VOTO NULO (O que fazer depois?)
Vamos supor que tenhamos eleições em outubro de 2006 (coisa que não acredito, pois creio num agravamento desta crise a partir dos próximos dias, final deste mês, como venho alertando desde junho), apenas para podermos imaginar que cenário político teremos .
Considerando que, o potencial de votos nulos continua em vertiginoso crescimento, como demonstram as pesquisas, a certo ponto a mídia e os poderosos interesses envolvidos nesta farsa que é Democracia Representativa , por favorecer o controle da maioria pela minoria, atuariam intensamente para tentar demover o eleitor desta opção de desaprovação e descrédito no sistema.
Campanhas ressaltando que votar é cidadania, como as já realizadas, aumentariam em volume e tempo, atazanando nossa paciência, como se fossemos crianças irresponsáveis por simplesmente não acreditarmos mais em partidos e políticos.
É um direito nosso analisarmos os fatos e decidirmos se queremos ou não votar, ora bolas!
Se somos responsáveis para votar, dirigir, julgar e condenar alguém num tribunal de júri (pessoas sorteadas ao acaso) temos o poder de rejeitar o que nos oferecem como opções !
Mas isto apavora os poderosos, porque sem uma garantia sobre as tendências, a quem comprar, manipular e controlar, ficam perdidos e sem força.
O poder se alimenta de informações. Daí as exaustivas pesquisas que lhe dá o rumo das negociações e conchavos para se conservar como elite, verdadeiros mandatários ocultos.
Sem dúvida uma maciça campanha pela “cidadania do voto”, condicionaria o “povão a não votar nulo, mas não aos que, por terem maior nível cultural, maior esclarecimento, já terão suas opiniões formadas e resistirão a este tipo de apelo psicológico.
Sabemos que esta parcela por si não seria suficiente para destronar o poder da mídia e conquistar a adesão das massas populares.
O que fazer então diante de uma perspectiva onde poderíamos obter a vitória do voto nulo, pelo voto das pesquisas sobre intenção espontânea, mas entre nós e este potencial popular existem os interesses maiores que usarão a grande mídia para nos impedir nesta caminhada?
Difícil questão não é?
Primeiro devemos entender o processo de escolha das classes menos favorecidas.
Como decidem, seu grau de confiança nos governantes e o porquê de votarem em A ou B .
O fator decisão
Neste aspecto da evolução de uma decisão até a consumação pelo voto, a mídia interfere bastante, podendo mudar impressões e tendências, principalmente nas pessoas de baixa auto-estima e inseguras. Infelizmente a maioria, devido ao nosso baixíssimo nível de educação. Este é o obstáculo mais importante a ser superado.
O fator credibilidade
Sobre isto não precisamos nos preocupar, pois muito antes da classe média deixar de confiar em políticos os pobres já não confiavam, como é notório negociarem seus votos em troca de vantagens imediatas . O povão aprendeu desde cedo a não confiar em políticos pois sabe muito bem, de perto, o que são e como são .
Porém, quanto mais o político se aproximar em nível cultural e origem deste mesmo povão, mais tenderão a dar-lhe certo crédito, não de capacidade, mas de compensação por suas deficiências inconscientemente admitidas, embora externamente transmutadas em recalques e reações contra as classes mais favorecidas.
Por outro lado, quanto mais se afastar do seu “estereótipo” e origem social, mais o cobrarão em vantagens e regalias.
Isto faz com que se sintam interiormente “justificados” em “traírem” suas consciências, por uma motivo palpável , uma recompensa visível.
Somente os já “doutrinados” por seus sindicatos e meio social, “introjetarão” psicologicamente um aparente “sentimento de classe”, como temos entre os metalúrgicos e diversos outros grupos sindicalizados.
Ocorre que o Brasil mudou muito, mas poucos notaram isto.
Os trabalhadores de indústrias não são mais o maior contingente de influência eleitoral .
É no setor de serviços e Economia informal que reside uma massa desarticulada porém significativa a ser conquistada pela conscientização própria, não por doutrinamento vindo de cima para baixo.
Este é o grande erro de antigos conceitos e táticas até hoje utilizados pelos marxistas que sufocaram no passado os verdadeiros objetivos do Comunismo e do Anarquismo, transformando a ideologia num jurássico arcabouço estatizante, sem sentido no mundo atual.
Vejam o enorme engodo do PT, para “aparelhar” o Estado.
Deu no que deu, pois esqueceram as origens, traíram os ideais, seguindo um ótica burra de “não importam os meios e sim os fins”.
Acabaram se lambuzando e se locupletando, como “novos-ricos” embasbacados com o poder!
O trabalho de 25 anos foi abortado por um único deputado adversário, o qual quiseram precipitadamente destruir.
