"SÍNDROME CARIOCA"
Penso que minha experiência ao viajar mais de 2.000 kms (ida e volta) para visitar minhas origens, o Rio de Janeiro e realizar a primeira Assembléia do Movimento Brasil Nova Era possa traduzir bem o estado psicológico desalentador que assola o país.
1- Escolhi começar pelo Rio, devido ao fato de lá termos uma consultoria (jurídica. econômica e de planejamento) da família, que daria voluntariamente o respaldo necessário aos procedimentos burocráticos de registro da Associação Civil (ONG) após o meu retorno, além dos dois coordenadores, moderadores do grupo no Yahoo , inclusive o responsável técnico de engenharia, do projeto Geosfera, também lá terem seu domicílio e empresa.
2- Uma vez concluído o processo de registro, cópias dos documentos (livros, atas, estatuto, etc.) seriam remetidos aos diversos estados para serem utilizados, por medida de economia e agilização, como modelo a ser adotado.
3- Até minha chegada, dia 11 de agosto,nada havia de resolvido ou tratado concretamente pelos membros, em especial, o local da assembléia, apenas um oferecimento de um teatro, cuja data de disponibilidade ainda estava pendente, depois verificada ser após o período útil.
4- Em menos de 24 hs, consegui, como ex-aluno e ex-presidente de diretório na PUC R/J um local para realizarmos a assembléia.
5- Estatuto, metas e pauta, prontos, apenas bastaria a presença dos participantes de nossa rede nacional (no caso, os do Rio) para darmos por fundada a primeira regional do BNE.
6- Isto não ocorreu devido a desencontros de horários (apesar de todos terem recebido a confirmação pelo e-mail e telefone) ausências não justificadas, celulares desligados para recebimento de chamadas e total desmotivação daqueles que antes, durante meses, comigo planejaram, conversaram, opinaram, na comunidade, por e-mail e MSN.
Somente consegui falar pelo telefone com 3 pessoas.
7- Tal comportamento é inexplicável, injustificável e incompreensível, tratando-se de membros ativos do movimento, com os quais tive intimidade e intensos contatos virtuais, até por telefonemas.
8- Após o adiamento e transferência da assembléia do dia 15, por falta de quorum mínimo, ainda permaneci até o dia 23 deste mês, sem receber nenhum telefonema ou satisfação, daqueles que se mantiveram fora de alcance ou alheios ao que se passava, apesar dos constantes avisos sobre o evento enviados por e-mail .
9- Isto me leva a repensar tudo e reavaliar o quadro geral de elemento humano que dispomos ou disporíamos em potencial, exceto, claro, os que já demonstraram efetiva colaboração, principalmente os de regiões mais distantes dos grandes centros, como faculdades e até comunidades indígenas, bem mais conscientes, com capacidade de iniciativa e liderança capaz de manterem vivos os nossos ideais.
10- Confesso minha total descrença na reação produtiva de uma classe média, a burguesia “esclarecida”, já “fossilizada” em suas “prioridades egocêntricas”, conformada com o papel de “refém acomodada” das circunstâncias das desigualdades sociais e violência urbana.
11- Nada mais há que se contemporizar a partir de agora, em que pese uma necessidade de maior confabulação e troca de opiniões com os segmentos mais abastados de nossa nação. O momento é de total ruptura revolucionária, requer sacrifícios e desapego, perseverança e esforços contínuos em prol de uma grande revolução cultural e política, um mutirão de voluntários determinados , uma união de corações e mentes, capaz de alterar este estado caótico de degeneração social, desgoverno, corrupção, violência e degradação da qualidade de vida em que vivemos.
Uma tarefa “messiânica”? Eu diria que sim. Somente através de uma imensa ação organizada por setores ainda não contaminados pelo conformismo infantil burguês, poderemos realizar o que seria um verdadeiro milagre de transformação de mentalidade, a única saída para não sucumbirmos como povo num lamaçal podre e selvagem.
