sábado, julho 15, 2006

A eterna "liberdade de ser".

Todo e qualquer início, na realidade é uma ruptura com o que o antecedeu. Uma “passagem” traumática que exigirá nosso intenso esforço.
Assim como um parto, onde transpomos limites físicos que separam dois mundos, o uterino e o exterior, com todas suas dores e choques psíquicos.
Nascer ou “renascer”, significam processos solitários, que dependem exclusivamente de nós .
Estamos sós, sem qualquer interferência externa, unicamente dependentes de nossas forças internas pessoais .
“Recomeçar” é um pouco mais difícil do que “começar”, porque envolve questionamentos e reavaliações , de nossos erros e acertos na vida, visando um melhor destino.
Alguns estarão pensando... “afinal o que ele está querendo dizer com isto tudo?”
Não é por nada. Encontro-me num momento de “recomeço”, por isto abordo este tema .
Considero nossos leitores como grandes amigos e na verdade o são, capazes de compreender certas derivações e devaneios que não pareçam tão objetivos ou interessantes ao tema principal de nosso blog.
Quando nascemos, partimos de um trauma exclusivamente físico, quando “renascemos” partimos de um trauma psico-emocional.
“Renascer é “amadurecer” perspectivas, assumir erros e enfrentar um imenso dilema que é o de retornar ao mundo após tempos de imersão pessoal num sonho que não deu certo.
Melhor seria dizer “um pesadelo”...pois, tudo que nos frustra não deixa de sê-lo.
Quando investimos num sonho, num ideal, nunca avaliamos um retorno negativo.
Tudo parece esplêndido e certo de suceder positivamente.
Quando o revés acontece...
Mas uma coisa é muito válida e sentimos a fundo ocorrer dentro de nós.
A sensação de liberdade plena.
Passamos a não mais dependermos de um conjunto de forças coletivas e intromissões em nossos intentos .
Não haverá ninguém para criticar ou reprimi-los em seus hábitos.
Sem “famílias nem parentes, sem obrigações sociais, sem compromissos que não sejam os seus, assumidos por vontade própria.
Poder “empestiar” o ambiente com sua fumaça de cigarro, deixar seu cão dormir ao pé da cama, encolhidinho mas feliz, por estar ao seu lado, passear na madrugada como um “caminhante solitário” , meditando e refletindo, assim como Rousseau fazia.
Não há nada mais valioso nem importante do que a nossa liberdade de ser.