Erro de estratégia? Melhor dizer burrice total. Incapacidade para governar e até para roubar.
Portanto, desacreditada a última esperança popular, nada restou senão o voto nulo, se é que saberão como defini-lo na urna, para uma imensa massa popular.
O PSOL poderá reeditar a trajetória do PT com seu “Lula de saias” que não as usa, mas repete o “arquétipo” da pessoa de origem pobre, discriminada, idealista e ética. Tem chances de arrebatar grandes parcelas do “povão” principalmente no norte e nordeste, além da notória cumplicidade da mídia e intelectualidade militante que faz a cabeça da classe média do sudeste .
Não esqueçamos dos jovens, sempre rebeldes e idealistas, que poderão mais uma vez, serem atraídos pelos estratagemas de convencimento, considerando a presença majoritária de simpatizantes e professores, nos meios escolares e acadêmicos.
O fator escolha
Em parte já foi citado como o povo escolhe em quem votar, por motivos pessoais e vantagens imediatas. Voto comprado é voto justificado, segundo a moral e costumes da maioria.
Pagou levou.
Ninguém presta mesmo...é assim que pensa o “povão”.
Pelo menos é mais direto e claro do que as intermináveis justificativas e áridas tergiversações dos “pretensos” intelectuais que assolam nosso meio cultural (arrgghhh... que nojo!).
A proposta
Somente pelo “emocional” poderemos chegar aos corações e mentes do povo.
O sensorial e as imagens, sejam elas projetadas ou imaginadas são mais fortes até do que o condicionamento subliminar praticado pela grande mídia.
Para que uma proposta atinja a maioria e seja assimilada convenientemente, é necessário que tenha absoluta sinceridade .
Apenas quem nada tem a ganhar pode convencer a quem pouco, mas o suficiente, tem a receber em troca de seu voto.
Isto cria a assim denominada pela Psicologia do Comportamento “dissonância cognitiva”, um conflito psicológico interno, que poderá gerar justificativas estapafúrdias ou adesão plena, dependendo de quanto as pessoas já estejam comprometidas num processo vil de corrupção e interesses pessoais.
Terão enorme vantagem de convencimento e persuasão, os que não forem políticos ou filiados a partidos, ou seja, idealistas sem perspectivas de ganhos imediatos ou no futuro próximo em cargos eleitoreiros, nesta falida Democracia Representativa.
A isto podemos chamar “CIDADANIA” !
O resto é vilania e tirania !
O que fazer depois da vitória?
Vamos imaginar que obtenhamos os 50 % de votos nulos necessários na eleição presidencial de 2006.
O que acontecerá?
Será anulada e todas as demais do país inteiro !
Uma clara e inequívoca demonstração de repúdio e rejeição a este sistema injusto e desigual que perpetua a dominação de uma poderosa minoria .
Ante isto o que farão?
Ficarão desnorteados e furiosos, pois seus “fantoches”, os políticos e partidos, terão sido publicamente ILEGITIMADOS pela população!
De nada adiantará realizarem nova eleição!
Persistiremos e aumentaremos o nosso contingente pelo exemplo que a mídia terá de admitir e divulgar!
E aí ?
E os militares?
O que farão? Prenderão mais da metade da população ? Como?
Aposto que até darão apoio aos civis, pois estão saturados e descontentes com este governo e tanta sujeira, além de suas reivindicações não atendidas, precariedade material e financeira , ameaças à soberania e tantas outras desgraças que se avolumam nestas últimas décadas de parasitismo político!
Há várias gerações de militares mais novas, democráticas, atualmente . Eles não desejam repetir a dose de governar, mas estão sim, bastante preocupados com esta sordidez, lama e nojeira em que o país afundou !
São cidadãos também, têm famílias, como nós todos e, penso, desejarem o melhor para o Brasil sem mais traumas ou conflitos.
Entenderam...?
Rasgaremos o código eleitoral e a Constituição nas praças e perante os palácios de governos, exigindo uma Nova Constituinte , a ser elaborada somente por juristas, sem os vermes políticos, conforme as propostas populares, visando a instauração de uma verdadeira Democracia Direta e também sem partidos políticos !
Extinguiremos todos estes carreiristas profissionais, todas estas “BARATAS” que infestam nossas vidas e espoliam o Brasil !
A partir daí, teremos todos os cargos públicos preenchidos por mérito, por concursos, sem nomeações políticas nem cargos em comissão, somente gente competente para administrar o país.
Os Conselhos de Cidadãos cuidarão das propostas e legislação, diretamente, sem a intermediação de “representantes” espúrios !
Leiam mais sobre esta nova estrutura administrativa e política, nos primeiros artigos deste blog.
DEMOCRACIA DIRETA, A VERDADEIRA E POPULAR,
JÁ !!!
Homero Moutinho Filho
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