sábado, outubro 22, 2005

"Artista é vaidoso"

Pelo visto não sou o único a criticar os artistas.
Leiam a entrevista de Fagner.



22/10/2005 ¦ 12:58

"Artista é vaidoso demais para dizer que errou"
Do cantor e compositor Raimundo Fagner em entrevista à VEJA desta semana:

Veja – Recentemente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o senhor criticou os artistas que apóiam publicamente o desarmamento dizendo que são todos "maria-vai-com-as-outras". O que quis dizer com isso?

Fagner – Quis dizer que artistas costumam agir em bando, só seguindo a manada. Querem sempre ser "bonzinhos", "de esquerda", "do bem" – e, muitas vezes, nem refletem sobre o que estão dizendo. Esse referendo sobre o desarmamento – que eu acho, antes de tudo, inoportuno – é um exemplo. Tenho certeza de que muitos atores e cantores são contra o desarmamento. Mas você acha que eles têm coragem de ir à TV dizer isso? Têm medo de parecer politicamente incorretos. Fiquei louco quando vi aquele monte de artistas posando de anjinhos ao lado do SIM. Eles deveriam era botar a cara na televisão para exigir explicações do presidente. Afinal, foram eles que colocaram o Lula lá. Só que, agora, não têm coragem de vir a público dizer que estão decepcionados com ele.

Veja – E por que não teriam essa coragem?

Fagner – Porque artista é vaidoso demais para dizer que errou. O resultado é este: fica o presidente de um lado, dizendo que não sabia de nada, e os artistas, que o elegeram, de outro, sem acreditar nessa balela, mas sem peito para botar a boca no trombone.

Veja – De quem o senhor está falando?

Fagner – De Gilberto Gil, que está lá, junto de Lula. De Caetano Veloso, que está calado. De Chico Buarque, que só declarou que está triste. O que se passa na cabeça de uma Fernanda Montenegro, que não diz nada numa hora dessas? A vida toda eu apoiei, no Ceará, o (hoje ministro) Ciro Gomes e o (hoje senador) Tasso Jereissati. Se um dia aparecer alguma ladroagem de um dos dois, eu vou ser o primeiro a falar.

Veja – De que forma esses artistas deveriam se manifestar, na sua opinião?

Fagner – Você já imaginou o impacto que poderia ter uma carta pública de Chico Buarque para o presidente Lula? E já imaginou se o Zezé Di Camargo falasse alguma coisa? Mas ele não fala. Está sem tempo e também tem umas dívidas para receber do PT. No lugar deles, vem essa filósofa, Marilena Chaui, defender o indefensável. Assisti a uma entrevista dela outro dia. Durante duas horas ela ficou nesse negócio de "filosoficamente falando". Parecia que no dicionário dela não existia a palavra "corrupção".

E fica um bando de abestados achando ótimo o que ela diz."