"Uma Brasa Mora"
Pois é meu amigo Roberto Carlos, "amigo" em termos, pois nosso contato foi somente durante o Festival Universitário de Música Popular Brasileira, no qual você foi presidente do júri da primeira fase, me aplaudiu de pé quebrando o "protocolo" e regras , entusiasmado,
depois substituído pela máfia das gravadoras, que me sabotaram e roubaram acintosamente o prêmio, fato este denunciado por toda a imprensa e personagens que participaram deste elenco de jurados, como Braguinha e Ziraldo .
Classifiquei 3 músicas e todas foram citadas como as mais aplaudidas e favoritas,principalmente as que estavam em primeiro por votação e aclamação, mas não adiantou, me "garfaram" .
A que eu defendi, com 39 graus de febre; "Síncope Universal", seria interpretada pelo próprio Roberto Carlos, mas este, na véspera alegou não tê-la decorado, (talvez tenha sido pelo conteúdo de protesto político) sendo então convidado pela TV Tupi para presidir o júri, que subitamente foi todo mudado na segunda fase final.
O mesmo fizeram nos três outros festivais inclusive no FIC (Internacional da Canção- rede Globo)com outras 3 em cada.
A mídia em peso denunciou a tramóia e criticou os resultados, o povo saiu cantando do teatro; "Síncope Universal" e "O Violeiro" (esta defendida por Jair Rodrigues e Quarteto novo).
Até na passeata de 1968 a cantaram, mas logo veio a do Geraldo Vandré; "Caminhando e Cantando", que não foi censurada, a minha foi, sem que me comunicassem nada e chegaram a riscar com pregos em algumas estações de rádio, mas não foram os militares, apesar da letra falar em "verbas compram balas quando falta educação" em pleno regime militar.
Tudo sabotagem e jogo de "cartas marcadas" da nossa falsa "esquerda festiva brasileira", aceito e aproveitado inteligentemente pelo regime, pois eu era perigoso demais,além de representar o diretório de estudantes de Direito da PUC, não escondia nada em letras, minha crítica era direta e objetiva.
Não acuso ninguém sem provas e estas tive, não só constam de todos os arquivos da mídia o que digo sobre ter sido acintosamente prejudicado, como também, pela denúncia pessoal do advogado Fred Falcão, parceiro de Paulinho Tapajós nas canções vencedoras; "Luciana" e "Andança", aliás estranhamente, Augusto Marzagão se afastou e nomeou o pai de Paulinho; Paulo Tapajós ,que foi diretor da rádio Nacional para a direção dos festivais internacionais da Globo.
Meu maior amigo durante o segundo festival universitário foi Gonzaguinha.
Na véspera da apresentação,perdeu a voz.
Fomos até uma farmácia e depois recomendei a ele uma sopa de casca de cebolas bem vermelhas.
A voz logo voltou e ele me confidenciou; "sabe quem vai vencer este festival ?
Eu com "O Trem" e você ficará em segundo lugar com sua "Alice"."
Achei estranhíssimo ele já saber do resultado antes do festival ter começado.
Não deu outra, ele venceu , só que todos do seu grupo artístico "MAU", do qual faziam parte Ivan Lins e muitos outros hoje famosos, se classificaram e mais uma vez fui sabotado pela direção do "GRIM" que era da Tijuca, bairro destes compositores.
Apesar das denúncias explícitas de alguns jurados famosos sobre a alteração dos votos para dar a vitória a certos compositores, nada mudou os resultados.
Pressionado por mim e Fred Falcão, Gonzaguinha teve de confessar meio sem jeito, que fizeram várias reuniões contra mim na casa de um certo "coronel" na rua Jaceguai, alegando que; "eu não frequentava o grupo, me vestia diferente e morava na zona sul do Rio."
Mas eu não era filho do mais rico e famoso intérprete e compositor do nordeste nem frequentava casas de "coronéis", sei lá de que tendências ideológicas.
Aquilo me decepcionou muito, vindo de quem considerava um amigo.
Dias depois,num bar próximo da gravadora, Ivan Lins jurou não ter participado desta "articulação" de seu grupo (MAU).
Não sou de guardar mágoas nem remoer rancores, mas um dia a verdade teria de ser dita.
Esperei décadas,para somente revelá-la depois de todo o sucesso que obtiveram em suas carreiras, para não prejudicar ninguém.
No entanto, sua então namorada;a cantora Lucinha Lins, que conheci bem jovem, ela e sua família, uma menina ainda , quando tivemos no passado um "namorico inocente", quando me viu no segundo Festival Universitário de MPB da extinta TV Tupi, me procurou e disse que o pessoal da Tijuca (grupo MAU) havia combinado me vaiar no teatro e que ela iria pedir a eles que não fizessem isto, por causa da nossa antiga amizade.
