Pausa & Poesia
(Não é mais um texto da série "Ratazanas" )
Foi enviado hoje, por um novo amigo, o poeta português João Manuel Moutinho Soares, que descobri ter uma antiga linha genealógica de parentesco comigo, desde antes da colonização do Brasil.
Para os que desejarem ouvir do próprio autor, com fundo musical de guitarras portuguesas em mp3, cliquem aqui .
OS RATOS
Afinal que querem os ratos?
Atacam pela calada,
Fogem ao primeiro sinal,
Vivem nos esgotos da vida
Nos escombros virtuais
Da sua porca existência
Atenção não falo dos animais
Esses merecem respeito
Falo dos “super” ratos virtuais
Dos “super” rotos do escroto
Das “super” ratas falidas
De cérebro mais que roto
Falo de homens especiais,
Misteriosos e outros mais
Que para lamberem ratas
Se metem por outras matas
Pequeninos mal cheirosos
Com ardis tão venenosos
Que se matam no veneno
Que não sabem consumir
Não!
Isto não é para rir
Só dá para reflectir
E pensar na decadência
Da rataria perdida
Na podridão do seu lodo
Que se esgota na paciência
Da sua triste existência
Afinal que querem os ratos?
Serem reis do pantanal
Em que chafurdam na vida?
Ou apenas raticida
Só para eles mortal?
Perdidos no vendaval
Da vida mais que perdida?
Subterrâneos humanos
Na Internet dos canos
Nas máscaras impotentes
Que usam todos contentes
Sem perceberem, coitados!
Que são eles os enganados
Com moral de pacotilha
Caem em cada armadilha
Das ratas profissionais
Que já não entendem mais
O que é esgoto ou o que é vida
Que a morte não é só sida
Atenção não falo dos animais
Esses merecem respeito
Falo dos “super” ratos virtuais
Dos “super” rotos do escroto
Das “super” ratas falidas
De cérebro mais que roto
Não vou comprar raticida
Este texto é à medida
Dos subdesenvolvidos
Dos ratos que andam perdidos
Nos escombros sem guarida
Nos esgotos desta vida
(Ressoa)
João Manuel Moutinho Soares
07/12/2006
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