domingo, maio 27, 2007

"BUMBUM"

Muitas vezes fui mal interpretado por ter criticado nossos péssimos hábitos e costumes como povo, principalmente quando se trata de nossa “submissão primitiva” aos turistas estrangeiros que aqui chegam, recebendo-os com batuques e bundas esfregadas em suas caras.
Em New York nunca fui recebido por “cowboys” cantando e montando cavalos, nem em Buenos Aires tive de assistir a uma dança de tango quando desembarquei, muito menos no Uruguai, Canadá e muitos outros países.
Por que será que estimulam esta tendência primitiva e submissa de nos fazermos tão dependentes e inferiores assim?
Há razões de grande alcance e manipulações comportamentais , inclusive através de gravadoras internacionais e grande mídia, para que sempre pareçamos “inferiores”, humilhados em nossa inferioridade e dependência econômica.
Observem que as gravadoras investem não em nossos autores mais capazes e criativos, mas sim, em coisas o quanto mais “bregas” e primitivas, melhor.
Qual a razão?
Somente a afirmação de uma superioridade racial e cultural, para que seus iguais sempre sejam recebidos pelos “nativos” com honras especiais, onde quer que aportem.
Nossas mulheres são consideradas prostitutas em todos os países, sejam ou não e sofrem assédios sexuais.
Por acaso nossas mulheres seriam mais prostitutas do que as estrangeiras que aqui chegam em busca de experiências inter-raciais?
Sou absolutamente contra este massacre cultural executado pela grande mídia que se resume a alguns grandes centros irradiadores de cultura e costumes que sufocam a grande maioria de regiões e expressões culturais de nosso país .
Como já citei em outros textos, alguém aqui sabe o que é uma “Califórnia”, evento musical tipicamente gaúcho de tradições e raiz?
Mas todos conhecem “Hip Hop”, “Axé” ‘e congêneres, não?
Do sul apenas churrasco e chimarrão por muito favor.
E de Roraima, do Amazonas, do Mato grosso, o que sabem em termos de expressão cultural ?
Nada não é?
Isto se deve a um verdadeiro massacre cultural consumista e comercial imposto por um pequeno grupo de interesses, que só faz estimular separações e supremacias, nem sempre bem recebidas pelos desfavorecidos por esta política de mercado.
Apesar de ser carioca, por ter por muitos anos freqüentado e trabalhado na Umbanda, ter conhecido o Candomblé , Afro-mirim, etc, pude perceber certas raízes sociológicas e antropológicas, muito importantes , capazes de explicar a predominância de um certo “matriarcalismo” na Bahia, onde uma maioria de afro-descendentes se vê representada em figuras femininas, como a “Menininha de Gantoá”.
Vejam bem que isto remonta à uma época bem antiga , na escravatura, onde os filhos de escravas forçadas à uma reprodução com reprodutores escolhidos não tinham qualquer referência paterna e seus filhos se apegavam às mães, como única fonte de proteção e afeto.
Esta tendência se tornou uma hierarquia cultuada e preservada, como forma de valorização da figura materna ,matriarcal, que não seria, de modo nenhum, uma deficiência, porém uma eficiência em termos de valorização feminina.
Estes traços culturais de sincretismo,comparando-as as nossas santas, valorização da figura feminina e tradições que deveriam ser sempre lembradas e nunca desvirtuadas por influências alienígenas, estrangeiras de movimentos sociais de separatismo étnico ou coisa parecida.
Não é o “Axé” que simboliza a Bahia, é a tradição maior, o sincretismo e a hierarquia , o respeito e culto ao que impõe uma certa conduta e postura étnica.
Não precisamos “esfregar bundas nas caras de turistas”, deixem que eles esfreguem as deles nas nossas, elevemos nossa auto-estima , sempre de cabeça erguida e passemos a crer numa possibilidade mais adiante de construirmos uma nova civilização mais fraterna, criativa, igualitária e ousada!

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi amigo!
O Estado do Paraná presente aqui,rss.

Apenas sobre a "culinária."
Em outra oportunidade passo mais informações.
Beijos!