Da parte de uma pessoa boníssima, doce e íntegra, como a Lucinha, não poderia esperar outra coisa senão a verdade.
Ainda existem raríssimas pessoas assim.
É Roberto, seu carma é meio pesado desde a infância, cara, eu sei e nunca disse isto a você, para não parecer uma cobrança, mas aquele que lhe salvou nos trilhos, quando teve sua perna lesionada, ainda uma criança, era meu tio que possuia negócios em Cachoeiro.
Sim... meu tio lhe carregou e socorreu, após o gravíssimo acidente .
Você deve se lembrar bem quem foi ele .
Nunca usaria isto para pedir qualquer coisa .
Agora, que já não estou no meio musical, posso revelar isto.
O destino nos aproximou sem maiores medidas ou providências pessoais.
O meu carma foi apenas emocional, não físico.
Grandes desgostos são superados pelo tempo.
Naqueles anos e até após o festival, eu namorava uma executiva secretária da PUC, cuja filha era a maior amiga da sua filha.
Brincavam juntas na sua casa.
Mesmo assim, jamais usei destes recursos para me reaproximar de você, apesar de já ter sido campeão de vendagem e primeiro lugar em todas as paradas de sucesso com minha música "Masculino e Feminino" , tema de seu filme " A 300 quilômetros por hora", campeão de bilheteria em toda a a América Latina, anos depois roubada em título por aquele tal de Pepeu Gomes , um energúmeno sem noção .
Foi gravada em trilha orquestrada para o filme e por Erasmo Carlos e Marisa Fossa (do grupo paulista de rock, "O Bando") e eu nada ou pouco recebi, por total falta de profissionalismo de nossa Embrafilme, e Sociedade de Direitos Autorais, antro de mafiosos, ou teria podido comprar uma casa em Beverly Hills , onde 4 anos após fui morar, não com este dinheiro jamais recebido , mas com a venda de tudo meu aqui .
Seu "compadre" e eterno companheiro, parceiro e amigão; Erasmo Carlos, é uma espécie rara , uma pérola de pessoa, do tamanho de sua altura, um grande sentimental e criatura formidável, humana , modesta e simples .
Quando fui convidado por ele que me pediu para gravar minha música , fui surpreendido por um cara grandão, mas menino e modesto , capaz de me pedir orientação e que o ensinasse a cantar minha canção.
Ora, meu Deus.
Eu era famoso em termos, recém alçado a esta condição pelos festivais universitários da TV Tupi e pelo Internacional da Canção da rede Globo, mas nem tanto.
Afinal , Roberto e Erasmo eram os "deuses" e "reis" da parada ainda.
E olhem só.
Eu sentado na sala com o Erasmo e ele me pedindo ajuda para poder dar aquele "clima" à minha música , que estouraria por um ano inteiro nas paradas de rádios e em todos os motéis da vida .
Uma "súmula" de amor entre dois amantes, pura e intensa.
Pois é... em plena "ditadura" e foi censurada antes de poder ser gravada, por causa de uma censora meio idosa, mas enviamos um primo meu de ótima "presença física", adido cultural nosso em Paris, para "conversar" em Brasília, mais intimamente com esta senhora "irredutível" sobre a liberação de minha música.
Resultado?
Passou!
Foi liberada!
Rssss...
Rssss...
Putz, entrou agora o Jorge Ben Jor lá no programa da Globo e do Roberto..
Mudou o nome por causa da tal de Numerologia , incluiu um outro sobrenome "Jor", sei lá cara, mas tudo bem,"Ben" é filho em Hebreu e acrescentando Jor fica meio estranho, como "Jorge filho de Jorge",mas, para nós, que nos conhecemos desde a praia, da rua República do Perú em Copacabana embora eu morasse na Lagôa e pegasse "surf" no Arpoador, foi o primeiro a me levar a um estúdio,para acompanhar a gravação do seu disco de lançamento, com aquelas canções inesquecíveis; "Chove chuva", "Por Causa de Você", "Mas que nada" e outras tantas, naquele ambiente fechadinho, onde, num certo momento,na madrugada, você ficou rouco e mandou comprarem sanduíches de mortadela e muito conhaque com limão, lembra?
Pois é, sem isto aquele "discão" nunca teria saído !
Quando terminaram , estavam todos no maior porre!
Aliás , para quem não sabe, o apelido de infância do Jorge Ben é "BABOLINA".
KKKK.
Se o chamarem assim, ele pulará de ódio em seus cangotes.
KKKK.
Se o chamarem assim, ele pulará de ódio em seus cangotes.