12- A democracia Direta, a verdadeira e total, que seria propícia às classes mais abastadas, (em virtude do tempo ocioso disponível, pobres mal tem tempo para descansar) como fator de participação nos atos da administração pública e controle, não parece suplantar as “delícias” consumistas e emoções virtuais, nas quais despendem precioso conteúdo energético.
13- A aceitação e absorção de hábitos e costumes das classes mais baixas pela alta burguesia chega a ser tragicômica, como resultado visível de sua impotência e fragilidade de resistência cultural.
A “favelização” comportamental dos cariocas, causa estupefação, como fenômeno sociológico, que bem exprime complexos de culpa introjetados , sublimados como fator de sobrevivência, ante uma ameaça irresistível e inevitável ao seu espaço físico.
14- Alunos de universidades na zona sul, matam aulas bebendo em botequins fétidos, confraternizando com traficantes e elementos espúrios do mais baixo estrato social, não por questões “democráticas” de convivência, mas por dependência mesmo, falsa liberalidade e degradação flagrantes. Nada fazem de produtivo para as comunidades pobres, apenas se corrompem e degeneram. Serão os corruptos, os dependentes, os de “rabo-preso” de amanhã, que “governarão” o país, incapazes de transmitir a cultura e educação que herdaram, pois se nivelaram por baixo e rastejarão no futuro.
15- Triste fim da burguesia de “sinhazinhas” e sinhozinhos” engolfados por suas “senzalas” cercados e ilhados em suas residências, por grades de ferro, alarmes, empregados, seguranças e cães ferozes!
PS: Esclareço que apenas tive contato pessoal no Rio com o amigo Marcelo Fellows (moderador do grupo no Yahoo), único que compareceu e ficou esperando os demais comigo até as 21:45.
Houve um desencontro com o pessoal do Bruno Rodrigues, que chegou bem antes da hora marcada encontrando a sala vazia.
Outros que não compareceram mas tentaram colaborar, foram a Glória Figueiredo (que justificou o impedimento) e a Alessandra Maestrini que conseguiu o contato com o teatro Planetário e oferecimento do local para outra data futura.
Homero Moutinho Filho
hmf_sp@yahoo.com.br
4 Comments:
é toltalmente desanimador pra mim ler o q o homero escreveu... confesso q não sou nenhum expert em assuntos políticos, mas sou apenas um estudante de artes... a primeira vista, eu tinha me interessado pelo movimento quando vi a comunidade do orkut... acabei conhecendo o projeto e vendo a sua grandiosidade/realidade... sempre me interessei por causas sociais, talvez pelos caminhos q a vida me levou , ou não ....a verdade é estava e estou muito disposto a contribuir para uma mudança... talvez por conta da rebeldia revolucionária característica da juventude... ou talvez não... bem , fiquei desanimado, pensei q havia ja uma mobilização atrás do projeto ... uma parceria e doação ... mas espero q um dia a gente consiga e não tenha mais medo de sujeira.
Pois é amigo. Estrutura técnica e elementos altamente qualificados , temos, projetos viáveis e metas definidas também, o que falta é terem a mesma motivação que demonstram no virtual , quando no concreto e pessoal.
Os mais afastados dos grandes centros estão dando um banho de iniciativa , dedicação e liderança.
É com eles que ainda conto para continuarmos nossa luta e mudarmos a mentalidade deste povo.
Olá Homero,
senti falta da citação de minha presença no encontro.
Abs,
Marcelo Fellows
Oi Marcelo
Tem razão, expliquei em geral, porque, na realidade, não houve assembléia e evitei citá-lo para que não atribuíssem erroneamente a responsabilidade a você por ser moderador do grupo no Yahoo, mas aos que perguntaram pelo e-mail e MSN, disse que você compareceu e ficou esperando comigo até as 21:45.
Editarei no artigo deste blog.
Abração
Homero
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