terça-feira, agosto 15, 2006

Debate ?

Cadeira vazia, plaquinha com o nome do “ausente”; Lula.
Audiência fraca, como sempre, debate bem conduzido pelo Boechat, a Bandeirante e os candidatos não pouparam críticas ao “fujão”.
Não votaria em nenhum dos candidatos, porque defendo o Voto Nulo, mas procurarei ser o mais imparcial possível, analisando o desempenho dos mesmos.
Entre os “nanicos”, Eymael foi o melhor ao dizer ; “Lula nunca sabe nada, não deve ter sabido do debate” provocando gargalhadas na platéia.
Biva estava apático e sem fôlego.
Buarque , patético,nesta insistência em responder a tudo com a mesma frase citando a Educação. Dá a impressão de não ter outras metas de governo.
Heloisa Helena, discurso certo para o público errado. Apelou para o voto feminino, visando abocanhar os quase nove milhões de eleitoras nordestinas com renda até 700 reais,que permanecem firmes nas pesquisas em favor de Lula.
Este tipo de eleitores não assistem a Bandeirantes, principalmente neste horário.
Está explorando demagogicamente o fato de ser mulher, deixando transparecer esta intenção unicamente “mercadológica” , igualando-se a qualquer político que pauta seus discursos pelas pesquisas de opinião.
A audiência da Band é majoritariamente de classe média, de nível superior, onde a candidata já colheu o que podia dos decepcionados com Lula.
Começou “adocicada” e meiga, conforme já denunciei ser farsa, mas acabou se irritando durante as perguntas dos jornalistas, passando a esbravejar, se auto-elogiar, com as veias da testa sobressaindo, discursando mais agressivamente, sem conseguir responder com objetividade ao que lhe perguntaram sobre reforma agrária, MST e juros.
O próprio Buarque, que é economista, puxou-lhe o tapete ao dizer que seria inviável a candidata prometer reduzir pela metade os juros sem uma avaliação de momento da situação geral econômica dentro de um contexto globalizado.
Heloisa busca desesperadamente os votos femininos do “povão” de baixíssima escolaridade e muito religioso.
Daí em seus discursos citar alguns exemplos “bíblicos”, tentando agradar evangélicos e católicos.
Perde rapidamente sua característica principal desde a expulsão do PT. A coerência. Repete os erros e a farsa petista.
Agora tudo é válido para chegar ao poder.
Qualquer “marqueteiro” com conhecimentos sobre Psicologia Comportamental, sabe que, a curto prazo, a imagem do último a falar fica gravada na mente do público mais intensamente .
Ela foi a primeira, Alckmin o último.
Do que falou a senadora, restou apenas a lembrança de ; “eu faço, eu posso, eu prometo” em tom exaltado, agressivo demais para o desfecho de um debate.
Alckmin, discurso certo para o público alvo certo.
Visou a classe média, onde começava a perder votos para Heloisa. Foi frio, incisivo, objetivo nas respostas demonstrando conhecimento, sabendo se esquivar, retrucando com dados as perguntas mais provocativas. Nas ruas é um “picolé de chuchu”, numa mesa de debates cresce e ganha presença, passa uma imagem de competência e auto-controle emocional.
Sua cara de “ex-seminarista” não agrada muito aos jovens, porém transmite firmeza e segurança aos mais velhos, principalmente eleitores de centro-direita, a maioria do eleitorado brasileiro.
Sua calma irritante contrasta com as flutuações emocionais de Heloisa Helena, acentuando a instabilidade desta.
Esta “frieza” acaba sendo positiva nesta espécie de comparação visual.
Visou garantir sua preferência entre os ex-eleitores do falecido governador Covas.
Jogou a responsabilidade pela insegurança no colo de Lula, corrigindo Heloisa sobre aspectos jurídicos de competência federal.
Foi o último das considerações finais e, terminado o debate, quase todos os repórteres correram em sua direção, deixando HH um tanto abatida, “esquecida” num canto, acompanhada de uma assessora.
A excessiva preocupação de HH em não assumir publicamente o programa radical de seu partido (PSOL) para não assustar eventuais eleitores indecisos, poderá lhe custar votos e apoio entre os intelectuais, sua base de sustentação, que talvez passem a questionar este tipo de incoerência e oportunismo, pois repete o “Lulinha paz e amor marqueteado”, despertando no inconsciente coletivo esta associação de imagens.
De todos os candidatos, foi a que mais transmitiu uma impressão de “autoritarismo”, destoante de sua “carinha meiga” quando controlada.
A senadora de antes, quando da expulsão pelo PT, não parece ser mais a mesma, ou talvez nunca tenha sido o que parecia ser.
Está se revelando uma “senatriz”, que por vezes “esquece o script” e perde o controle das emoções.
É duro admitir, mas, o melhor desempenho foi o de Alckmin.
Com certeza um exército de jornalistas “helenistas” divulgará ter sido HH a vencedora, embora não tenha sido .
Bateram em Lula, mas ele nem sentiu. Seus eleitores majoritários não assistem debates, possivelmente alguns somente os da Globo. O resto não existe para o povão.
Audiência mínima não muda resultados de pesquisas.