindo ser nenhum , mas liberto,
não por ser mais esperto ou mais sábio,
meu saber é esquálido, porém válido,
pelo menos para poder continuar pensando e caminhando noturnamente,
como serpente em caça , pela noite , à espreita de um encontro,
não importa em que pense, como um conto, que começa e termina ao retornar,
como é bom ter onde chegar e recomeçar,
uma casa , um teto, um lar,
um jardim e bichos para meditar,
fico pensando e deixando ecoar,
refletindo e me deixando idealizar,
coisas talvez nunca pensadas,
idéias nunca tentadas, de criar e renovar,
o que penso estar errado e pode ser consertado, se todos passarem a sonhar,
algo não compreensível,
quando o Espírito se faz sensível e começamos a despertar,
uma força imensa que vem dentro,
de sentir em pensamento ser possível realizar.

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A "paz" não vem de lugar algum? Acredita que venha?A "paz é um "estado de espírito" O que é o "Espírito" senão um entre a vasta gama de energias no branco cenário da "Mente Superior"?Entenda que ser apenas uma "faísca" é dom e capacidade , doada pela Criação. Criação é o "Absoluto e Nada" pois não existe realidade em "Maya" nem em unidade primordial.Apenas o "Nada" . Este é Deus ... o Nada é Deus!
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Num certo dia e época, um certo monge ,meio rebelde e refratário a algumas regras do templo, que vivia mais afastado com seus "Yaquis" e cães , passou a receber visitas de curiosos que queriam saber sobre vários assuntos e perceberam que somente este homem , que se libertou , mesmo que parcialmente da disciplina templária , poderia esclarecê-los.Ele e seu discípulo mais novo, estavam surpresos com aquela súbita presença de tantas pessoas interessadas em saber de tudo e da razão de viver.Depois de meditar , adotou a seguinte prática.Para cada um que perguntasse faria duas perguntas ambivalentes. Ou seja . Se alguém perguntasse; "qual o sentido da vida?" responderia; "qual a necessidade da vida e qual o mal da vida?"Os interlocutores , é óbvio, ficavam desconcertados e surpresos com uma resposta que não era resposta nenhuma.Assim foi e cada um abandonou sua vontade de obter "respostas sábias" . O Monge retornou ao seu rítmo normal de vida e seu discípulo entendeu ao vê-lo , que ,A verdade não está em palavras pois estas podem ser manipuladas, a verdade está no silêncio da humildade de perceber...
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Havia um cara chamado "Nasrudin" , acho que já o conheçam por sua teimosia e falta de lucidez mesmo ante seu mestre .Pois é... o carinha insistia em ser contrário ao certo.Um dia "Nasrudin" foi chamado por seu mestre para fazer parte de uma cerimônia, uma espécie de "banquete" se é que podemos chamar assim um almoço entre monges.Ele prontamente correu para lá pois isto era uma honra.Os monges ali sentados, pouco falavam e pouco comiam , mais atentos ao estado geral , o "clima" do evento...Nasrudin, não! Comeu de tudo se lambuzou e ainda arrotou bem alto para mostrar satisfação pelo "ágape" substancial.Ora... de repente todos os monges arrotaram , junto com Nasrudin. Ficou aquele embaraço , que ninguém sabia explicar porque.Um dos monges resolveu falar ." Arrotamos" para que o menor de nós não ficasse embaraçado perante o "Ágape" do "Maior".
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Todos procuram em livros , dogmas, doutrinas, exemplos e guias para a sabedoria.Ninguém busca em si mesmo o saber real!Querem livros? Temos vários.Querem palavras?Temos diversas .Querem sabedoria?Danem-se e busquem a sua ...
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Um cachorro ao reverso é um focinho revertido ao extremo oposto do focinho à nuca deformado. Um juízo adverso é o oposto de uma resposta nossa , revertida ao extremo oposto de nossa opinião fundamentada. Se temos “opiniões , temos “cachorros” em nós , se não as temos somos os próprios... questão de termos ou não “focinhos revertidos”...rssss...
