quinta-feira, dezembro 15, 2005

Um Desabafo ! (parte II)

Como viram, a idéia original do MBNE já existia em semente, desde o Primeiro Festival Universitário de MPB.
Se analisarem a letra da música Síncope Universal, transcrita no texto "Um Desabafo" , perceberão que desde 1968, bem jovem, já protestava e imaginava mudanças benéficas para uma Nova Era que eu sentia estar próxima.
O ideal continua, o mundo piorou muito, para todos, não somente para nós aqui no Brasil.
Os jovens de hoje não têm uma imagem verdadeira de como o passado era melhor para se viver, pois isto não interessa mostrar.
A mídia vende o futuro, não lucra com o que passou.
Seu interesse é vender a ilusão de um aparente progresso, que, na realidade, é uma imitação, com ligeiros toques de falsas "novidades".
Nada de tão "novo" foi criado .
Naquela época existiam muitas músicas com versos livres e quase "falados". Para variar, não fomos nós os criadores, foram os norte-americanos .
O que temos agora é pura repetição "travestida" de novidade, porém, sem a mesma qualidade.
As artes não deveriam ser profissões . Somente quando não há interesse material se produz arte de valor. O resto é puro mercado, indústria do entretenimento, para manter as mentes das pessoas ocupadas com coisas fúteis ao invés de com os problemas e soluções que influiriam em melhorar a qualidade de vida de todos.
Somos proporcionalmente mais dependentes de terceiros que nossos bisavós.
Os que atualmente protestam através da música, só querem aparecer, ficarem famosos, ganharem dinheiro rápido e fácil, sem nada fazerem pelo próximo quando enriquecem.
As gravadoras exercem um papel nefasto, comercializando a produção musical.
Não sou contra a pirataria, porque é um recurso espontâneo para suprir uma demanda dos que não têm acesso aos discos pelos preços cobrados pela indústria fonográfica.
O mesmo acontece com o software.
Quem pode pagar pelos programas que temos em nossos PCs?
Não é crime e ilegal o que todos fazem usando programas pirateados?
Então somos todos criminosos !
A imprensa está falida, as grandes gravadoras idem, ninguém mais consegue controlar a liberdade de produção.

Hoje os blogs, sites e portais competem com a mídia profissional.
Muitas empresas, em breve, terão de fechar as portas e demitir seus jornalistas.
A tendência na Música é a mesma, com cada vez mais gravações e discos independentes "feitos em casa" .
A evolução tecnológica é uma faca de dois gumes, pois está aos poucos matando as indústrias tradicionais.
Os direitos autorais são de difícil controle, gradualmente desaparecerão pela força das próprias novidades criadas para o consumo.
Qualquer um copia facilmente quantos CDs ou DVDs quiser, isto é incontrolável.
Aos "artistas" só restará viverem de seus shows e assim deveria ser mesmo.
Artes, política e esportes não deveriam ser consideradas profissões que permitam grande remuneração, o que só atrai oportunistas sem valor e afasta os verdadeiros talentos de um mercado cada vez de mais baixo nível.
Quantos de nós, jogam seu futebol nos FDS?
Quantos escrevem poesias, desenham, pintam?
Portanto, se temos tempo para nos dedicarmos a estas atividades, que nos dão prazer, não podemos considerá-las como trabalho.
Não necessitamos de tempo integral para compor uma música, pintar um quadro ou representar numa peça de teatro.
O mesmo não acontece com a tarefa de educar.
Tentem fazer isto apenas em suas horas de folga. Não dá, pois exige uma atividade cotidiana e metódica que consome nosso tempo útil. Isto sim é uma profissão, um trabalho que exige; horário fixo, esforços contínuos e constante atualização de conhecimentos.
Posso afirmar por experiência própria, que dá perfeitamente para exercer uma atividade paralela, seja ela artística ou esportiva.
Com menores atrativos pecuniários, diminuirão ou desaparecerão estes mega-shows diários e ídolos fabricados, que somente alienam mais o povo, distraindo sua atenção das sujeiras perpetradas pelos governantes.
A verdadeira Arte deve ser livre e unicamente idealista.
Claro que isto "desmantelaria" a Economia, do mesmo modo que a extinção do crime organizado afetaria empresas de segurança, polícias, bancos e toda esta rede espúria, que lucra com a insegurança dos cidadãos.
Nos tempos antigos eram as pessoas de bem que andavam armadas, hoje são os meliantes e assassinos que nos coagem, porque fomos transformados em covardes dependentes de tudo e impedidos de nos proteger, colocando nas mãos de estranhos não confiáveis a proteção de nossas vidas e bens, vivendo atrás de grades como presidiários.
Os homens perderam a sua função, por isso são progressivamente mais raros, rumo à extinção .
Viramos uma civilização de eunucos e mulheres masculinizadas, onde o pai é sempre o boboca, a mãe a espertinha da casa e os filhos alienados consumistas. Os avós de nada servem, são trastes desmoralizados, vestindo roupas de ginástica e fazendo "gracinhas" infantis.
Foi assim que a poderosa mídia ocidental efetuou uma "lavagem cerebral" no povo, incutindo-lhe valores estranhos à verdadeira natureza humana e transformando aberrações em normalidade.
O que assistimos nas TVs é algo inominável em termos de baixaria e péssimos exemplos para as crianças, que nem isto mais são, erotizadas precocemente pela voracidade comercial da mídia que, hipocritamente condena a pedofilia, coisa que ela mesma estimula e alimenta.
Podemos entender a razão de certas religiões fundamentalistas crescerem em progressão geométrica, pela ação do inconsciente coletivo, como forma de sobrevivência da espécie.
Em pouco tempo dominarão o mundo a despeito dos esforços ocidentais em castrar-lhes os meios de reação contra a Nova Ordem globalizante !
A natureza busca sempre o equilíbrio. Quando a desarmonia impera e a Entropia sai do controle, algo de cataclísmico e grave acontece para purgar a humanidade de seus maus atos.
Somos um imenso organismo canceroso em metástase, estado terminal, degeneração total , falência geral dos órgãos e início de putrefação.
Como fazemos em casos de gangrena, a solução para salvar uma vida é amputar imediatamente a parte podre.
Uma Nova Era só será possível a partir das cinzas do passado, nunca poderá surgir sobre estruturas corroídas.