quinta-feira, outubro 12, 2006

Pausa e Meditação

Por que uma folha se agarra tão firmemente ao galho ? Porque ele a sustenta. Ela teme um vento mais forte que significaria uma mudança de seu estado atual de sobrevivência .
Teme quaisquer alterações bruscas que importem em perder seu veio de vida, sua seiva segura.
O ideal de uma árvore não são somente folhas , mas principalmente frutos e flores, que completam sua obra de criação.
Folhas são idênticas e muitas, frutos e flores não .
Se destacam, cada qual trazendo em si diferenças que os distinguem, por serem únicos, dotados de individualidade, como impressões digitais se diferem e nunca se repetem.
Frutos e flores, amadurecem, cumprem seu ciclo e , se ninguém os colher a tempo, se desprendem da sustentação e seiva que os alimentam. Sabem que, mesmo na morte e transformação, deixarão sementes, fertilizarão a terra e reviverão não como um, mas em muitas outras árvores .


Meditem sobre isto e procurem entender como é tão difícil para a grande maioria das pessoas o desprendimento, o desapego e um ideal maior de se sacrificar para o futuro de sua espécie.
Abrir mão do que se tem sem receio de tentar o novo.
Não pensarmos somente em nossas necessidades e situação.
Raros os que compreendem o valor do desprendimento em favor do geral.
Toda mudança é uma ruptura entre um estágio e outro ainda desconhecido.
Exige termos nascido com esta coragem de ousarmos ser as sementes de uma nova criação.

Um certo dia um “chellá” (discípulo) muito jovem , cuidava dos “yaquis” (tipo de gado do Himalaia, cujo leite é fortíssimo usado para produz um queijo de altíssimo teor alimentício) do templo , descuidou-se e derramou um grande tonel onde era armazenado este leite .
Aos prantos e desconcertado dirigiu-se ao mestre, caindo prostrado aos seus pés, implorando perdão por sua desatenção e falta, que significariam uma redução drástica por uma semana, na alimentação dos monges .
O mestre fitou-o e respondeu;
“levante-se , olhe os “yaquis” . Eles continuam de pé e nem perceberam que você derramou sua mais preciosa contribuição.”
O “chellá” sem entender ainda balbuciou;
“mas mestre era todo o alimento que tínhamos ...”
Como resposta ouviu;
“se eles, que nos alimentam, não se importaram com a perda e continuaram serenos, fortes, tranqüilos, de pé, por que deveríamos nós cairmos prostrados lamentando?”
(Homero Moutinho Filho)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Folhas são poemas...
De um verbo perfumo o verso
que propõe palavra voadora.
Asas sonatas que investem
avenidas presentes dão
o elo ao infinito construtor.
A natureza tem suas próprias idéias sem molduras para novas vivências e sensações.
De um pensamento sigo em
constante movimento.
Minha mente compreende
o que está acontecendo.
Aquela pressão no peito foi
engano de aparências.
Só a superfície não gera essências.
Sei que falta muito para os poucos
que tudo têm e ignoram percepções.
Os catadores do invisível reconhecem a última conclusão como se fosse a primeira.
O que agora apresento é visto como transitório e sempre há muito mais para ver do que se vê.
Sem interferências colaterais, sem o estigma de bloqueios e censuras quero ouvir tudo sem temer o que será dito.
Do poema abro outras lentes!

Vida em Gotas/2006

quinta-feira, outubro 12, 2006 11:34:00 PM  
Blogger Homero Moutinho Filho said...

Lindo amiga.
Nada mais ...
Abração
Homero

sexta-feira, outubro 13, 2006 2:12:00 AM  

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