Naquela época eu era um garoto (15 anos), que tinha uma banda, "The Beezoons", lançada em toda a América do Sul, pelo empresário e ex-dono da boate "Jirau"; Flavio Ramos, cuja esposa; Sônia, já falecida, era secretária de Sérgio Mendes nos E.U.A. com o qual estive em seu apartamento no Brasil e me aconselhou a ir para Los Angeles.
Hoje meus discos viraram "cult" para colecionadores, mas não ganhei nada, pois são agora de domínio público.
Só fui saber disto quando um grande amigo (médico),daqueles tempos, que tocou comigo, me presenteou com 4 deles, comprados no mercado paralelo e queria que eu fosse entrevistado por uma revista de rock.
Não deu porque tive de voltar do Rio.
E o nosso amigão Jair Rodrigues?
Onde fica nisto tudo?
Meu querido companheiro,grande intérprete, ele e o Quarteto Novo,que juntos defenderam a vitoriosa canção do Festival da TV Record, a "Disparada" de Geraldo Vandré e seu parceiro Théo de Barros , músico espetacular, cujo quarteto defendeu com Jair
Meu querido companheiro,grande intérprete, ele e o Quarteto Novo,que juntos defenderam a vitoriosa canção do Festival da TV Record, a "Disparada" de Geraldo Vandré e seu parceiro Théo de Barros , músico espetacular, cujo quarteto defendeu com Jair
Rodrigues outra de minhas músicas classificadas nos festivais e grande favorita junto com "Sincope Universal" para o prêmio, "O Violeiro", mas a máfia e a roubalheira interna prevaleceram,como havia me avisado o próprio Jair, contrariando frontalmente a vontade do público, que quase destruiu o teatro em protesto e a mídia que se posicionou a nosso favor .
O mesmo Jair que pedia para eu parar o carro para jogar uma pelada com moleques de rua, grandes lembranças cara.
Grande "molecão" humano e único.
O "idiota" mais genial que conheci na vida.
Uma criança grande sem limites.
Coisa estranha...tenho história ...muita estrada... conheço eles, conheço o passado, fiz parte dele, fui parceiro de importante compositor norte-americano, convivi com e fui vizinho de apartamento, gravamos nos mesmos estúdios e confraternizamos , com muitos amigos que lá moravam em nosso prédio e bairro;
Barry White, Diana Ross e Michael Jackson, Michael Campbell, meu parceiro e quase irmão,um dos produtores da campanha "We Are The World".
Que coisa !
Infelizmente, apesar dos contratos, houve a renúncia do então presidente Richard Nixon e a imigração fechou por tempos a concessão de visto de residência.
Tive de retornar ao Brasil.
Parece um sonho,mas aconteceu mesmo e vivi cada minuto de tudo isto!
Não coloquei fotos , pois fiquei sem scanner , mas comprarei um ,para poder provar o que digo, se é que preciso , pois basta teclarem meu nome inteiro no Google e verão centenas ou milhares de referências sobre o meu passado , até gravações e matérias políticas nos maiores jornais e revistas do país.
"Karacas"!
Será que fui importante assim?
Rss... que nada , apenas um a mais esforçado em se superar como pessoa.
Eles são "bregas"?
Eles são "bregas"?
Nem gostaria de expor mais verdades sobre os outros "icones" de nossa MPB , para não decepcioná-los mais ainda sobre todos que participaram desta grande farsa "democrática" que resultou em "mensalões", "Caixa Dois", "sanguessugas" e nada, absolutamente NADA de punições, porém todos estes eram os mesmos do passado, que foram cantados em verso e prosa, assim chamados "compositores de vanguarda" de nossa pretensa MPB.
Nem direi mais nada , pois alguns já faleceram outros estão aí em cargos importantes , mas não merecem minha atenção.
Valeu caras... os "bregas" da Jovem Guarda, pelo menos vocês são pessoas abertas e simples, bem diferentes de alguns artistas de nossa classe média besta , ideologicamente comprometida e vaidosa.
Sou fruto de uma elite pensante, mas tiro meu chapéu e reconheço meus erros de avaliação.
Valeu mesmo caras, pela vida e experiência de um dia ter podido fazer parte desta história de nosso país, seja ela na música ou como líder estudantil na universidade.
É muito bom termos esta sensação de que um dia fizemos parte de algo maior em relação ao social e político.
O Roberto é boa gente, Erasmo também, o Jorge Ben (Babolina) , Jair Rodrigues, mais ainda ...rssss...vivendo e aprendendo a ser gente, reconhecer outros iguais e respeitar boas amizades jamais esquecidas, sem deixarmos de apontar as mentiras , para que a História não seja somente contada pelos vencedores.
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