A culinária paranaense é a mistura das influências de todos os povos que aqui
chegaram ou dos que aqui já habitavam. Assim os índios paranaenses essencialmente coletores, tinham no pinhão, o
alimento por excelência. Os coroados guardavam as sementes em cestos submersos em água corrente por 48 horas, sendo posteriormente secas ao sol, para serem consumidas fora da época de safra.

Até hoje o pinhão incorpora-se aos hábitos alimentares dos paranaenses, associados às festas juninas ou aos costumes do homem do campo como a sapecada, a paçoca ou ainda em saborosos pratos servidos em sofisticados restaurantes: croquetes, sopas, aperitivos, suflês e panquecas de pinhão.

Relativos a esses hábitos era comum entre os índios notadamente os xetás, ingerir folhas de erva-mate como alimento. Dali a herança do paranaense que, cultiva até hoje o costume de tomar chimarrão, chá-mate e outras formas de bebida e infusão.
É ainda de influência indígena na gastronomia, o conhecimento das frutas e raízes nativas, o preparo do milho e da mandioca na confecção das farinhas, do cuscuz, pamonhas e bijus, na pesca e na caça com a carne "moqueada" que é assada em buracos aquecidos.

De influência portuguesa, o Barreado originário dos sítios dos pescadores, com o decorrer do tempo, passou para as cidades litorâneas, onde é cultivado há aproximadamente 200 anos nos municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.

Da expressão "barrear" a panela, com pirão de cinza e farinha de mandioca, para evitar que o vapor escape e o cozido seque depressa, vem o nome Barreado uma contribuição dos açorianos, que deu nome ao prato.

O Barreado representa fartura, festa e alegria, adotado como prato do período do entrudo - o precursor do carnaval, sendo sua característica a de que mesmo requentado, não perde o sabor original, o que liberava as pessoas durante os folguedos populares, não precisando cozinhar.
Os ingredientes que compõem o Barreado constituem-se de carne, toucinho e temperos. Antes, seu cozimento era feito pelos antigos habitantes do litoral em valas sobre um braseiro, levando cerca de 24 horas para que ficasse no "ponto".
Um verdadeiro ritual, para preparar àquele que se definiu como o prato típico do Paraná.

Com o Ciclo do Tropeirismo mudou não só o foco econômico do Estado, mas a cultura e os costumes, que sofreram influências dos locais por onde passaram os Tropeiros, que transportavam não só tropas, mas foram mensageiros de notícias, consolidadores de caminhos e fundadores de núcleos populacionais ao longo do percurso. Constituíram-se em elos de integração entre vilas, povoados do Brasil meridional e até do exterior, assimilando inclusive palavras de origem castelhana, como churrasco, charque, bombacha, arroio, incorporado ao linguajar do paranaense.

A gastronomia também sofreu influência das "andanças" dos tropeiros que assimilavam certos tipos de comidas disseminando-as por onde passavam. Desta maneira, as cidades nascidas de antigos "pousos" como a Lapa, Castro e Tibagi cultivam ainda hoje saborosos pratos como a Quirera Lapiana, o Virado de Feijão, o Arroz Tropeiro, o Castropeiro e a Paçoca de Pinhão com Charque.

Com os movimentos migratórios e imigratórios, os paranaenses incorporavam hábitos alimentares dos novos habitantes notadamente alemães, italianos, poloneses, ucranianos dos quais o costume de conservar a carne de porco imersa na banha, o uso da quirera de milho amarelo, o boi, o porco e o carneiro, assados inteiros no rolete.

Mais recentemente vários municípios instituíram pratos típicos, cultivando as tradições dos antepassados e os aspectos sócio-econômicos regionais, que muitas vezes traduzem-se em animados eventos gastronômicos, que fazem a delícia dos visitantes como:


