sexta-feira, janeiro 05, 2007

Dilema e Solução (Parte 2)



Costumamos dizer que o nosso maior problema não está na forma ou modelo do sistema em si, tão somente, mas em nossa herança cultural e consequente repetição "ad eternum" de todos os vícios, maus hábitos, ausência de valores e péssimos costumes, tidos como "folclóricos", "'primitivos", "de raíz" e outras concepções cada qual mais catastrófica e distante da verdade que precisamos admitir.
"Raíz" de que?
De culturas paleolíticas?
"Folclore" de que ?
Meras cópias, imitações distorcidas e tôscas de festas trazidas por nossos colonizadores?
O que é ser "primitivo"?
Pintar aquelas telinhas tão a gosto de turistas estrangeiros, para que eles se sintam mais e mais superiores, podendo ostentar um Michelangelo, um Rembrandt, um Da vinci, um Gauguin, perante uma mixórdia, pessimamente pintada, mais parecendo obra de crianças do fundamental?
Pois é... isto tudo precisa ser repensado para que não eternizemos este estado de "precariedade cultural" que temos, a pretexto de valorizar nossa primitiva "produção cultural".
Todos os dias a rede "Plim-Plim" nos mostra crianças que escaparam da marginalidade para serem atletas.
Ora meu Deus!
Estamos construindo uma nação de atletas ?
Para que?
Cuba tentou isto e se deu mal após alguns anos de certa importância nos esportes e competições olímpicas.
Depois teve de cair na real, que seus cidadãos não conseguiam evoluir , mesmo não tendo analfabetismo e continuaram necessitando de um verdadeiro exército de profissionais estrangeiros simpatizantes do regime , voluntários, que puderam manter um nível satisfatório de pesquisas e atendimento social.
Quem eram estes simpatizantes?
Comunistas internacionais,cientistas, médicos, principalmente europeus e brancos, como o todo poderoso Fidel Castro, gerindo um povo completamente despreparado para qualquer plano maior.
A lição deve ter sido assimilada por Fidel, ou ele já teria passado o bastão e o trono para algum "nativo", um daqueles que adoram "bailar" e afagar seu automóvel norte-americano da década de 50, parado sem peças, mas ri a tôa e agrada os turistas com seu rítmo e sensualidade naturais, enquanto sua mulher se prostitui por alguns dólares.
Alguma semelhança com a Bahia e o Brasil?
Será que nenhuma criança daquelas nossas, "salvas pelo esporte" demonstrou certos dons ou capacidades mais úteis , digamos, para a ciência ou algo mais importante em termos de elevação de nossa auto-estima?
Ficaremos eternamente com esta pecha de subdesenvolvidos por questões raciais, passando atestado de validade para as teorias que assim nos discriminam?
Enquanto não provarmos que somos capazes de gerar gênios, elementos aptos e grandes mentes, estaremos dentro deste padrão primitivo, assim considerado pelas nações mais desenvolvidas, notadamente anglo-saxãs.
Protestar contra o racismo, a discriminação, não basta nem adianta para nada.
O correto é provar que não existe esta inferioridade por meio de conquistas verdadeiramente concretas e importantes, nos mais diversos campos e áreas profissionais.
Ficar por aí se lamentando, reclamando maiores oportunidades e compensações é coisa de quem tem corpo mole e falta de vontade própria para lutar, progredir, evoluir, corrigir erros de comportamento, ganhar mais auto-estima .
É duro ter de dizer isto, mas, enquanto não provarmos sermos capazes de nos equipararmos aos estrangeiros colonizadores, continuaremos dando razão a certas teorias de superioridade racial, queiram, gostem, engulam ou não os defensores do "politicamente correto", pois em nenhum país do mundo onde existam culturas similares a nossa houve desenvolvimento e progresso por parte de seus cidadãos nativos, somente através da ação de seus colonizadores europeus.
A questão maior é buscarmos uma exata noção e compreensão deste processo que eterniza este estado de estagnação em determinadas culturas colonizadas.
Nem adianta tentarem dizer que é obra de escravidão ou discriminação pois, como já exemplificamos em outros textos, todos os povos, inclusive europeus, já foram escravizados, sem falar nos judeus por mais de 7 séculos e hoje dominam o mundo.
Vamos ser menos "politicamente corretos" e procurar as verdadeiras causas, razões e características de cada cultura "dominada" para encontrarmos a explicação sem censuras ou eufemismos, muito menos complacência hipócrita.
Afinal, quem se deixa dominar é por falta de capacidade de reação, submissão ou covardia.
Que "cotas" que nada!
O que precisamos é de vergonha na cara, vontade de superarmos os obstáculos e vencer!
Exemplos mais do que suficientes temos, de gente que estudou em escolas públicas e conseguiu galgar os mais altos postos profissionais.
Meus pais estudaram em escolas públicas.
Conseguiram alcançar o sucesso sem qualquer ajuda governamental, apenas pelo mérito pessoal e vontade.
Claro que nunca pensaram em ganhar a vida "rodando no chão",dando pulinhos, fazendo caretas, protestando contra as desigualdades, ganhando pela venda dos CDs, nem agradando ou se prostituindo para turistas.
Tinham objetivos sólidos e dignos.
Importante tradição familiar, cultura herdada, origem e integridade.
Esta é a diferença que sempre afirmamos ser a razão de nossas mazelas.
Total ausência de tradição familiar .
Pobreza absoluta de hábitos, costumes e valores, transmitidos por gerações em progressão geométrica, a caminho de um "caos" irreversível, em vista da promiscuidade e reprodução irresponsável das camadas "menos favorecidas".
Já somos 190 milhões , 74% de analfabetos funcionais, em breve seremos uns 250 milhões de mentecaptos, com capacidade de votar e escolher nossos representantes.
O que imaginam será o nosso futuro se nada fizermos?

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Homero, fiquei pensando em tudo que você escreveu e outro tanto que tenho pensado que sempre acaba mais ou menos como você. Como mudar um país dessa dimensão, com esta maioria absoluta de analfabetos funcionais, ignorantes e sem nenhuma educação familiar? Estou muito pessimista e acredito que grande parte do nosso grupo tambem esteja. Pra não chorar, que tal a gente morrer agora e nascer de novo na Finlândia ou coisa assim? Rrsssssss. Beijos,
Heloisa.

sábado, janeiro 06, 2007 1:39:00 AM  
Blogger L'excessive said...

Homero!

Tudo bem com você, amigo?

Preocupada... O que houve? Você deletou "O Dilema e a Solução (Parte 3)!

Grande abraço.

Elisete

sábado, janeiro 06, 2007 8:06:00 PM  
Blogger Homero Moutinho Filho said...

Heloisa
É quase impossível sim amiga.
Tenho de admitir.
Só mesmo depois de um cataclismo, destruição e caos completo.
Abração

Elisete
Fiquei quase 3 dias sem telefone e internet. Defeito no cabo de entrada da rua por causa das chuvas torrenciais ~que não param.
Quanto ao texto achei que exagerei da agressividade crítica.
Abração

segunda-feira, janeiro 08, 2007 11:56:00 AM  

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