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Além do Direito também fiz Análise de Sistemas de Computadores, portanto...rsssUm certo sistema chamado "Bazar" (pesquizem no Google) clama que o Linux é a própria incorporação desta lógica ou "ilógica" de planejamento criativo.Seu antagonista é o sistema Catedral, cristalizado e hierarquizado. O Bazar, é uma espécie de mercado aberto onde todos compram e vendem, metem o dedão , mudam aqui e alí, trocam experiências barganham e no final sai algo como um cavalo confeccionado por uma comissão parlamentar, um CAMELO, kkk mas funciona sim e muito bem apesar das corcovas como um dromedário qualquer .Partindo daí nós do meio informático , sabemos que quanto menos reservas e restrições melhor para o desenvolvimento de novos sistemas operacionais criativos.Se um adianta e cria , dois se digladiam , brigam mas acabam fazendo algo construtivo que será passado a outros dois ou muitos e a outros tantos que contribuirão com suas experiências em cada estágio de montagem e planificação.
Tudo bem ... um monge tibetano, não dos antigos, dos modernos com relógio de pulso que nem o Dalai Lama, que mora em Los Angeles também, diz ele como o Dalai que é para protegerem a cidade contra terremotos. Sei... livros "best sellers" em dólares que o digam...mas ... como estava dizendo, este monge resolveu aderir ao "cyber" e "digital world", tudo em Inglês , claro pois em Português vira palavrão. Comprou um notebook ( um laptopzinho de segunda mão) de pouca memória, baratinho, mas para que tanta memória se a sabedoria é milenar, ora. Daí se lançou na Web e até entrou em "chats" teclando com as mais diversas pessoas .Resultado.Hoje Yen Poo é um rico comerciante , dono de uma imensa loja de artigos de Informática em Westwood , Whilshare Avenue, em Los Angeles.Ué... não atingiu "samadhi"???
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Antes de lerem façam o carregamento (download) desta música ou não entenderão nada do "ZEN" que aqui foi postado!
http://media.putfile.com/imagesdanielcaixaomultiplycom23Repitam até terminarem de ler o texto!Um monge passeava entre bosques , quando estes ainda existiam sem donos, pois monges necessitam de bosques sem donos para meditarem.Bosques com donos e terras ecologicamente harmoniosas, não podem ser propriedade de interesses escusos, devem estar abertos e receptivos aos que buscam a paz e tranqüilidade .A terra é de Deus , os homens também , portanto, terra e seres humanos, são da criação e a propriedade é uma eventual situação perante um estado de forças em conflito.O monge que citei passeava calmo e meditativo em seu bosque , sem se preocupar com estas questões de quem possui o que ou quem é o proprietário do bosque em que ele caminha.Um monge apenas caminha...O caminho “caminha” o monge e ele se deixa levar pela estrada da vida .Quem é um caminho é um monge em vida, quem possui o caminho nem sempre terá a estrada nem será um monge .Quem possui a estrada é o rei do caminho e um monge , nada , pois ser monge é ser nada além do caminho e da estrada. Ser dono do caminho e do bosque do monge é ser também nada, pois sem o monge ser dono de sua propriedade o dono nada é , apenas um pretenso dominante ser sobre o nada pois o monge e a estrada são nada.Ser nada é ser ! Pois o nada é o verdadeiro ser ! O nulo , a negação da existência, é o espaço para a criação do universo!Sem espaço para criação não há universo , portanto o nulo é a casa , o abrigo da existência de tudo formado e criado !Sem espaço a ser preenchido não há criação, portanto o NADA é a raiz e razão da existência do mundo, o caminho do monge , o que o dono do bosque não pode entender não ser seu por direito nem a vida explicar a todos o que o monge , o dono do bosque , o universo e o NADA explicam!
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-Ora...o sábio nada sabe sobre o nada, que sabe não ser nada do que sabe por puramente nada saber o que não sabe nem poderia saber sobre o nada pois o nada sabe dele o que ele não sabe , mas o mestre sabe , porém cala, porque se falasse não saberia falar sobre o nada que sabe .

-Existia um "chellá" (discípulo) que alimentava uns "yaquis" (tipo de bois)em Lhasa.Ele fazia isto para continuar tendo a oportunidade de conviver com os monges .De tanto fazer isto , o "chellá" um dia viu que os "yaquis" que tanto cuidara ,eram os monges e que sua missão era "servir" para se iluminar...


Namastê

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Apenas alguns "Khoans" (ensinamentos para meditar)
de minha inspiração.

(Homero Moutinho Filho)

brasilnovaera@gmail.com