Concurso do Dourado Assado – Foz do Iguaçu

Concurso do Porco à Paraguaia – Missal

Festa da Costela – Apucarana

Festa da Costela no Chão – Maria Helena

Festa da Costela no Chão e Porco no Tacho – Iporã

Festa da Leitoa ao Fogo-de-Chão - Santo Antonio da Platina

Festa da Leitoa Desossada à Pururuca - Paraíso do Norte

Festa da Leitoa Entrincheirada – Juranda

Festa da Leitoa Fuçada – Janiópolis

Festa da Leitoa Mateira - Mamborê

Festa da Leitoa no Tacho - Lobato e Ribeirão Claro

Festa da Piapara na Telha – Alto Paraíso

Festa da Tainha - Paranaguá

Festa da Tilápia – Porecatu

Festa da Vaca Atolada - Boa Esperança

Festa do Boi no Rolete – Altônia, Engenheiro Beltrão, Marechal Cândido Rondon, Planalto, Ribeirão Claro, Santa Fé e Santa Terezinha de Itaipu

Festa do Borrego no Rolete - Irati

Festa do Caranguejo - Pontal do Paraná

Festa do Carneiro ao Molho Procopense – Cornélio Procópio

Festa do Carneiro ao Vinho - Peabiru

Festa do Carneiro Desossado e Recheado – General Carneiro

Festa do Carneiro no Buraco - Campo Mourão

Festa do Carneiro no Rolete – Carambeí, Piraquara e Ribeirão Claro

Festa do Charque - Candói

Festa do Charque a Vapor – São Mateus do Sul

Festa do Costelão – Luiziana, Maripá, Palotina e Santa Helena.

Festa do Costelão ao Fogo-de-Chão – Paranavaí

Festa do Cupim Assado - Pato Bragado

Festa do Cupim Noroeste – Alto Paraná

Festa do Dourado na Grelha – Medianeira

Festa do Dourado no Carrossel – Itaipulândia

Festa do Frango – Bom Sucesso, Cafelândia, Novo Itacolomi, Toledo e Umuarama

Festa do Frango Caipira Graciosa – Quatro Barras

Festa do Frango Desossado e Recheado – Maripá

Festa do Frango, Polenta e do Vinho – Curitiba

Festa do Lambari – Porto Vitória

Festa do Leitão a Dois Vizinhos – Dois Vizinhos

Festa do Leitão à Pururuca – Engenheiro Beltrão

Festa do Leitão à Sarandi – Toledo

Festa do Leitão a Xaxim - Toledo

Festa do Leitão Maturado - Goioerê

Festa do Leitão na Grelha – Céu Azul

Festa do Matambre Recheado – Pato Bragado

Festa do Peixe na Telha - Marilena

Festa do Pernil à Pururuca - Farol

Festa do Pierogi – Araucária

Festa do Pintado na Telha - Guaíra

Festa do Pirá de Foz – Foz do Iguaçu

Festa do Porco à Paraguaia – Céu Azul

Festa do Porco na Lata – Mandaguaçu e Santo Inácio

Festa do Porco no Rolete – Cidade Gaúcha, Mandaguaçu, Sertaneja e Toledo

Festa do Porco Recheado e Assado ao Forno – Toledo

Festival da Alcatra - Santa Helena

Festival da Carne Suína – Medianeira

Festival de Frutos do Mar – Pontal do Paraná

Festival do Frango – Matelândia

Galinhada Orgânica – Missal

Assim, na Região Oeste do Paraná, o Porco no Rolete é uma das principais atrações gastronômicas.

segunda-feira, maio 28, 2007 7:44:00 PM  
Blogger Elite said...

É foda...a identidade nacional do Brasil é um lixo. Dá vergonha de ser brasileiro.
Por isso que eu gosto dos objetivos aqui do MBNE, englobam tudo isso e muito mais.
Se não conseguirmos atingir nossos objetivos vou analizar a identidade de cada país, ver se combina com a minha, e me naturalizar.

segunda-feira, maio 28, 2007 11:26:00 PM  
Blogger Homero Moutinho Filho said...

Marilia
Uma aula de conhecimento regional!
Parabéns!

Transcreverei no blog.
Agradecemos.
Abração.

terça-feira, maio 29, 2007 10:14:00 AM  
Blogger Homero Moutinho Filho said...

Lourenço
A Islândia, que a Susie Sun gosta tanto e eu tb é uma boa opção,rs.
O problema é que já tem brasileiros ensinando e jogando futebol lá.
KKK.
O mundo virou uma zorra geral.

Abração

terça-feira, maio 29, 2007 10:22:00 AM  

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