Um desabafo !

Aos que ainda não ,me conhecem e pensam que apareci do nada, sem uma vivência anterior, que respalde o que digo, aconselho, se puderem, uma pesquisa no Google ou no Altavista sobre o meu nome Homero Moutinho Filho para verem , não só o meu passado de militância e liderança estudantil , mas também e principalmente o musical em discos que hoje são raridades disputadas em leilões na Internet.
Não faço isto por promoção pessoal, pois não preciso mais após tantos anos, nem tenho mais idade para me lançar em carreiras artísticas.
É somente um conteúdo histórico e de referências sobre mim que desejo passar a vocês.
Aqui vai uma letra do Primeiro Festival Universitário de MPB , aquele mesmo que revelou comigo outros nomes famosos como; Ivan Lins e Luis Gonzaga Jr. , pois é... vivendo e relembrando.
Minha música estava cogitada para ser defendida por dois rivais, Roberto Carlos e Elis Regina, que estavam em briga lá na produção da extinta TV Tupi.Isto em 1968 e eu era um jovem saído da adolescência apenas.
Os produtores e dirigentes; Paulo Ponte , Oduvaldo Viana Fº e Lúcio Alves ,estavam doidinhos sem saber para quem sobraria a encomenda.
Claro que fiquei mais doido ainda me sentindo muito honrado por ter merecido esta atenção toda de astros famosos, que desejavam defender uma de minhas músicas classificadas , não bastasse a que Jair Rodrigues e o Quarteto Novo (o mesmo da “Disparada” e o compositor Théo de Barros, parceiro de Geraldo Vandré, que defendeu minha música) também a escolheram de imediato .
No final parece que o Roberto Carlos teve problemas para decorar a extensa letra ainda no avião (ou foi por receio do governo?) e tive de defendê-la com uma febre de 38 graus, mas tudo deu certo, apesar da “marmelada” do júri no final e a imprensa e público consagraram-na como vitoriosa, o próprio Roberto Carlos , acabou sendo presidente do Júri, aplaudiu de pé minha apresentação, mas depois foi substituído às pressas pela produção do festival, que arranjou outro corpo de jurados de acordo com os interesses das gravadoras, rs.
Ziraldo deve se lembrar disto, pois denunciou, junto com o Braguinha o roubo que cometeram contra mim.

Aí vai a letra , que eu diria não ser tão antiga assim e até refletir muitas coisas do presente, porém com melodia apurada, nada de "tan-tan-tans" e batuques apenas, música mesmo e com requintes de clássico.

A música (gravação) não consegui encontrar na Internet , somente quem quiser comprar nos leilões de discos ou sites especializados mesmo, ao que parece.
Outras minhas , como uma que que postei aqui o link de "download" (carregamento) em texto mais antigo, sim, não esta, que pertence a um LP histórico da MPB.

Síncope Universal
(Autor:Homero Moutinho Filho, gravação ao vivo, Philips/Polygram)

Vejo espaços, pontes, bombas frias, siderais,
Vejo luta armada, jovens, hinos, festivais,
Ando, paro, encontro, esbarro em crimes nos jornais...

Eu não ...
Não foi este o mundo que eu quis...
Mas bem cedo eu sei...
Muda o tempo e é hora desta gente ser feliz!

Discos , anticorpos, manchas na televisão,
Verbas compram balas quando falta educação,
Gente ainda criança, fome, explode agitação,

Eu não...
Não foi este o mundo que eu quis...
Mas bem cedo eu sei...
Muda o tempo e é hora desta gente ser feliz,

Mas vê...
Que tudo vai terminar ...
É o novo amanhã,
Querendo de manso chegar pra ficar ,
Raia o sol na avenida,
Tem gente que passa perdida ,
Mil faces sem ter seu lugar,
Mas a vida continua e hoje vou cantar,

Vejo filmes, guerras, índios contra generais,
Golpes, contra-golpes, sem motivos naturais,
Espero amor perdido ou encontros casuais,

Eu não...
Não foi este o mundo que eu quis,
Mas bem cedo eu sei,
Muda o tempo e é hora desta gente ser feliz,

Mas vê...
Que tudo vai terminar ...
É o novo amanhã...
Querendo de manso chegar prá ficar ,
Raia o sol na avenida ,
Tem gente que passa perdida,
Mil faces sem ter seu lugar,
Mas a vida continua e hoje vou cantar...
Vou de novo cantar , deixa o dia raiar , vou de novo cantar...!

(comentário meu)
Parece que aquele "quase adolescente", estava "adivinhando" uma esperança que, apesar de muito sofrida, hoje ainda tenho...